domingo, 31 de julho de 2011

A farra com o nosso dinheiro

O sorteio das eliminatórias da Copa de 2014 foi pago pelo dinheiro público do estado e município do Rio de Janeiro.

Para se ter uma ideia, a quantia de R$ 30 milhões, repartidos meio-a-meio entre Sergio Cabral e Eduardo Paes, são mais que o dobro do que foi dado à reconstrução das cidades destruídas pelas chuvas na região serrana do estado.

Ao mesmo tempo, os bombeiros e professores mobilizam-se por melhores salários e condições de trabalho, que hoje se encontram entre os piores de todo o país.

Se tem dinheiro pro sorteio, deveria ter pra quem trabalha. Né não?



Como perguntar não ofende: onde está o dinheiro?


Valeu,

Bruno Porpetta

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A pior das arrogâncias

Existem dois tipos de arrogância!

Uma delas não é boa, mas faz parte da vida. Chega a ser aceitável.

Como a da torcida rubronegra, desde quarta-feira à noite. Após protagonizar uma virada histórica, em uma partida histórica, a nação do Flamengo está em êxtase. E percebe-se, inclusive, um certo olhar arrogante. Típico de quem sabe que tá bonito na foto!


Torcida do Flamengo tirando onda



Mas como tudo que sobe muito, tende a chegar no auge muito rápido, e a curva contrária pode ser drástica. Portanto, como em 2009, o "sapatinho" é fundamental.

A outra arrogância, é nociva! Só provoca males e prejuízos!

E neste caso, o exemplo provoca, principalmente prejuízos. Como a arrogância desta corja que dirige o futebol, amparada pelos "voluntariosos" governos estadual e municipal do Rio de Janeiro.

Amanhã rola o sorteio para as eliminatórias da Copa-2014.

Apesar dos inúmeros, e super exigentes, patrocinadores da FIFA, foram Sérgio Cabral e Eduardo Paes que garantiram a brincadeira toda. Quinze milhões, de cada, para a festinha.

Para quem vê as placas de divulgação do evento - cuja peça publicitária é divulgada em quase todo o planeta - procura bastante, mas não encontra as logomarcas do Rio de Janeiro, estado e cidade.

Encontra as dos patrocinadores, claro!

No entanto, se parte da argumentação do alcaide Eduardo Paes se refere à exposição do Rio para o mundo, somente belas imagens a partir da Marina da Glória, sem sequer uma referência no cartaz a quem pagou por tudo aquilo parece, no mínimo, injusto. Além de não contribuir muito para o tal "legado" que ele também afirma existir.

Até o momento, o legado da Copa é o abuso do dinheiro público em tudo o que se refere ao torneio.

Só a luta muda a Copa


Quase nada disso para serviços públicos essenciais para a população, que poderiam ser alavancados pela Copa e permanecer após a mesma. O bolo todo está sendo consumido pelos estádios.

Ou seja, nossa Copa será mais midiática do que real. Para o mundo, o Brasil se mostrará um país muito organizado, onde as coisas funcionam. Desde que você fale outra língua, ao invés do nosso português.

Para o povo daqui, não deve sobrar muita coisa disso.

E todo esse dinheiro da festa é para Joseph Blatter e Ricardo Teixeira, que andam se irritando com facilidade ultimamente. Principalmente com perguntas sobre escândalos recentes em que supostamente andaram se envolvendo.

Resumindo: os governos andam colocando raposas para cuidar do nosso galinheiro!

Quero não, posso não...


O que ninguém fala é que, ao mesmo tempo, haverão manifestações, em todo o país, contra essa gastança de grana do povo que sustenta a arrogância deles.

No Rio - cidade do evento - a Marcha por uma Copa do Povo se concentra no Largo do Machado, às 10:00 h, e segue até a Marina da Glória.

Entre o país do futebol e o da sacanagem, os humildes moradores deste Brasil preferem ser conhecidos pelo primeiro.


Valeu,

Bruno Porpetta

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O melhor jogo do Brasileirão 2011?

Gente, numa boa.

O que foi isso que aconteceu em 27 de julho de 2011?

Sim, é pra anotar a data!

Este jogo entre Santos e Flamengo, na Vila Belmiro, independente do resultado, foi um épico! Uma das maiores partidas da história do futebol brasileiro e, de antemão, sem pestanejar, o melhor jogo deste Brasileirão. E de todos os outros!

Foi um jogaço para deixar as torcidas enfartando, chorando, dando risada, gritando, ... O que foi aquilo?

A expectativa era de jogo de Fifa Soccer.



Neymar, se eu fosse você escolhia o Ronaldinho...


Com Neymar, Ganso e Elano pelo lado do Peixe, além da estreia de Ibson que, para sua sorte, não fez gol.

Do lado rubronegro, Ronaldinho, Thiago Neves e um espetacular Willians que, mais uma vez, foi um monstro.

