terça-feira, 1 de novembro de 2011

É pra ficar bolado... mas não acabou!

Não bastam as infames piadas e gracinhas sobre a notícia da doença de Lula, agora um deputado estadual precisa se retirar de seu país para poder preservar a própria vida.

O caso de Marcelo Freixo (PSOL/RJ) - que inspirou o personagem do filme Tropa de Elite 2, o deputado Fraga -, ameaçado de morte por diversas vezes pelas milícias, que controlam a zona oeste do Rio, somado à reação sobre, no fim das contas, um homem com câncer, acima de qualquer coisa, é para preocupar.



Além disto, a naturalização da imagem de um homem morto, todo desfigurado, como exemplo de bons modos impostos por países ricos, é mais uma das bizarrices que somos obrigados a assistir na televisão, ou pela internet.

Remoções autoritárias nas favelas do Rio de Janeiro, por conta dos Jogos Olímpicos, além do desrespeito a trabalhadores nas obras da Copa, em todo o país, aceitas por parcela significativa da mídia e, em alguma medida, também a sociedade.

Tais posições reforçam a condição de quem caminha à barbárie. Onde chegamos a um nível de intolerância, a tudo que vai de encontro aos interesses dos donos do mundo, e do Brasil, insuportável.

O patrocínio, por parte do poder público, de milícias organizadas para achacar a população das favelas, sob um suposto combate ao tráfico, que mata pessoas nas mesmas todos os dias, é vergonhoso.

Se o sinal de alerta foi aceso pelo governo do Rio de Janeiro, no caso da morte da Juíza Patrícia Acioli, agora um membro do Legislativo carioca está com a cabeça a prêmio. Por que tamanha passividade?

Conivência? Incapacidade de lidar com o problema criado pela própria instituição? Uma crescente adesão da classe média ao isolamento da miséria? Tudo isso junto e misturado?

Não se trata mais de discutir a notícia A ou B, se trata de uma questão de humanidade. Esta, que parece meio esquecida, meio deixada de lado, por valores integralmente individualistas, começa a provar do veneno inoculado pelos ideólogos do acúmulo de capital. Para as elites, a vida vale muito pouco, porque ela não se vende, só interessa o que se pode vender.



Daí, são também advindas as galhofas a um homem com câncer, independente da figura de Lula, ex-presidente da República. Um estranho e mórbido prazer, com algo tão mesquinho como uma mera disputa política, dada no âmbito da luta pelo Planalto, tão somente.

Uma Copa do Mundo que retira as pessoas de suas casas, tratado como política pública, também evidencia uma certa falência moral, do ponto de vista humano.

Felizmente, hoje se vê alguma ação que, embora ainda insipiente, ganha o noticiário e cada vez mais adesões no mundo.

Somos parte dos 99%, ao que consta


Mesmo que a grande mídia não dê muita pelota, alguém sempre fura o bloqueio da mesma, e a coisa cresce, como diria Chico: "Apesar de você, amanhã há ser outro dia...".

Preocupa, mas a esperança ainda persiste... e não podia ser diferente.


Valeu,

Bruno Porpetta


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Bruno Porpetta