quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Não basta ser bom, tem que ser sinistro!

Falcão - o Pelé do Futsal - não está satisfeito em quebrar recordes, consolidar seu nome como o maior gênio do esporte.

Ainda bem!

Gênio que é gênio pode até cumprir com suas obrigações profissionais, mas vez por outra, tem que dar uma esculachada.

O que você acha desta aí, no vídeo abaixo?




Sinistro! Né não?


Valeu,

Bruno Porpetta

domingo, 16 de dezembro de 2012

O mundo em preto e branco

"Bi-mundial, é coisa que o Corinthians não consegue nem a pau!" (Torcida do Santos, durante muitos anos)

O mundo, pela segunda vez, foi pintado em preto e branco. O Corinthians sagrou-se bicampeão mundial de clubes de futebol.



É preciso, primeiramente, fazer algumas considerações a respeito do título conquistado no Maracanã, em 2000.

Apesar das circunstâncias pouco convencionais que determinaram a composição dos clubes participantes daquele torneio, por maior desgosto que possa causar nos torcedores rivais, por pior que tenha sido a partida final contra o Vasco, o Corinthians foi campeão do mundo naquele ano.

Os créditos a todo o descrédito da competição, devem ser dados à FIFA.

A entidade "terceirizou" o Mundial de Clubes, colocando-o nas mãos da ISL - empresa envolvida em inúmeras denúncias de escândalos, entre eles o caso que envolveu Havelange e Ricardo Teixeira na Suíça, mostrado pela BBC londrina, em reportagem de Andrew Jennings (vídeos abaixo) - que faliu em 2001, abortando a realização do torneio, que tinha a Espanha como sede previamente escolhida.





Diga-se de passagem, aquele formato de Mundial era muito mais interessante, pois colocava todos os continentes, além do país-sede, em pé de igualdade. Dividiam-se em dois grupos de quatro times cada, os vencedores disputavam a grande final. Sem muita frescura.

Se os critérios para indicação dos clubes participantes foi uma completa zona, o Corinthians não tem nada a ver com isso. Questionável, no caso, era a participação do Vasco, campeão da Libertadores de 1998, indicado na véspera da final da competição sul-americana de 99, onde o Palmeiras sagrou-se campeão.

Estas trapalhadas da "entidade máxima do futebol" permitiram sombras de desconfiança geral sobre este título, mas ele existiu, está lá e é do Corinthians.



Portanto, reclamem com a FIFA. Ela merece!

Hoje, por incrível que pareça, eu já tinha cantado a bola. A qualquer um que me perguntava, eu dizia: "Acho que vai dar Corinthians."

O porquê é simples. Desde 2005, quando a FIFA retomou a organização do Mundial de Clubes, nunca houve uma final tão equilibrada.

O Chelsea é um grande time, mas está longe de ser uma seleção de craques. Estivesse o Barcelona em seu lugar, provavelmente meu prognóstico seria outro.

Já o Corinthians, por mais que torçam o nariz, é um excelente time, com um excelente treinador.

A confiança depositada em Tite foi fundamental para este sucesso. Depois da eliminação na Pré-Libertadores de 2011, para o Deportes Tolima, da Colômbia, qualquer outro time teria demitido o treinador. O Corinthians prosseguiu com ele, a despeito de toda a pressão, e chegou onde chegou.

Quer uma prova? Quem bancou a escalação de Cássio, em lugar de Júlio César, contrariando boa parte da crítica esportiva, inclusive este que vos escreve?

A atuação de Cássio contra o Chelsea, com pelo menos três milagres, e algumas defesas, comprovou que Tite estava correto, e nós errados.

Além disto, o Corinthians tem algo que todos os outros clubes brasileiros vivem perseguindo: padrão de jogo.

Fosse o Íbis no lugar do Chelsea, o esquema seria o mesmo. Mais uma lição para Muricy, que resolveu inventar contra o Barcelona e levou um coco inesquecível.

É preciso ressaltar, foi um título essencialmente corinthiano. Com raça, coração e sofrimento. Muito sofrimento.

Não à toa, o autor dos dois gols corinthianos no Mundial foi Guerrero, como todo o time.

Ou a torcida corinthiana não teve calafrios ao ver aquela bola de Fernando Torres sacudindo as redes?

Aliás, convenhamos, o cara ganhou uma Copa do Mundo e não sabe sequer acompanhar a linha do último zagueiro!

E para acabar com qualquer indício de que o Chelsea não tava nem aí para o Mundial, a cara de bumbum após a derrota foi bastante elucidativa.

A FIFA precisava eleger algum jogador para dar o carro japonês que Zico e Raí já ganharam, e elegeu Cássio. Mas se fosse pra ser justo, realmente justo, o prêmio deveria ir para a torcida do Corinthians, que fez do estádio de Yokohama uma espécie de Pacaembu.