Antes que as luzes dos refletores sequer fritassem ovos, o Santos já tinha feito dois gols. Borges, escondido entre tantas estrelas, de repente apareceu e marcou ambos. E aí veio Neymar, que jogou muito durante quase toda a partida, e fez um golaço daqueles que fazem chorar quem ama esse negócio barulhento chamado futebol.

Quando a torcida do Flamengo já preparava sua desolação diante de goleada tão humilhante, em falha do goleiro Rafael, Ronaldinho diminui. O coração rubronegro não desiste nunca, e se anima.

Thiago Neves marca o segundo, e esse tal coração rubronegro fica aceso em alta luminosidade. Até o árbitro marcar pênalti em Neymar.

Abre-se um parêntese aí. Elano, que jogou aqui na janela de casa o último pênalti que bateu, foi cobrar com cavadinha. Após ver o goleiro Felipe fazer embaixadinhas na pequena área, se pergunta se vale a pena continuar tentando.

O Flamengo ganhou ainda mais moral, e empatou o jogo no fim do primeiro tempo com Deivid, que perdeu um dos gols mais fáceis da sua vida, da minha e de toda a população chinesa.

A esta altura, o tal coração rubronegro batia a 470 por minuto!

E o resultado no primeiro tempo foi justo, porque mesmo quando um dos times disparava a fazer gols, o outro jogava bem. Já era um jogaço!

Começou a segunda etapa, e o Santos voltou melhor. E logo aos cinco minutos, Neymar guardou mais um.

É bom colocar outro parêntese. Até o quarto gol do Santos, Neymar fazia uma partida para colocar seu nome no Olimpo do futebol, onde seria servido por vários deuses com bandejas cheias de uvas, queijos e vinho. Porém, deslumbrou-se com o cenário.

Ao mesmo tempo, Willians chegava junto na marcação e, diante das brincadeiras de Neymar, acabava com qualquer possibilidade de diversão do atacante.

Mais adiante, Ronaldinho mostra que, além de não ser da Vila, também não era menino. Uma simples cobrança de falta próxima à área, se tornou uma ode à malandragem. A barreira pulou, a bola não. E a redonda entrou como em uma tacada de sinuca do Ruy Chapéu!

O que dizer de um gol onde o autor sai dando risada?

Daí pra frente, o Santos sentiu.

Apesar de buscar o gol, o time alvinegro sofria com constantes contra-ataques rubronegros. E foi desse jeito que o Flamengo conseguiu o que parecia impossível até os 35 do primeiro tempo. Virou o jogo! Mais um deste gênio chamado Ronaldinho, que fez o Ronaldinho do Barcelona sentir até uma ponta de inveja.

Outro parêntese! Para um jogaço desses, por que a Comissão de Arbitragem da dona CBF escolhe um árbitro tão fraquinho? Todo mundo apitou o jogo, menos ele.

Quando o jogo acabou, só se ouvia o cantinho rubronegro da casa de Pelé cantando!

Foi alucinante! Que me desculpem os outros grandes jogos que já assisti na vida, mas tenho a impressão que este foi o melhor de todos!

As duas equipes protagonizaram um espetáculo maravilhoso, de fazer europeus se ajoelharem e pedirem perdão por ousar dizer que jogam futebol nos seus países.

A nota triste? Finalmente, a Rede Globo percebeu que vivemos em um país racista.





Enquanto jogadores do Flamengo se aqueciam à beira do gramado e em frente aos camarotes VIP (Very Inconvenient Person), alguns idiotas gritavam ofensas racistas à Diego Maurício. E o Eric Faria, repórter da Globo, viu e alertou na transmissão. Nada além disso, para não desfazer a democracia racial que a própria emissora teima em afirmar que existe.

Mas longe de mim dizer que este é um comportamento da torcida santista. Imbecis como esses estão em todas as torcidas, com ou sem os mitos da Globo.

Dentro de campo, nada disso influenciou. O jogo é daqueles que vão ter DVD, livro, conto, poesia e conversas eternas sobre o dia 27 de julho de 2011.

No jogo de Fifa Soccer, a garotada do Peixe foi jogar videogame em casa.

O Santos é o atual campeão da Libertadores, e "o Flamengo é o Flamengo"!

Isso diz tudo... ou não?


Valeu,

Bruno Porpetta


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Uruguai: não é tudo, mas é 100%

Parafraseando o poeta arquitetonicamente perfeito do Ceará, o mestre Falcão, que dizia que dinheiro não é tudo, mas é 100%. Isso é o que se pode dizer da conquista da Copa América pelo Uruguai.

Readquirindo o hábito?



A competição não foi aquele primor técnico todo. Até de quem mais se esperava, pouco apareceu. Os favoritíssimos de véspera - Argentina e Brasil - caíram ainda nas quartas-de-final.

A Argentina jogava em casa, diante de sua apaixonada torcida, e tinha Lionel Messi.

O Brasil tinha uma geração ainda em formação, mas muito talentosa, com craques como Neymar e Ganso.

O Uruguai também era considerado favorito, até pelo retrospecto da última Copa do Mundo. Mas seu maior craque vinha em má fase, encostado no Atlético de Madrid na última temporada. E o time era reconhecidamente inferior do ponto de vista técnico.

