domingo, 29 de junho de 2014

Circo de horrores

O que dizer da atuação da seleção brasileira contra o Chile pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo?

Acho que o título é auto-explicativo.


Nunca começamos tão bem uma partida nesta Copa. Até o gol do Chile, ensaiávamos fazer um bom jogo, dentro das claras limitações que nosso elenco possui.

Pois bem, após o gol de Alexis Sanchez, em falha de Hulk na defesa, o caldo entornou. O Brasil viu 50 se repetindo, viu em Sanchez uma espécie de Ghiggia e não se viu mais a seleção brasileira em campo.

Muito se especula sobre o emocional dos jogadores, o que, a meu ver, procede. Este emocional acabou com o time e até com a coxa esquerda de Neymar.

Mas o que pouco se fala é do emocional de Felipão.

Felipão demonstra em suas coletivas estar profundamente abalado, intranquilo, ansioso. Quem mais enxerga o fantasma de 50 onde ele não existe é o próprio treinador da seleção.

Talvez porque se falou muito em título, desde a vitória na Copa das Confederações. Aliás, talvez não. É isso mesmo!

O treinador, na onda de seu prestígio popular, acabou por embarcar na história da obrigação pelo título, que não existe, nem nunca existiu.

Como se pode exigir o título de uma geração mais frágil que as anteriores? Do time de um craque só? Impossível!

Isto não significa que o Brasil não possa ser campeão. Pode, mas não tem obrigação, nem time, pra isso.

Não acredito que o Brasil vá repetir uma atuação tão ruim daqui pra frente, mas vai enfrentar times mais prontos, com menos peso nas costas e jogadores de alta qualidade.

No momento, o Brasil só tem mais camisa que os seus adversários diretos na caminhada para o hexa, embora isto não seja pouca coisa.

O problema da torcida comprar a ideia da obrigação é um, que não precisa de solução. O treinador comprar esta ideia é outro, que é muito difícil de solucionar. Se ele já introjetou no time esta ideia, não dá pra fazer um cavalo-de-pau agora e dizer que não era bem isso.

Ou seja, se o hexa vier, será desse jeito. Matando-nos do coração.

Portanto, aproveite a semana para realizar um check-up. Enquanto é tempo...


Valeu,

Bruno Porpetta

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Seleção da Copa

Em dia de folga dos jogos da Copa, dá pra conjecturar uma porrada de coisas. Como a cabeça fica meio oca, é possível brincar e refletir sobre a primeira fase da Copa, que se encerrou ontem.



Isto posto, faremos uma Seleção da Copa. Como a FIFA me permite convocar 23 jogadores, vou usá-los todos. Até porque eu acho que ficaria injusto colocar um e deixar outros na mesma posição de fora. Depois cada um monta o seu time titular, ok?

Então vamos lá:

Goleiros: Ochoa (México), Enyeama (Nigéria), Howard (EUA)

Laterais-direitos: Fabian Johnson (EUA), Gamboa (Costa Rica)

Zagueiros: Thiago Silva (Brasil), David Luiz (Brasil), Hummels (Alemanha), Medel (Chile)

Laterais-esquerdos: Blind (Holanda), Evra (França)

Volantes: Schweinsteiger (Alemanha), Luiz Gustavo (Brasil), Cabaye (França), Bolaños (Costa Rica)

Meias: Brahimi (Argélia), James Rodriguez (Colômbia), Cuadrado (Colômbia), Valbuena (França)

Atacantes: Neymar (Brasil), Messi (Argentina), Robben (Holanda), Benzema (França)

É claro que tá faltando gente! Mas não cabia todo mundo.

Merecem ainda uma menção honrosa o zagueiro Rafa Marquez e o meia Giovani dos Santos, do México, o goleiro Bravo e o meia Aranguiz, do Chile, o atacante Van Persie, da Holanda, o zagueiro Godin, do Uruguai, o atacante Campbell, da Costa Rica, o atacante Shaqiri, da Suíça, o meia Matuidi, da França, o meia Di Maria, da Argentina, o atacante Emenike, da Nigéria, o atacante Muller, da Alemanha, o meia Feghouli e o atacante Slimani, da Argélia.

Bem, pra mim é isso. E pra você?