E assim pintou o mundo de preto e branco...

Diga-se, merecidamente.

Vai, Corinthians! Vai curtir teu título! Teu bicampeonato mundial! Na bola e na arquibancada.


Valeu,

Bruno Porpetta

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Na própria bola e na covardia alheia

Pelo primeiro tempo, era natural a imagem do São Paulo levantando o troféu da Copa Sul-americana.

O Tricolor paulista jogou muito mais, enquanto a preocupação do Tigre era parar o jogo todo o tempo.

Lucas fez uma partida maravilhosa, marcando o primeiro e dando o passe para o segundo. Era sua despedida do São Paulo, agora seu destino é o mesmo que um dia foi de Raí - o Paris Saint-Germain.



Até aí, time argentino catimbando não é algo que soe como novidade para ninguém. O que é novo, é time argentino - com o perdão da palavra - cagão!

Arrumar um arranca-rabo na saída pro vestiário, no intervalo de jogo, é típico de time desesperado, que percebe que não tem condições de reverter o resultado. E não tinha mesmo!

O São Paulo, caso o jogo prosseguisse, poderia golear o Tigre. Tinha bola e nervos no lugar sobrando diante do time argentino.

Porém, o Tigre não retornou mais ao jogo. Alegando falta de segurança, ficou no vestiário. E tudo porque os garotinhos, supostamente, quiseram invadir o vestiário sãopaulino e levaram uma coça dos brutamontes seguranças tricolores.

Mesmo que houvesse um tanque apontado para o time, que entrasse e jogasse. Esta atitude não é uma vergonha apenas para este Guaratinguetá do futebol argentino, mas para todo o futebol argentino!

Esta é uma competição que, pelos critérios de classificação, permite que clubes fora do que se pode considerar grandes participam. Daí o porquê de um clube chamado Tigre chegar à decisão. Só por isso, o São Paulo tinha até alguma obrigação em ganhar o título.

E há de se reconhecer: o São Paulo venceu na bola! O São Paulo é, legitimamente, campeão! Não há nada que desabone este título.

Mas, para o próprio São Paulo, seria muito melhor vencer em circunstâncias normais. Nestas circunstâncias, a vitória tem seu brilho um pouco ofuscado.

Ademais, é importante ressaltar a atitude de Rogério Ceni. Após subirem no palco armado para a entrega do troféu, ele passou a braçadeira de capitão para Lucas, fazendo com que este o erguesse.

Parabéns, São Paulo! Mesmo a patética atitude do Tigre, não tira o mérito pela conquista.


Valeu,

Bruno Porpetta


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Coincidência?

Em matéria da Época Negócios Online no dia de hoje, a manchete estampa "Empresas de Eike disparam na Bolsa com notícias sobre BNDES".



Leia mais: http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Resultados/noticia/2012/12/empresas-de-eike-disparam-com-noticias-sobre-possivel-entrada-do-bndespar.html

Por uma grande coincidência, nas eleições do Flamengo, comporão a nova diretoria um executivo do BNDES (o presidente Eduardo Bandeira de Mello) e outro da EBX (Flávio Godinho, ainda sem pasta definida após a confirmação de Wallim Vasconcellos como vice de futebol).

Não é preciso dizer o quanto pesa ser dirigente do Flamengo, né não?

É dessas coincidências que fazem qualquer um, que junte lé-com-cré, parecer mineiro. Tá tudo "bão", mas um "tiquim" de pé atrás  sempre é "mió".


Valeu,

Bruno Porpetta

sábado, 8 de dezembro de 2012

Um pouquinho de água no chopp

Com grande alegria e satisfação, a torcida do Flamengo comemora o resultado das eleições no clube. A vitória de Eduardo Bandeira de Mello - ou a derrota da desastrosa gestão de Patrícia Amorim - é cantada aos quatro cantos como sinônimo de renovação, esperança e fé em dias melhores para o clube de maior torcida do Brasil. Seja dentro ou fora do campo.



É fato que a política interna do clube era um eterno disco arranhado. A alternância de poder, em geral, se dava na cabeça de chapa. Para além desta, a insistente repetição de nomes bem conhecidos dentro e fora do Flamengo.

A simples nominata para os cargos mais importante, feita pela chapa recém-eleita, pode ser um indício de oxigenação da política rubro-negra. Eu disse "pode".

Em meio a tanta empolgação, é preciso ponderar algumas questões, antes que façamos avaliações positivas prévias em um mandato que ainda nem começou.

Se há algo realmente muito importante neste processo, é que ele transbordou os limitados muros da Gávea. Os sócios do clube foram sensíveis à voz das ruas, mesmo que estas ainda sejam abafadas pelo intrínseco elitismo do Clube de Regatas do Flamengo.

