quinta-feira, 14 de julho de 2011

A pirotecnia de factóides

Flamengo e Corinthians, as duas maiores torcidas do país, e agraciados pela Globo com as maiores fatias das cotas de TV para a transmissão dos próximos Campeonatos Brasileiros, tem como presidentes duas figuras, no mínimo, pitorescas no futebol brasileiro de hoje.


Flamengo e Corinthians: para inglês ver!


Do lado rubronegro, sua presidenta é Patrícia Amorim. Ex-nadadora do clube - reconhecida nacionalmente como tal - sucedeu Márcio Braga com o projeto de melhorar a estrutura do clube e investir nos esportes olímpicos.

Logo em seu primeiro ano de mandato, o Flamengo passou por um furacão! A cada semana, dividia-se entre páginas esportivas e policiais, e culminou com a prisão de seu goleiro por homicídio, com uma porção de qualificadoras do crime.

Neste período, pouco se expôs. Aliás, o departamento de futebol ficou entregue às baratas, o que permitiu que as coisas ficassem do jeito que ficaram.

Aí veio o reveillón, a chegada de Ronaldinho, e Patrícia Amorim virou arroz de festa.

Suas entrevistas são bem engraçadas. Ela fala com tantas pausas, que parece viver à base de Lexotan. Na verdade, é alguém que precisa pensar bastante para não falar bobagem. E ainda assim, como fala bobagem!

Há quem diga que ela não manda nada por lá. Que o poder, de fato, está na mão de um grupo que já dirigiu o Flamengo em outras oportunidades, e contribuiu inestimavelmente à maior dívida do futebol brasileiro.

Já no alvinegro paulista, Andrés Sanchez, que participou da gestão Dualib, chegou - sabe-se lá como - como novidade à presidência do clube.

Daí em diante, o cartola deu um "choque de capitalismo" no Corinthians. Montou bons times para os objetivos imediatos (Segundona, Paulista e Copa do Brasil) e conseguiu conquistá-los, mas seu principal departamento não era o de futebol. Era o de Marketing.

Além de camisas roxas, ou cheias de fotos de torcedores, ou com frases de efeito, veio Ronaldo. E a partir dele, recordes em vendas de camisetas e em espaços publicitários nas mesmas.

Até o sovaco virou lugar de propaganda. De desodorante, claro!

Pareciam macacões de Fórmula 1. Um modelo do que pode ser considerado um estupro da camisa de um clube, mas o Corinthians arrecadou bastante com isso. Foi a maior arrecadação entre os clubes brasileiros.

Apesar disso, o Corinthians também figura entre os maiores devedores entre os clubes da Terra de Santa Cruz.

Vira e mexe, algum jogador ganha destaque no futebol. Pronto, tudo que as fanfarrônicas diretorias de Flamengo e Corinthians queriam.

Demonstram interesse, sondam, fazem propostas. Resumindo: estão sempre na TV, dando entrevistas.

O problema é o impacto disso nas torcidas. Cria-se uma comoção na galera em torno do nome do craque, enquanto, na maioria das vezes, era só mais um caô midiático.

O nome da vez é Carlitos Tevez.

O Corinthians se dispõe a gastar R$ 90 milhões por Tevez. Mas de onde sai esse dinheiro? Do Itaquerão?

O Flamengo diz "por que não?", e a torcida diz "mas como?", e ninguém explica.

No Parque São Jorge já surgiram os nomes de Ganso, Neymar...

Na Gávea, os de Vágner Love, André, Kléber...

Não é difícil prever que, lá na frente, os nomes de Flamengo e Corinthians aparecerão no SPC, Serasa...


Valeu,

Bruno Porpetta


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Bruno Porpetta