Valeu,

Bruno Porpetta

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Morde e assopra

Hoje saiu a punição a Luisito Suárez, o cara da seleção uruguaia, que mordeu o ombro de Chiellini, da Itália, no jogo que classificou a Celeste às oitavas-de-final da Copa.



Foram nove jogos de suspensão em jogos oficiais, regidos pela FIFA, pelo Uruguai, retirada do credenciamento de Suárez para permanecer em qualquer ambiente da Copa, quatro meses de banimento do futebol e uma multa. Ou seja, caso o Uruguai seja eliminado pela Colômbia já nas oitavas, Suárez perderá oito jogos das eliminatórias (não vale para a Copa América, que é organizada pela Conmebol), quase o turno todo.

Vamos ao fato gerador da barafunda toda: Suárez mordeu o ombro do sujeito!

Não dá pra tergiversar sobre isso. A postura da Associação de Futebol Uruguaia e da seleção, que negaram o fato, é uma grande bobagem.

Isto posto, vamos ao histórico: Suárez cometeu este desatino pela terceira vez. Uma pelo PSV Eindhoven, no Campeonato Holandês, outra pelo Liverpool, no Campeonato Inglês, e esta agora.

Sem dúvida que isto pesou na punição. A punição aplicada no primeiro episódio foi de sete jogos, dos quais ele cumpriu dois e teve a pena reduzida em cinco. Na segunda, ele pegou 10 jogos de gancho, sem redução.

Suárez é daqueles casos típicos no futebol de histórias de vida difíceis, com dificuldades familiares. Ainda jovem já tinha que lutar contra o alcoolismo, e o futebol acabou sendo uma redenção em sua vida.

Isto, por si, o absolve? Não.

Suárez precisa entender que suas atitudes não são corretas, não deixam de ser agressões - por mais peculiares que sejam - e prejudicam seus companheiros de clube e/ou seleção.

Não acho que punições resolvam o problema, ainda mais no caso dele, que já foi punido e não resolveu nada.

Mas era necessário fazer alguma coisa. Quando outros agrediram, foram punidos. Logo, alguma punição haveria. Não é plausível esperar alguma atitude mais "humana" por parte de FIFA.

O que deve se discutir é: qual o sentido de proibi-lo de jogar bola - exercer sua profissão - por quatro meses?

Simplesmente, não faz sentido algum. E se a punição não faz sentido, ela não tem valor nenhum.

Não educa, não repreende, não faz nada!

Simplesmente, impede que Suárez exerça sua profissão. Aquela que o redimiu em sua vida conturbada.

Além disso, impedi-lo até de almoçar com seus companheiros de seleção é de uma desumanidade sem igual.

Perdeu com isso também o futebol.

Enfim, condenar é mole, mas existem situações onde as saídas não podem ser as mais fáceis.


Valeu,

Bruno Porpetta

Vai começar a Copa

A Copa do Mundo, a rigor, só começa nas oitavas-de-final.

Mesmo que vários jogos da primeira fase tenham sido interessantíssimos, alguns até épicos, a Copa começa pra valer agora, quando já se separou o joio do trigo.

Quem veio só com nome, ou o time era ruim mesmo, já voltou pra casa. Sobraram 16 seleções que começam, no sábado, a matar 16 países do coração.

A tendência é que o número de gols, até então alto, dê uma caída. Quanto mais tensos os jogos, menos os times se expõem.


De agora em diante, é Operação Erro Zero para todas as seleções. Quem errar menos, passa.

Todas rumo ao Maracanã, no dia 13 de julho.

Alea jacta est!


Valeu,

Bruno Porpetta

terça-feira, 24 de junho de 2014

Quando um país entra em campo

O Uruguai possui cerca de três milhões de habitantes, um quarto da população da cidade de São Paulo.

Assim, no absoluto, é um país pequeno.



Agora, ponha uma camisa azul celeste nessa rapaziada, um gramado abaixo de seus pés, faça as marcações de cal e todos os três milhões entram dentro de campo.

Aí fica difícil segurar. Os caras vem com um time razoável, com alguns bons jogadores e um craque chamado Suárez, além de uma torcida apaixonante, muito diferente desta boiada silenciosa brasileira "com muito orgulho, com muito amor".

A Itália abriu mão de jogar contra o Uruguai. E mesmo que o Uruguai seja tecnicamente inferior, teve a seu lado uma torcida enlouquecida que empurrou o time para dentro do gol, através das costas de Godin.