O que ninguém contava é que o diferencial nesta Copa América não eram os craques, mas o conjunto.

A seleção celeste já jogava junta desde as Eliminatórias para a Copa da África. Além dos excelentes e, como de costume, raçudos jogadores, cada um ali se conhecia pelo olhar.

Mesmo o começo ruim, que em nada a diferenciou das outras gigantes sulamericanas, não impediram que o Uruguai crescesse durante a competição. Jogando com um a menos em boa parte da partida, eliminou os donos da casa nos pênaltis. Bom que se diga, a Argentina perdeu apenas um, com Tevez.

A partir deste jogo, o Uruguai já havia conquistado a Copa América. Enfrentar o Peru na semi, e o Paraguai na final foi meramente protocolar. A celeste passou por cima, sem a menor cerimônia.

Aliás, o time uruguaio demonstrou na prática o tamanho dele perante os seus adversários. Colocou-os pequenos diante da camisa celeste, que agigantou-se como há muito não ocorria.

Agora, o desafio colocado para o Uruguai é a Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil.

Alguns dos melhores jogadores da seleção já tem mais de 30 anos de idade. Forlán terá 35 na Copa, Lugano - o capitão - estará com 33.

Há um processo de renovação em curso, demonstrado pelo vice-campeonato mundial Sub-17 e uma forte seleção Sub-20 que iniciará agora sua caminhada. Mas uma coisa é campeonato de meninos, a Copa exige muito mais do que qualidade. Tem que ter estômago! E isso não se ganha da noite para o dia.

As perspectivas são muito boas, mas há de se ter cautela em apontar o Uruguai como um dos grandes favoritos à Copa.

Se bem que, historicamente, é assim mesmo que eles gostam. Favoritos são os outros, eles são o Uruguai!

Aqueles mesmos que entraram para a história em uma final de Copa no Maracanã. Coincidência ou não, justo o palco da próxima final.

Outro Maracanazo? Nós não aguentaríamos...


Valeu,

Bruno Porpetta


domingo, 24 de julho de 2011

Volver a los 27

A morte de Amy Winehouse, ontem, cumpre uma espécie de "maldição" que acomete grandes astros e estrelas da música. Morrer aos 27 anos de idade.

Só para citar alguns exemplos: Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin, Brian Jones, Kurt Cobain, e se fuçar um pouco é provável que se encontre mais gente.

Parece que entrar no obituário, nesta idade, é a senha de passagem para a eternidade no mundo da música.

Por isso, desde 2007, quando completei 28 anos de idade, desisti completamente de me tornar um astro do rock.





Hoje, ao menos, eu escrevo.


Valeu,

Bruno Porpetta

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Copa América: o clássico dos tritongos

Uruguai e Paraguai farão a final da Copa América.

Nada que me faça lembrar mais de minhas aulas de gramática na escola.

Ao explicar os tritongos, invariavelmente, os exemplos utilizados pelos professores são Uruguai e Paraguai.


Em três destas está a final da Copa América



O tritongo do Rio da Prata, com todo o peso de sua camisa celeste, chegou à final porque estabeleceu uma curva ascendente na competição. Depois de dois empates sonolentos e uma vitória magra na primeira fase, veio a Argentina, e toda aquela velha história de superação dos uruguaios se colocou à mostra.

Passar pelo Peru depois acabou se tornando mole. O Uruguai já havia chegado!

Em outro canto do mapa, mas no mesmo dos livros de gramática, o Paraguai chegou. Do jeito mais estranho possível, mas chegou. Com cinco empates - em cinco jogos, que se diga - o Paraguai foi indo, indo, e quando viram, já estava lá.

Um time que tem como maiores destaques - bola, não o nome - o lateral-esquerdo (Estigarribia) e o goleiro (Justo Villar) não demonstra muita vocação para gols e vitórias. Mas assim mesmo, chegou.

No domingo, ambos decidem uma Copa América tecnicamente fraca, com gigantes cambaleando e surpresas de fazer qualquer pessoa, que tenha permanecido congelada nos últimos 10 anos, cair para trás. Quem diria que a Venezuela chegaria à semifinal? Nem Hugo Chávez!

E quem diria que uma seleção conseguiria perder quatro pênaltis seguidos? E quem diria que seria o Brasil???

Esta Copa América, não tem professor de gramática, ou de história, que consiga explicar. Apesar de eu lembrar até hoje que Uruguai e Paraguai são tritongos.


Valeu,

Bruno Porpetta

domingo, 17 de julho de 2011

As bobagens a la Galvão Bueno

Pronto, perdemos!

Desperdiçar quatro cobranças de pênalti é ridículo! Devia dar cadeia!

Mas, ainda assim, não acho que seja motivo de tanto alarde.


Mano errou, mas merece mais um voto de confiança



Mano cometeu vários erros na primeira competição que disputou pela seleção. Porém, tem um grande mérito, achou o sistema de jogo ideal para seus grandes jogadores.

