quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A quem ama futebol...

Esta noite foi espetacular!

De repente, cinco torcidas de cinco gigantes do futebol brasileiro passaram os últimos 15 minutos desta quarta-feira vidradas, em pânico absoluto.

O São Paulo por um gol de cair fora da Sul-Americana. O Cruzeiro a um gol de cair fora da Copa do Brasil. O Santos a um gol de cair fora da Copa do Brasil. O Atlético-MG a um gol de cair fora da Copa do Brasil. O Flamengo a um gol de cair fora da Copa do Brasil.

Respiraram aliviadas as torcidas do São Paulo, do Cruzeiro e do Galo. Santistas e rubro-negros voltam para casa chorando.



Quanto aos santistas, não tenho muito o que falar. Caíram para o melhor time do Brasil e de forma digna.

Vou tratar do meu quintal. Vou falar, especificamente, do único time que não quis jogar futebol nesta quarta-feira. Vou falar do Flamengo.

Futebol é um esporte tão maravilhoso, tão apaixonante, que talvez uma das grandes frustrações da minha vida foi não ter talento suficiente pra viver jogando futebol. Nem talento, nem equilíbrio emocional para ser profissional e vestir outra camisa que não fosse a do Flamengo.

Respeito quem conseguiu.

Pois bem. É tão maravilhoso que eu não consigo entender como quase um time todo consegue passar 90 minutos sem jogá-lo.

Não vou me ater, inicialmente, à escalação do time. Obra daquele que, a meu ver, foi quem mais errou nesta noite. O "pofexô".

O jogo de futebol é bom para quem tem a bola. Ainda assim é possível ter menos a bola e jogar bem, se a proposta for mais defensiva. Mas para isso é preciso ter alguma válvula de escape da defesa para o ataque.

A falta de um passador no primeiro tempo que colocasse os mais rápidos para puxar o contra-ataque e a ausência dos mais rápidos no segundo tempo foram determinantes para que o time não saísse de trás da linha do meio-campo.

Aliás, este é outro ponto. O jogo se ganha no meio-campo. Se você não consegue sequer segurar a bola por ali, você está perdido.

Não se abre mão da bola e de dois terços do campo ao mesmo tempo impunemente.

Aí passamos aos "destaques" individuais.

Eduardo da Silva NUNCA poderia dar um toque de letra antes da linha do meio-campo com a defesa toda saindo, era hora de dominar a bola e escolher a melhor jogada. Tinha espaço para isso.

Os laterais não podem ser driblados o tempo todo como foram. Estes, ao menos, tem atenuantes. O Léo jogou uma partida e meia no Brasileirão, passou boa parte do ano no departamento médico. João Paulo é ruim mesmo.

As substituições foram um fiasco. Quem é Elton? Quem é Matheus? O que fazem? Como se reproduzem? Com a palavra, Sérgio Chapelin...

No entanto, como disse anteriormente, Luxemburgo foi quem mais errou.

Samir é titular deste time até com câncer no esôfago. As substituições foram descabidas. Ele estava nervoso demais e, por consequência, o time também. As pixotadas da defesa e a incapacidade de manter a bola nos pés nos faziam pensar que o Atlético estava classificado desde o primeiro tempo, uma questão puramente emocional.

O trabalho de Luxemburgo foi pro vinagre? Não. Mas é preciso reconhecer que ele não está entre os grandes treinadores da atualidade. O seu trabalho foi importante pra sair da confusão, mas ninguém passa 10 anos sem vencer títulos nacionais à toa. Até a Copa do Brasil ficou grande demais pra ele.

Pois bem. Agora é juntar os cacos, levantar a cabeça e, temporariamente, mudar um pouco de assunto.

Aliás, a final da Copa do Brasil nos traz um fator interessante. Muito anda se falando em terceiro turno das eleições. Aécio é Cruzeiro, Dilma é Galo.

O Flamengo deve ser a Marina, neste raciocínio.

Para não dizer que esqueci de mim mesmo, paguei pela minha soberba. Se estivesse no Irã, mereceria umas 120 chibatadas por cantar vitória antes da hora. E não dá pra dizer que não me alertaram do risco que eu corria... né, Gustavo?


Valeu,

Bruno Porpetta

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Confusão

Vanderlei Luxemburgo, pode não ser mais o melhor treinador do Brasil, mas está no topo dos melhores frasistas, junto com Joel Santana, do nosso futebol pós-Neném Prancha.

Essa história da confusão no Flamengo foi genial. Acabou virando sinônimo de zona do rebaixamento, transformando o mesmo em expressão proibida na Gávea. De repente, todos os jogadores compraram a ideia e saíram por aí dizendo que o negócio era sair da confusão.



Daí a pegar na imprensa esportiva, foi um pulo. A confusão se tornou um imediato sucesso de público, crítica e, principalmente, bola. O Flamengo virou outro, sem a pressão da palavra rebaixamento e sabendo exatamente quais eram suas pretensões.

Assim, de forma leve, o Flamengo chegou longe na Copa do Brasil. Mas é bom que se diga que a redução do preço dos ingressos ajudou a devolver o time para os braços de sua torcida. E Luxemburgo teve um papel importante, inclusive, neste aspecto.

Mas nem todo mundo quer sair da confusão. O Botafogo parece chafurdar, cada vez mais, nela. Graças às inúmeras trapalhadas de sua diretoria, o clube parece fadado a ocupar o lugar do Vasco, que vai subir.

Ao menos, o alvinegro de General Severiano economizará algum dinheiro de avião, indo de ônibus para Macaé. O Vasco torce para que as eleições no clube passem logo e que alguém assuma o clube de uma vez por todas.

Outros acham uma confusão boa para se meter, como a das vagas na Libertadores. Há algumas rodadas atrás, até mesmo alguns tricolores resolveram jogar a toalha, mas com quatro vitórias seguidas o time volta a brigar.


Resumindo, dá pra achar confusão em qualquer ponta da tabela. O campeonato está embolado e confusão é o que não falta. O Flamengo, não só se livrou de uma, como também não se envolveu nas outras.



Valeu,


Bruno Porpetta