A lamentar apenas a aposentadoria precoce de Pirlo e Buffon da seleção. Deixarão saudades na Copa.

Sobre as polêmicas do jogo, Marchisio mereceu ser expulso, assim como Suárez também merecia - embora ainda deva ser punido por mais uma mordida no adversário.

Pois é, o fantasma de 50 ainda anda solto por aí. E o próximo jogo da Celeste é no Maracanã.

Tremei!


Valeu,

Bruno Porpetta

Necessariamente Neymar

O Brasil bateu em bêbado ontem, no Mané Garrincha.

Enfrentou uma seleção de Camarões sem seus maiores talentos, esfacelada por problemas internos e eliminada.



Ok. Isso basta para achincalhar a seleção? Não.

O time do primeiro tempo, ainda com Paulinho (que a meu ver foi bem contra a Croácia, e só), fazia apenas ligação direta da defesa para o ataque. Os lançadores que municiavam o ataque eram David Luiz, Daniel Alves e Marcelo.

O primeiro gol saiu em jogada de Luiz Gustavo pela esquerda.

Dá pra reclamar de Fred? Sim, mas nem tanto.

Com um meio-campo que não cria nada, fica difícil ter um centroavante na área. Fred erra ao não sair da área para ajudar na construção do jogo no meio-campo.

Assim, Neymar ganha um peso gigantesco na criação das jogadas que ele mesmo tem que definir. Ou seja, mais um pouco o craque brasileiro teria que bater escanteio e subir na área pra cabecear. Assim fica difícil.

Em compensação, a entrada de Fernandinho foi alentadora. O meio-campo funcionou melhor e o Brasil conseguiu dominar completamente o jogo. Deu até pena de Camarões.

A grande preocupação agora é se Felipão terá peito pra mudar seu querido time. Não dá pra ter muitos sentimentos nessa hora. Se a mudança é necessária, deve ser feita.

E não é só Paulinho que deve sair. O Daniel Alves que se cuide...

Caso contrário, Neymar será cada vez mais necessário. Mas se for muito bem marcado, em um teste mais difícil que os da primeira fase, fodeu!

Que venha o Chile, que é freguês, mas tem um time melhor que a média dos anteriores.


Valeu,

Bruno Porpetta

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Das coisas da Copa

Depois de alguns dias no meio do mato, revigorando as baterias mas com TV pra ver a Copa, dá pra falar de algumas coisas sobre a Copa que merecem destaque.

Uma delas é a Argentina.

Não jogou nada em dois jogos, mas tem o Messi. O cara meteu dois golaços e definiu o placar dos dois jogos. O treinador Sabella comete erro atrás de erro, deve agradecer a Dios por ter o Messi jogando a seu favor.

E a propósito, não foi pênalti do Zabaleta no iraniano!



Outra, é a Alemanha.

Quando pegou um craque sem time, goleou. Quando pegou um time sem craque, penou.

Agora enfrenta os EUA, podendo fazer um jogo de "comothers" que classifica os dois. O treinador dos EUA é Jurgen Klinsmann... dizer mais o quê?

A terceira é a Costa Rica.

Você junta um treinador inteligente, um time muito esforçado e um excelente jogador (Campbell), o resultado não é nenhuma surpresa.

Mas que a Costa Rica, merecidamente, subverteu qualquer lógica no grupo da morte, isso sim.

A quarta é o Brasil.

Sabe o que realmente me preocupa? O Brasil não está na sua melhor safra de jogadores. No entanto, nunca vi tantos jogadores da seleção estrelando propagandas durante a Copa.

Dos 11 titulares, oito (que eu tenha visto) estão estrelando propagandas.

Não é nada, não é nada, não é nada mesmo. Mas seria melhor ganhar a Copa antes...

Já que está na moda fazer listas do melhor e do pior da Copa, vou arriscar fazer o mesmo.

Vou listar as 10 coisas mais importantes que ocorreram nestas duas rodadas, embora ainda tenha muita Copa pela frente.

1 - A torcida 'coxinha' brasileira. Como os ingressos são caros, a maior parte dos frequentadores (nem é bom chamar de torcedores) dos jogos do Brasil nunca esquentaram cimento numa arquibancada. A galera foi transportada do sofá para as arenas, sem escala. Resultado: só sabem cantar uma música (o hino 'coxinha' do "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor") e estão levando um vareio de outras torcidas. Até mesmo quando o Brasil está em campo, como contra os mexicanos que, em menor número, sufocaram o hino 'coxinha'.