Deve acontecer uma mudança de duas ou três peças, mas o esquema é esse mesmo.

Isso porque torna o time mais ofensivo, e a própria Copa América mostrou que nossa defesa, com exceção de falhas individuais, estava protegida. Nosso ataque, também por deficiências individuais, não funcionou a contento.

Lembremos que Ganso, de quem tanto se espera, voltava de duas contusões que o tiraram dos campos por quase sete meses.

No entanto, Mano demonstrou certa insegurança no posto. O que pode, inclusive, ter sido decisivo na disputa por pênaltis.

Só que ele é o único bom treinador disponível que adotaria este sistema. Que manteria as principais peças.

Se, por exemplo, Muricy assumir o cargo, muda o esquema. Podem ter certeza disto!

O jogo que nos eliminou foi o nosso melhor jogo, mas pecamos nas finalizações. E não podemos culpar o gramado pelas bizarras cobranças de pênalti.

Acho que, fundamentalmente, o que faltou foi mais tempo pra este time jogar. O time é excelente, mas precisa ganhar conjunto e leva-se tempo para isso. Além disso, pode pesar contra nós um longo período de amistosos, sem disputar as Eliminatórias.

O que não se pode fazer é, mais uma vez, como sempre, arrumar um Cristo para crucificar. Sejam os jogadores, seja o treinador.

Não vou nem falar dos dirigentes porque estes sempre merecem ser derrubados, com vitória ou derrota.

Questionar o único treinador que, hoje, é capaz de manter um esquema que facilite o jogo bonito em uma Copa dentro de casa, é uma péssima ideia. Gostaria de ver minha seleção jogando o futebol do meu país diante dos meus olhos. Para vê-lo jogando como europeus, que mandem a Copa para a Europa!

Pensar, em alguma hipótese, em tirar Paulo Henrique Ganso é um crime de lesa-pátria.

Dentre os questionados, somente Robinho pode sair do time. Não tanto por ele, que jogou bem contra o Paraguai, mas porque o time melhora com Pato mais aberto e Fred centralizado no ataque. André Santos, dentro do que foi convocado, ainda tem lugar. Até porque Mano não convoca Marcelo, sabe-se lá por quê?!

Temos é que fazer muitos amistosos com esse time. Torná-lo um time, não um bando de craques!

E treinemos mais pênaltis, por favor!


Valeu,

Bruno Porpetta


E nem precisa de tanta teoria...

Após as ridículas cobranças de pênaltis brasileiras no jogo contra o Paraguai, pelas quartas-de-final da Copa América, encontrei no YouTube este trecho de um programa da Discovery Channel, onde se aborda, cientificamente, as penalidades.

Não precisa tanto, mas é bom os meninos da seleção darem uma olhada.




Valeu,

Bruno Porpetta

Como bater um pênalti?

A eliminação da Argentina perante o Uruguai, na Copa América, suscita tal questão.

Quase sempre que um jogador toma grande distância para bater um pênalti, perde!

Já diziam que pênalti é tão importante que o batedor devia ser o presidente do clube, ou da República!

E justamente o jogador mais popular da seleção argentina, perdeu a penalidade.

Carlitos Tevez tomou uma distância enorme para cobrar, e Muslera defendeu. A distância é diretamente proporcional à insegurança para bater.

A distância para a cobrança, não importando a força do chute, deve ser média. Até a risca da grande área tá ótimo!


Perder faz parte, mas tem que treinar


A diferença no chute se dá na corrida para a bola e no jeito em que o pé bate nela.

E essa história de loteria também é balela! Tem que treinar cobranças de pênaltis! Até pra pegar o melhor jeito para batê-los.

Mas não é o tipo de coisa que dá pra ensinar por aqui.

Vai por mim.

Tenho experiência no assunto e, não à toa, sou o cobrador oficial de pênaltis do Havana FC!


Valeu,

Bruno Porpetta

sábado, 16 de julho de 2011

De que lado do Rio da Prata você samba?

Hoje tem Argentina x Uruguai, pelas quartas-de-final da Copa América.

Por esta competição foram 13 vitórias argentinas, 13 vitórias uruguaias e três empates. O que dá a tônica da igualdade entre as camisas.

Se analisarmos somente o jogo de hoje, podemos até afirmar que a Argentina é favorita. Tem time melhor, tem o melhor jogador do mundo, joga em casa e já mostrou algum futebol nesta edição da Copa América, ao contrário do Uruguai, que ainda está devendo.

O único elemento que coloca a celeste olímpica em vantagem é a curvatura da linha evolutiva de ambas as seleções. A do Uruguai, no último período, é claramente ascendente. Já a da Argentina está empacada.

Mas é Argentina x Uruguai! Duas camisas que pesam mais de uma tonelada cada uma no mundo do futebol. O que torna o confronto aberto.

Sem favoritismos, sob pena de cometer um equívoco gigantesco. Tão gigante quanto a história deste super clássico.

Só para lembrar, ambas fizeram a final da primeira Copa do Mundo, no Uruguai. Deu Celeste, por 4 a 2.