É absurdo que, para uma torcida de 40 milhões de pessoas, cerca de cinco mil associados estejam aptos a votar. Ou seja, pouco mais de 0,01% da nação rubro-negra.

Neste sentido, nada foi dito pela nova direção. Não há nada concreto para democratizar o Flamengo, trazer sua torcida para dentro do clube, fazê-la participar das decisões que, em primeiro lugar, a envolvem.

Que fique evidente, entende-se por torcida aqueles que não se locupletam do clube, não recebem ingressos para proteger ou difamar um ou outro dirigente. Enfim, torcedores não profissionalizados, que colocam o coração à frente do bolso, e não o contrário.



O Flamengo, tal como os demais grandes clubes do país, é muito maior que sua sede social. Cada ação de seus dirigentes conta, fundamentalmente, com a participação dos torcedores, vistos como consumidores em um cenário de adaptação progressiva dos clubes aos ditames empresariais.

Aliás, nestes padrões, o Flamengo está aparentemente bem servido. A nova diretoria possui executivos de grandes empresas, nos mais diversos ramos e todos muito bem sucedidos. Para que o Flamengo se torne, pelo menos do ponto de vista gerencial, um negócio rentável, este aspecto é importantíssimo.

E aí reside outra questão a se ponderar. Às vésperas do lançamento do edital de concessão do estádio do Maracanã, onde o grande favorito para levar este "presentão" é o megaempresário Eike Batista (o filho do ex-presidente da então estatal Vale do Rio Doce, durante a ditadura militar), e o responsável pelo futebol rubro-negro será Flávio Godinho, executivo da holding EBX, de propriedade do homem da coleirinha da Luma de Oliveira.

Pode ser um grande negócio para o Flamengo, mas é péssimo para o povo do Rio de Janeiro. Esta relação pode viabilizar um acordo entre as empresas de Eike e o Flamengo, a preços que os torcedores do clube dificilmente poderão pagar.

Além disso tudo, existe uma outra pedra no caminho. Para viabilizar sua gestão, é preciso obter maioria no Conselho Deliberativo do clube cuja eleição acontecerá no dia 13 deste mês. Caso contrário, as mudanças prometidas serão, por força do estatuto, engessadas neste conselho.

Para se obter a tal maioria, a nova direção terá que chafurdar na asquerosa política do clube.

Negociar com os velhos caciques que, há muitos anos, mantém o Flamengo em situação quase falimentar, inversamente proporcional às suas próprias contas bancárias.  Os mesmos que guardam distância entre o clube da Gávea e sua imensa torcida espalhada pelos subúrbios. Aqueles que, eleição após eleição, permanecem vivos nos noticiários sobre o Flamengo e que, a fim de não perder a "boquinha", impediram a profissionalização do futebol.

A gestão Eduardo Bandeira de Mello à frente do Flamengo será, trocando em miúdos, o resultado da mudança vitoriosa, negociada com o atraso, em tese, derrotado.

É inegável, também, o papel desempenhado por Zico nas eleições.

Destratado pela gestão de Patrícia Amorim, o maior ídolo da história do clube retornou ao Flamengo para sepultar quem o tirou de lá. Sua fiança para a chapa de Bandeirão (como é chamado o novo presidente em círculos mais informais) foi fundamental para mobilizar a torcida em torno dela.

O êxito deste processo está condicionado, primordialmente, à continuidade da "intervenção" da torcida nos rumos do clube. Esta é uma contradição que a nova gestão deverá enfrentar. Ou seja, adaptar-se à realpolitik do Flamengo, reunindo os mesmos interesses que travam o Flamengo há anos, significa virar as costas à grande força motriz que conduziu-os à direção do clube.

A bola está com eles, e esta eleição do Conselho Deliberativo pode ser um forte indicativo do caminho que escolheram.

Portanto, devagar com o andor, que o santo é de barro... e o calor no Rio está de derreter!


Valeu,

Bruno Porpetta


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ah! Se fosse primeiro de abril...

Morre Oscar Niemeyer!



Já devo ter ouvido esta notícia umas 300 vezes nos últimos 20 anos. Estava quase crente que a morte de Niemeyer era uma eterna brincadeira de 1º de abril.

Mas em 5 de dezembro de 2012, a notícia deixou de ser brincadeira.

Partiu um gênio da arquitetura! A despeito de opiniões individuais a respeito de algumas de suas obras, é inegável que Niemeyer tornou a arquitetura brasileira uma arte. Será lembrado como parte da história da arquitetura, que se confunde com a história da arte em todo o mundo.

Partiu um histórico comunista! Alguém que reivindicava, no alto de sua fama, um outro modelo de sociedade.

Sua morte consegue, ao mesmo tempo, ser óbvia e surpreendente. Isto em si, já é um grande feito. De um grande cara.

Seja bem-vindo à eternidade, camarada!

Valeu,

Bruno Porpetta