2 - As torcidas sul-americanas. Já tem tempo que essa Copa virou Libertadores. O tanto de 'hincha' que tem circulado pelas ruas e ido aos estádios está maravilhosamente absurdo. Os caras vieram e estão dando aula de torcida pros brasileiros. Houve, inclusive, duas tentativas de invasão nas arenas limpinhas da FIFA, tratadas pelas autoridades de forma bizarra. Manda os caras irem pro boteco! Deportação, que nada...

3 - A volta dos gols. Tinha tempo que não saía tanto gol em Copa. Ao menos esta bênção estamos presenciando. É gol toda hora, de tudo quanto é jeito. Alguns golaços, mas outros bem esquisitos, como o gol de Gotze contra Gana, uma cabeçada no próprio joelho e do joelho para o gol. Coisa linda!

4 - A Costa Rica. Precisa explicar?

5 - A insubordinação das torcidas à FIFA. As torcidas africanas levaram seus instrumentos, os chilenos levaram rojões e, se os paraguaios aqui estivessem, levariam as pedras que mataram o futebol do Elivelton no Defensores del Chaco. Que se dane a FIFA!

6 - O chororô dos brasileiros durante o hino. A emoção é tanta que eles choram e não jogam. Que tal inverter?

7 - O gol de Klose. Com apenas um toque na bola, Miroslav Klose igualou o recorde de gols em Copas que antes pertencia somente ao boneco gordo da campanha do Aécio.

8 - O cabelo despenteado do Cristiano Ronaldo. Em Salvador, às 13h, contra a Alemanha, não tinha topete que resistisse. Um momento mágico!

9 - A reação de Klinsmann diante do gol perdido contra Portugal. Ao ver o sujeito dos EUA ter o gol inteiro à sua disposição e acertar um simples joelho no caminho, o ex-atacante alemão - que fazia gols aos montes - falou até português.

10 - Ver parte da turma do #nãovaiterCopa vibrando com gols. Sem comentários...


Valeu,

Bruno Porpetta

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Malditos hinchas!

Sejamos sinceros, as centenas de torcedores chilenos detidos no Maracanã pela tentativa de invasão do estádio para ver o jogo contra a Espanha que classificou de maneira brilhante a seleção do excelente Jorge Sampaoli só estão sendo tão divulgadas e rigorosamente punidas porque foi pela Sala de Imprensa.



Quando cerca de mil argentinos invadiram o Maracanã no domingo, para ver o golaço de Messi contra a Bósnia, quase ninguém soube. Entraram pelas catracas mesmo.

Agora que o mundo todo viu a invasão, a FIFA precisa tomar providências. E tomou as piores, como sempre se pode esperar da entidade.

Os chilenos tem 72 horas para deixar o país ou serão deportados.

Deportados?

Estamos falando de torcedores de verdade, gente que senta a bunda em arquibancada. Não de filhos da classe média que se amarram em cantar seu orgulho e seu amor por ser brasileiro, mas preferiam morar na Europa.

Esta deportação é das coisas mais absurdas que podem haver. Eles são torcedores, estão por aí nos bares tomando sua cerveja, gastando dinheiro no Brasil e queriam muito ver sua seleção aniquilar a atual campeã mundial.

Uma das coisas mais bonitas da Copa é este clima de Libertadores. Para isto, não pode haver plateia, tem que haver torcida.

É exatamente isto que a FIFA não gosta, de torcida, de futebol e de quem gosta de futebol. Para eles é só um espetáculo, não tem nada de paixão.

Quero mais umas dez Copas, desde que a FIFA não controle mais o futebol.


Valeu,

Bruno Porpetta

Que se dane "la roja", que volte "La Furia"

Para quem não sabe, sou descendente de família espanhola e torço pela seleção da Espanha desde a Copa de 86, quando a Espanha era um país que ia a Copa do Mundo para "jogar como nunca e perder como sempre".



A camisa pesava muito para países menores do futebol, fora dos grandes centros do ludopédio mundial. Perto de outros como o Brasil, a Alemanha, a Itália, a Argentina, não tinha nada de furiosa. Pelo contrário, ficava mansinha, mansinha...