As águas do Rio da Prata estarão mais turbulentas hoje. E a terra deve tremer!


Valeu,

Bruno Porpetta

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A pirotecnia de factóides

Flamengo e Corinthians, as duas maiores torcidas do país, e agraciados pela Globo com as maiores fatias das cotas de TV para a transmissão dos próximos Campeonatos Brasileiros, tem como presidentes duas figuras, no mínimo, pitorescas no futebol brasileiro de hoje.


Flamengo e Corinthians: para inglês ver!


Do lado rubronegro, sua presidenta é Patrícia Amorim. Ex-nadadora do clube - reconhecida nacionalmente como tal - sucedeu Márcio Braga com o projeto de melhorar a estrutura do clube e investir nos esportes olímpicos.

Logo em seu primeiro ano de mandato, o Flamengo passou por um furacão! A cada semana, dividia-se entre páginas esportivas e policiais, e culminou com a prisão de seu goleiro por homicídio, com uma porção de qualificadoras do crime.

Neste período, pouco se expôs. Aliás, o departamento de futebol ficou entregue às baratas, o que permitiu que as coisas ficassem do jeito que ficaram.

Aí veio o reveillón, a chegada de Ronaldinho, e Patrícia Amorim virou arroz de festa.

Suas entrevistas são bem engraçadas. Ela fala com tantas pausas, que parece viver à base de Lexotan. Na verdade, é alguém que precisa pensar bastante para não falar bobagem. E ainda assim, como fala bobagem!

Há quem diga que ela não manda nada por lá. Que o poder, de fato, está na mão de um grupo que já dirigiu o Flamengo em outras oportunidades, e contribuiu inestimavelmente à maior dívida do futebol brasileiro.

Já no alvinegro paulista, Andrés Sanchez, que participou da gestão Dualib, chegou - sabe-se lá como - como novidade à presidência do clube.

Daí em diante, o cartola deu um "choque de capitalismo" no Corinthians. Montou bons times para os objetivos imediatos (Segundona, Paulista e Copa do Brasil) e conseguiu conquistá-los, mas seu principal departamento não era o de futebol. Era o de Marketing.

Além de camisas roxas, ou cheias de fotos de torcedores, ou com frases de efeito, veio Ronaldo. E a partir dele, recordes em vendas de camisetas e em espaços publicitários nas mesmas.

Até o sovaco virou lugar de propaganda. De desodorante, claro!

Pareciam macacões de Fórmula 1. Um modelo do que pode ser considerado um estupro da camisa de um clube, mas o Corinthians arrecadou bastante com isso. Foi a maior arrecadação entre os clubes brasileiros.

Apesar disso, o Corinthians também figura entre os maiores devedores entre os clubes da Terra de Santa Cruz.

Vira e mexe, algum jogador ganha destaque no futebol. Pronto, tudo que as fanfarrônicas diretorias de Flamengo e Corinthians queriam.

Demonstram interesse, sondam, fazem propostas. Resumindo: estão sempre na TV, dando entrevistas.

O problema é o impacto disso nas torcidas. Cria-se uma comoção na galera em torno do nome do craque, enquanto, na maioria das vezes, era só mais um caô midiático.

O nome da vez é Carlitos Tevez.

O Corinthians se dispõe a gastar R$ 90 milhões por Tevez. Mas de onde sai esse dinheiro? Do Itaquerão?

O Flamengo diz "por que não?", e a torcida diz "mas como?", e ninguém explica.

No Parque São Jorge já surgiram os nomes de Ganso, Neymar...

Na Gávea, os de Vágner Love, André, Kléber...

Não é difícil prever que, lá na frente, os nomes de Flamengo e Corinthians aparecerão no SPC, Serasa...


Valeu,

Bruno Porpetta


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Para o Dia do Rock

Quando Pete Townshend - guitarrista da lendária banda inglesa The Who - afirmava na Melody Maker que I Can't See For Miles era a música mais alta, suja e barulhenta que sua banda havia feito, não imaginava que estava ali, inventando o heavy metal, ao ser lido por Paul McCartney.

Era lançada em 1968, no Álbum Branco, dos Beatles, a canção que iniciava a história do barulho sujo no rock'n roll. Helter Skelter é um hino!

Homenageamos então nosso dia. O Dia do Rock!



Valeu,

Bruno Porpetta

terça-feira, 12 de julho de 2011

La cancha de nuestra America

A Copa América é a Copa do Mundo sem a Europa!


Nossos heróis sulamericanos, poeticamente descrevem nosso continente...



Contrariando os que dizem o contrário - que a Eurocopa é a Copa sem Brasil, Argentina e Uruguai - a competição de seleções do nosso continente é a Copa do nosso mundo. Da nossa América do Sul.

... cansado de tanta injustiça, de tanta exploração...


Tudo bem que, desde 1993, fomos invadidos por México, Costa Rica, Honduras, Estados Unidos e Japão. Tudo bem que os três primeiros são irmãos latinoamericanos, tão açoitados pela história quanto nós, mas os outros dois são somente frutos das negociatas de Nicolas Leóz. Pior ainda o convite feito, duas vezes, à Espanha, nosso algoz dos tempos "abertamente" coloniais.

