Se você acha que a política é um
meio sujo, você ainda não conhece o mundo do futebol.
Sobre a política ainda é possível
exercer algum controle público, existem instrumentos e mecanismos de defesa do
interesse coletivo. Por mais que lhe neguem acesso cada vez mais, algum acesso
você tem.
No futebol, tal como no tráfico
de drogas, armas, contrabando e quaisquer atividades criminosas em todo o
mundo, existe uma estrutura paralela ao “nosso mundo” onde rola muita grana.
Este dinheiro que você não sabe
de onde vem, tampouco sabe para onde vai. Mas, por onde passa, vai enriquecendo
dirigentes e empresários que se valem da nossa paixão pelo esporte.
É possível que a real intenção
das investigações tocadas conjuntamente pelo FBI e a justiça suíça não seja das
mais nobres, mas elas estão provocando um estrago danado ao que parecia um
eterno sossego destes aproveitadores do futebol.
Joseph Blatter, que a princípio
não larga o osso até fevereiro de 2016, está na mira dos suíços. Seu provável
substituto, Michel Platini, também ganhou motivos para arregalar os olhos, com
seu nome citado como destinatário de parte da bufunfa.
Enquanto isso, Zico não consegue
míseras cinco cartas de recomendação para seguir adiante em sua candidatura à
presidência da FIFA. Ele pode não ser santo, mas decididamente não faz parte do
esquema.
A barbárie no mundo do futebol é
tamanha que, diante das investigações sobre um suposto calote em impostos dado
por Neymar aqui no Brasil, o empresário do atleta “recomenda” publicamente que
o pai – aquele que levou a comissão mais gorda da história por uma transação de
jogador – tire seu dinheiro do país e o leve para paraísos fiscais.
É o espírito olímpico da cara de
pau, superando limites.
Valeu,
Bruno Porpetta