Foi roubada descaradamente pelo Brasil por duas vezes, em 62 e 86. Ao passo que foi também roubada até pela Coreia do Sul, em 2002. Ou seja, não tinha tanto peso assim.

De repente, os caras formam uma geração que ganhou a Euro 2008 e sentiu que podia ganhar o mundo. Acabou por ganhá-lo em 2010.

Não contente, tornou a ganhar a Euro em 2012. Mas aí, este ciclo estava se encerrando sem que a Espanha percebesse.

Neste período, a seleção espanhola aboliu o apelido de "Furia Española", passando a ser "la roja". Nada contra, acho bonita a cor vermelha. Além disso, a "roja" estava ganhando tudo. Eles estavam podendo ser chamados até de "leopardos ibéricos", se assim quisessem.

Só que o encanto acabou. E não basta apelar apenas ao óbvio declínio físico de um Xavi envelhecido, existem outras razões.

O tal atacante de referência espanhola só deu certo até a saída de Villa do time. Antes mesmo do declínio de Xavi, quando Villa se lesionou seriamente seu futebol nunca mais foi o mesmo e isso fez uma diferença danada. Porque Villa fazia parte da troca de passes espanhola, o tal Tiki-Taka.

Ou seja, o time por inteiro tocava a bola. Quando Villa saiu e abriu lugar para centroavantes clássicos de área, que definem jogadas ao invés de participar delas.

A Espanha tentou Torres, Llorente, Soldado e Diego Costa. O primeiro foi o cara em 2008, mas também se lesionou e nunca mais foi o mesmo. E era justamente o cara que mais fácil perderia a posição para que a seleção espanhola pudesse vencer a Copa em 2010.

Só o último sabia jogar com velocidade fora da área, por isso veio. Só que não era o Atlético de Madrid. Haviam craques ao seu lado, coisa que ele nunca havia visto na vida, e assim ele sumiu em campo.

Além disto, Diego Costa não coube no estilo de jogo espanhol. O último que coube foi Villa, que não é mais aquele.

É provável que a Espanha entre em campo contra a Austrália, no clássico dos perus da Copa, que morreram de véspera, com fome de gols para aliviar a vergonha. Só que isto vai se materializar se a Espanha achar o gol logo, caso contrário a Austrália pode começar a acreditar na vitória. E aí, fodeu!



Neste momento, é fundamental que o time espanhol se lembre da Fúria.

Daquele que não comemorava o sexto gol, porque já estava eliminado. Como foi com Luis Henrique, atual treinador do Barcelona, em 98.

É pra Espanha acabar com a Austrália, se restar alguma dignidade na fuça destes senhores espanhois. Eu acho que existe dignidade ainda.

Mas aí, eu acho que devem voltar Xavi e Villa. Eles merecem não ver tudo o que fizeram acabar deste jeito.

Portanto, "re-Viva La Furia"!


Valeu,

Bruno Porpetta

Antes agora...

Ok! O empate entre Brasil e México expôs nossas deficiências (que não são poucas) e joga um peso desnecessário para o jogo contra Camarões, que tende a ser mais fácil.

Não fomos bem, assim como já não havíamos sido brilhantes contra a Croácia. A diferença está na variação de jogadas. Quando Oscar foi bem, pudemos chegar mais ao gol adversário. Porque Neymar está supermarcado e não vai resolver sempre. Ontem foi um caso desses.



Neymar não conseguiu dar sequência às arrancadas, tampouco alguém dividiu responsabilidades com ele. Ou seja, ficou escancarada a tal da "Neymardependência".

É preciso também reconhecer os méritos do adversário. O México marcou muito bem, embora não tenha conseguido criar chances muito claras de gol, basicamente chutou (com perigo) de fora da área.

Isso pra não falar da atuação exuberante do desempregado goleiro Ochoa.

Felipão tem, na verdade, até a véspera das oitavas pra arrumar melhor o time, fazê-lo marcar mais à frente, variar mais as jogadas de ataque. A defesa vai quase bem, obrigado. Thiago Silva, David Luiz e Luis Gustavo estão bem. Já as laterais...

Até porque, convenhamos, a Copa começa nas oitavas, porque daí em diante não dá pra vacilar mais.