E se na atual edição vem faltando futebol - que só estreou ontem na competição, no jogo da Argentina - nos salta aos olhos a alegria dos torcedores sulamericanos.



... e através do futebol, se solidarizam...


São festas lindas nos estádios. Os gritos das torcidas, as bandas que não param de tocar, o amor do nosso continente pelo futebol.

Cada torcida, cada grito, cada música representa ali a cultura de povos tão explorados quanto o brasileiro. Ou até mais! Mas, de qualquer forma, igualmente vitimizados pela miséria que nos deixaram os europeus.

... com músicas, livros e uma paixão inenarrável...


Hoje, esses povos se encontram pelo futebol. Cada um com sua rivalidade especial. Cada um com sua história, mas com alguma coisa em comum: o sonho de uma América livre, unida e sem miséria.

... pelo continente que ainda sonha ser livre!


Valeu,

Bruno Porpetta

Entre aquilo que temos e o que queremos

A seleção brasileira feminina de futebol, mais uma vez, foi eliminada pelos Estados Unidos na Copa do Mundo.

Temos de convir, somos freguesas das estadunidenses!

São 29 jogos entre as duas seleções. As meninas do Tio Sam já nos derrotaram 23 vezes. Vencemos por três vezes, e com este - que nos eliminou - foram três empates.

Geralmente, desde o início da geração Marta, chegamos às decisões jogando o fino da bola. Com um caminhão de gols sobre as adversárias, as brasileiras marcam pelo espetáculo.

Ao contrário das estadunidenses, suecas e alemãs. Cujo futebol é mais cirúrgico, com padrão tático mais desenvolvido. Os resultados as conduzem, até o momento em que estes dois padrões de jogo se confrontam. Aí é que a porca torce o rabo!



Uma andorinha não faz verão: Marta não resolve sozinha



Precisamos admitir, apesar do endeusamento midiático, que o futebol feminino no Brasil engatinha.

O eternamente prometido investimento no futebol feminino, tanto por parte da CBF, como da parte do governo federal, não se concretiza. Pouquíssimos clubes tradicionais do futebol masculino, montam times femininos. Dos que o fazem, o Santos merece maior destaque.

Para além disso, o futebol praticado entre as mulheres ainda é um tabu. Neste aspecto, o Brasil sofre para desempacar do século XIX. A imagem de uma jogadora de futebol ainda é masculinizada. Fora as piadinhas, que são sempre as mesmas.

Superando todas estas dificuldades, o Brasil ainda conseguiu produzir a maior craque do futebol feminino mundial. Marta é a melhor jogadora de todo o planeta!

Mas devemos entender que Marta é Marta. Nas comparações feitas a Pelé, mais uma vez masculiniza-se a craque, como se fosse fundamental compará-la a um homem da mesma profissão.

Além disso, Pelé foi o maior gênio do futebol em toda a história. Traçar esta comparação é uma carga enorme sobre os ombros de Marta, tal como de qualquer outro ser humano.

Temos outras grandes jogadoras, mas é importante reconhecer que não estamos, ainda, no nível das demais.

Primeiro, diante de tantas mazelas, é impossível competir em pé de igualdade com países que possuem ligas organizadas, investimento na formação de novas jogadoras e profissionais especializadas em futebol. Até porque, geralmente, elas são dirigidas por homens, que muitas vezes não sabem diferenciar os gêneros.

Depois, até por não possuir tais profissionais, a formação de jogadoras em algumas posições específicas, como a de goleira, fica comprometida. Além da preparação tática, técnica e física das jogadoras não atingir o ideal, que nos capacite a jogar mais do que somente o nosso talento permite.

Se pudermos traçar alguma comparação masculino, vale dizer que os homens da seleção brasileira só ganharam a Copa do Mundo depois de 28 anos passados da primeira edição. E nunca foram campeões olímpicos.

No futebol feminino, ainda teremos um longo caminho pela frente, mas temos um futuro promissor. Só basta uma forcinha dos que decidem tudo. E dispensamos uma outra guerra mundial antes do nosso título.

Mas, da mesma forma que, antes de Pelé, tivemos Friedenreich, Domingos da Guia, Leônidas da Silva e Zizinho, teremos ainda muitas craques entre as mulheres. A Marta é só a primeira delas.

Mas não por concessão dos dirigentes, sim pelos nossos próprios pés.


Valeu,

Bruno Porpetta

sábado, 9 de julho de 2011

Cala a boca, Galvão!

Ao ouvir os comentários de Casagrande no jogo do Brasil contra o Paraguai, percebi que existe uma certa "predisposição" da Globo em criticar o estilo de jogo brasileiro. Em especial, a Mano Menezes.

O problema da seleção está, fundamentalmente, em peças que não estão funcionando a contento. O que não significa, necessariamente, que elas devam sair do time.