Só uma outra observação, nossa "torcida" levou um banho de apenas 17 mil mexicanos. Patético!


Valeu,

Bruno Porpetta

sexta-feira, 13 de junho de 2014

O jogo enamorado do Brasil

O Brasil, na estreia da Copa em casa, contra a Croácia, veio no espírito do Vai Ter Cópula!



O time demorou a entrar no jogo. Um tanto pela ansiedade de resolver logo a parada, diante de uma torcida mal educada que vaiou e xingou a Presidenta Dilma de uma forma vil, partindo da área VIP onde estavam artistas que já se manifestam publicamente a favor da candidatura de Aécio, o demônio da vez.

Outro tanto, porque Oscar demorou a entrar no jogo. O melhor em campo jogou por 75 minutos. Nos primeiros 15, errou tudo o que tentou, tanto passes curtos como dribles.

Coube ao Brasil inaugurar o marcador. O lateral-esquerdo Marcelo - que fez boa partida, diga-se de passagem - acabou botando pra dentro um cruzamento de Olic - o melhor croata em campo.

Aí o Brasil acordou, passou a tocar mais a bola, a ter mais paciência. Os croatas não davam muitos espaços e o empate só poderia sair do jeito que saiu, em jogada individual de Neymar que, diante do goleiro gigante Pletikosa, bateu sacanamente por baixo, bem no cantinho.

A tragédia croata já estava anunciada. Antes sair com um 0x0 no primeiro tempo do que permitir o empate, que colocou a torcida (se é que dá pra chamar aquilo de torcida, sem um preto no estádio) dentro de campo.

No segundo tempo, a despeito da opinião de muitos, o Brasil foi muito bem. Teve mais tranquilidade que no início do primeiro, tocou bem a bola, não deu muitos espaços para a Croácia.

Quando a Croácia equilibrou um pouco mais as ações, o juiz japonês - por incrível que pareça - viu demais no lance de Fred dentro da área. Deu um pênalti que, só com muito boa vontade, alguém poderia marcar.

Neymar bateu mal, mas fez. Quase mandou um telegrama para Pletikosa, dizendo onde iria bater.

Com 2 a 1 no placar, o Brasil relaxou ainda mais. Tanto que permitiu alguns sustos, mas fundamentalmente a Croácia chegava em chutes de fora da área, onde Julio Cesar pegou duas bolas, mas ainda não inspirou a confiança necessária que se precisa ter em um goleiro numa Copa.

Só um parêntese, se o Flamengo trouxer o Julio Cesar, não tem problema. Ele não jogará Copa do Mundo pelo Flamengo, então serve bem.

De qualquer forma, o Brasil foi senhor do jogo no segundo tempo. Com ou sem pênalti, resolveria a partida em algum momento.

E foi assim, com tamanha superioridade, que Oscar fez um golaço, coroando sua excelente atuação. Com o biquinho a la Romário. Mandou qualquer especulação sobre sua saída do time para as cucuias.

Os croatas estão revoltados com o pênalti, e com razão. Mas não jogaram tanto a ponto de impedir a derrota.

Em pleno dia dos namorados, o Brasil fez do seu jogo uma noite de amor. Começou duro, terminou mole.


Valeu,

Bruno Porpetta

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Chegou a hora!

Para os entusiastas e pessimistas, amantes do futebol e os que não tão nem aí, para torcedores e manifestantes, começa hoje a Copa do Mundo no Brasil.

Às 17hs (porque cerimônia de abertura é absolutamente irrelevante), vai rolar a bola pela primeira vez no Itaquerão (não Andrés Sanchez, não vou chamar o estádio como você quer, se vira nos naming rights) entre Brasil e Croácia.



Se por um lado, quem vai ao estádio não tem o que temer, por outro quem vai à manifestação deve enfrentar uma repressão tremenda em nome do sossego de quem ganha mais com o evento: os patrocinadores.

Nosso país está alugado temporariamente à FIFA e seus mantenedores, o que provocará a sensação de que tudo está na mais perfeita ordem para quem vê pela televisão. E é esse o intuito.

Um produto como a Copa do Mundo (e a FIFA trata como um produto mesmo) tem que parecer agradável aos olhos de quem o consome, e é com isso que o alto escalão dos cartolas se preocupa.