Além de Galvão Bueno, do qual já nem se espera algum comentário razoável que seja, tecer críticas a baixa intensidade de produção de Neymar, o comentarista Casagrande esculachava a substituição de Jadson. Tudo isso, num tom quase raivoso.



A torcida brasileira agradece



A resposta a tudo isso é simples. Este time precisa de mais tempo!

Talvez uma ou outra alteração pontual de jogadores, mudança de posicionamento, mas não se pode mudar esta estrutura que vem sendo montada. É um time que, se suas peças funcionam, joga com a bola nos pés. Muito diferente da descaracterizada seleção de Dunga, especialista em contra-ataques.

No fim das contas, para os interesses da Globo, as competições que a seleção disputa não são experimentais. É preciso ter resultado imediato!

Imagina ficar com uma Copa América na mão, sem o Brasil? Sem o principal produto para exportação da dupla CBF-Globo e seus aliados?

A meu ver, pouco importa se o Brasil ganhará esta Copa América. Se ganhar, ótimo! Estarei torcendo por isso. Caso não aconteça, é preciso dar jogo, tempo de convivência, para este excelente time que a seleção tem hoje.

Mudar o treinador hoje, seria um equívoco que compromete nossa preparação para a conquista da Copa em casa.

Se o projeto é com Mano, siga com ele. A não ser que ele mostre que, de fato, não é capaz de fazer esse time jogar.

Pode ser também que o projeto não o inclua. Aí, Mano vai depender mais do que nunca do resultado na Copa América. Se não, sua cabeça vai a prêmio para milhões de telespectadores.


Valeu,

Bruno Porpetta


A pergunta que fica

Esta semana, o Real Madrid apresentou aquele que é tratado como o maior reforço do ano para o time, o lateral-esquerdo português Fabio Coentrão.

Enquanto assistimos a André Santos empunhando a camisa meia-dúzia da seleção brasileira na Copa América, o titular da última temporada do time merengue na posição era Marcelo, que não é de hoje, joga muito, mas está sempre arrumando alguma confusão. Seja em campo, ou fora dele.

A falta de crédito de Marcelo perante Dunga e Mano Menezes, de forma alguma, se deve ao seu futebol. Sim, ao seu comportamento.



Porque a seleção não gosta de Marcelo?



Não há nada demais, no comportamento dele, que justifique tal decisão, a meu ver. Ele é indisciplinado, mas joga. E isso ainda nos falta na seleção, um lateral-esquerdo que jogue.

Porém, com a contratação de Coentrão pelo Real, o sinal amarelo fica aceso.

Desta vez, é José Mourinho, que trabalha dia a dia com Marcelo, que está dando um sinal de que algo não vai bem. Afinal de contas, depois de uma grande temporada, porque ele não deve jogar? Ou jogará fora de sua posição?

Mas a pergunta que, realmente, fica pululando aqui: será que Dunga e Mano tinham razão em não convocá-lo?


Valeu,

Bruno Porpetta

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Kléber e os dilemas atuais do futebol

O novo modelo de negociação em torno dos direitos de transmissão expõe, logo de cara, suas deficiências.

O interesse do Flamengo na contratação de Kléber, praticamente o único jogador do time do Palmeiras, é um caso claro de quem já dança conforme essa nova música.

Após dirigentes palmeirenses, além de Felipão, empenharem a Gávea por Kléber, o Flamengo tenta um acordo para adquirir 100% dos tais direitos federativos do atacante, ficando com seu estádio e celeiro de (boas e más) histórias no futebol.

Simples entender.

Com o "fim" do passe, para que um jogador seja transferido de um clube para outro, basta que o pretendente deposite o valor da multa rescisória na conta do detentor dos direitos dos jogadores. Os deveres dos jogadores ninguém quer adquirir.

Neste caso, a vontade do jogador de sair do atual clube, acaba sendo determinante. Aí, não discutamos quais são as vontades do jogador. Podem ser salariais, ou ambientais e, em última instância, até por amor ao clube.

A novidade, no caso específico entre Flamengo, Kléber e Palmeiras, é a garantia do negócio.


Globo e você, Deus me livre!



O rubronegro carioca vem com toda essa bala na agulha graças ao dinheiro das cotas de transmissão dos seus jogos. Grana polpuda, negociada isoladamente com a Globo, após o desmonte do Clube dos 13 promovido, principalmente, por Flamengo e Corinthians.

E a partir de agora, conheceremos a nova ordem do futebol brasileiro. Onde a repartição do bolo dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro vai definir uma redução da quantidade de clubes que, a médio prazo, disputarão o título. Fica escancarado que a Rede Globo e seus anunciantes não toleram mais a existência de tantos clubes grandes no Brasil. Pode parecer um papo estranho, mas o capitalismo brasileiro não tem condições de subsistir toda a diversidade do futebol brasileiro. Melhor acabar com alguns.

A forma encontrada, pasmem, é dar-lhes dinheiro! Nunca os clubes receberam tanta bufunfa em cotas televisivas! Parece incrível!

Porém, a disparidade entre o ganho de uns poucos e de outros muitos cresceu.

Hoje, por exemplo, o mesmo Flamengo, que hoje pode tentar seduzir Kléber, ganha cerca de três vezes o valor dado ao Botafogo, clube grande da mesma cidade.

Alguns argumentam que o tamanho da torcida e, consequentemente, de consumidores, define a questão. Mas esta é a lógica de quem trata o futebol como produto. Não é esta a nossa cultura.

Significa que, daqui a algum tempo, alguns poucos clubes terão verdadeiros esquadrões, com maiores salários e maior capacidade de aliciar jovens craques. Outros, terão que se virar com o que tem e podem pagar.

Neste início de corrida "armamentista" dos times, o Flamengo parece levar clara vantagem sobre o Palmeiras, que pode falar suas bravatas magoadas, mas terá mesmo que rezar para o jogador querer ficar.

E isso é só o início...


Valeu,

Bruno Porpetta

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Quando se perde a razão

O comentarista de futebol é o profeta do caos. Ele é analista de problemas das equipes, com dificuldades de propor soluções.

Ao mesmo tempo, ele também é torcedor. E lá da arquibancada, não se contém em comentar a partida, desde que seu time não esteja em cima do adversário.

Se o clube do seu coração está pressionando, criando chances, chutando a gol e levantando a torcida, parece que seu time não possui um defeito sequer. Joga muito e merece golear!


No dia do jogo, a isenção ó...



Se leva um gol, em contra-ataque, o resultado se torna injusto. Em geral, a arbitragem acaba pagando o pato.

Por isso, lugar de comentarista é na cabine de transmissão. Se descer pra arquibancada, esse negócio de isenção já era!

Posso assegurar-lhes.


Valeu,

Bruno Porpetta


P. S.: Que acaba de vir do Engenhão, onde o Flamengo derrotou o São Paulo por 1 a 0. Não estou habilitado a falar sobre o jogo, pelo menos, hoje. Vencemos! Isso basta!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Foi péssimo, mas sem motivo para desespero

Empatar em 0 a 0 com a Venezuela é um absurdo! Inaceitável!

Tal como o empate em 1 a 1 da Argentina - jogando em casa e com o melhor jogador do mundo - com a Bolívia.

Esse papo de "não existe mais bobo no futebol" é uma galhofa com a cara do torcedor. Aliás, muito pelo contrário, creio que o futebol brasileiro é que foi ficando bobo com o tempo.

Tudo porque, durante muito tempo, abrimos mão daquilo que é nossa característica fundamental: a liberdade.

E não é liberdade, necessariamente, ofensiva. É a graça, o despojo, a "irresponsabilidade" com a bola. Tal como Clodoaldo que, na final da Copa de 70 contra os italianos, driblou quatro jogadores na frente da área. Ficamos sujeitos às vontades de um "comandante" que atende pelo cargo de treinador e submete os jogadores à esquemas táticos cada vez mais simpáticos à arquitetos, menos a boleiros.

Mas isso é papo pra outro momento. O que nos importa agora é a estreia pífia contra a seleção bolivariana da Venezuela, os Vino Tinto. Concorre ao jogo mais chato do ano!


Chávez e o povo venezuelano tem muito a comemorar hoje



Dizer que o time venezuelano - que por convicções ideológicas muito me apraz - jogou atrás, com marcação forte, é mais uma destas bobagens repetitivas para entrevistas.

Quem, em sã consciência, vai jogar contra a seleção brasileira e se abrir como um botão de rosa?

Então, é óbvio que a obrigação de criar espaços é do Brasil! Aí entramos nas questões mais relevantes sobre o jogo. As péssimas atuações individuais.

Ganso, a grande esperança de um toque de genialidade no meio-campo, foi uma nulidade.

Neymar, o mais badalado do momento, pouco produziu.

Robinho, que vem de boa temporada no Milan, fez mais firulas que qualquer outra coisa.

No primeiro tempo, quem levou mais perigo ao gol venezuelano foi Pato. Por um motivo simples, chutou a gol. Parece que os jogadores desaprenderam que, para a bola chegar ao gol, é preciso chutá-la naquela direção.

O que já foi ruim, conseguiu piorar na segunda etapa. Não fosse a baixa qualidade dos atacantes venezuelanos, a coisa podia ser ainda mais trágica.

Aliás, coisa que a Bolívia tinha mais, no empate com os argentinos.

Mas ainda não é para se desesperar.

O que Mano pensa para a seleção não é ruim. Se mantém Robinho um pouco mais preso ao meio-campo, libera mais Ganso para encostar no ataque e Neymar, apesar de formar uma linha de três no meio, aberto pela esquerda, pode partir pra cima dos adversários com mais tranquilidade e/ou entrar pelo meio, tabelando com Pato.

O Brasil, fatalmente, vai se classificar para a segunda fase. E é aí que a porca vai torcer o rabo.

Por isso, sem motivo para pânico. Mas, como diria o presidente venezuelano Hugo Chávez: "Por ahora!"


Valeu,

Bruno Porpetta