Se lá na Europa estiverem vendo o jogo no Itaquerão como se vê em Johannesburgo, ou em Berlim, o propósito foi cumprido.

Nosso povo é, quando conveniente, um mero acessório.

Pra além disso, é tudo campanha eleitoral antecipada. Mas como, durante a Copa, sou mais torcedor do que militante, a linha será o "que venha o hexa e dane-se a FIFA".


Valeu,

Bruno Porpetta

sábado, 7 de junho de 2014

Já o Havelange...

Não era nenhuma Brastemp, mas era ídolo de um grande clube. Como diria o próprio hino: "Glória do desporto nacional, ó Internacional..."

Portanto, todo o respeito ao ex-jogador Fernandão.



Não por emprestar sua imagem à RBS (afiliada da Globo nos pampas), mas porque era um bom jogador que liderou um time do Inter ao mundial interclubes. Pra não falar do Goiás, onde surgiu e também foi ídolo.

Enquanto isso, Havelange segue internado, aos 98 anos, com uma infecção respiratória... e ainda vivo.


Valeu,

Bruno Porpetta

Enfim, a Copa...

Pois é. A despeito da "guerra de torcidas" promovida entre governo (a quem caberia ser mais sensato) e movimentos sociais diversos e cada vez menos influentes nos rumos das mobilizações populares, vai começar a Copa do Mundo. Aquela que uns dizem que vai ter, outros dizem que não vai ter.

Talvez esta tenha sido a discussão mais imbecil que eu já tenha presenciado em minha "curta" vida.



Vai ter Copa porque parte considerável do povo quer que tenha. Não devia ter porque parte considerável do povo foi expulsa de suas casas, porque usou-se a Copa como pretexto para modelos de cidade excludentes, porque a FIFA é uma quadrilha que está se especializando em assaltar países da periferia do capital e o seu "padrão" não nos interessa, porque o Brasil abriu mão de sua soberania sobre pequenas partes de seu território para satisfazer os interesses dos assaltantes.

O custo dos estádios, sinceramente, é troco de pão. Não é pelos gastos que se pega a Copa pelo calcanhar de aquiles. É pelo futuro.

Pagou-se estádios para entregá-los à iniciativa privada. Por consequência, os ingressos são caros e o povo tem tido cada vez mais dificuldades para ir aos jogos, que já são ruins "só pra ajudar".



Portanto, em minha modesta opinião, enquanto estivermos debatendo se "vai ter" ou "não vai ter", estamos andando em círculos.

Sobre a competição em si, que é realmente muito mais interessante do que os tecnocratas da FIFA, quando me pedem pra cravar uma final, digo logo Brasil x Argentina.

Por quê?

Porque são as seleções favoritas que tem menos problemas físicos e mais jogadores decisivos de todas.

França sem Ribery; Alemanha sem Reus e com Schweinsteiger, Lahm e Neuer baleados; Itália praticamente só com o Balotelli para decidir, ou rezar para se marcarem muitas faltas na entrada da área para o Pirlo bater; Uruguai só com a história na mão e Suárez baleado; Espanha com um time mais velho e uma base que não conseguiu jogar bem neste ano; Inglaterra só ganha em casa e se for roubado; Portugal eu nem coloco na lista de favoritos, mas se alguém poderia decidir a favor dos lusos, seria Cristiano Ronaldo, e este também não está com o joelho muito confiável; a Holanda, no máximo, será vice... de novo.

No fim das contas, restaram sem problemas Brasil e Argentina.

A Argentina tem Messi, um grupo fácil, um time mais equilibrado que há quatro anos atrás, torcida mais presente que em outras Copas e a camisa.



O Brasil tem Neymar, um grupo não tão fácil que pode dar mais força ao time na reta final (ou não), uma defesa mais sólida que de costume. Torcida, se estiver esperando show, pode jogar até contra, como foi ontem no amistoso em São Paulo. Camisa, nem se fala... pesa muito!

Sobre a seleção brasileira, algumas impressões bem rápidas. Oscar deve perder a vaga se não jogar mais bola contra a Croácia, o William tá voando. O time é este, mas os laterais são o nosso calcanhar de aquiles, se entra pelas costas deles como se convidados fossem os atacantes.

Se tenho um favorito para esta hipotética final? Torço pelo Brasil, mas acho que dá Argentina.



A propósito, só para não deixar de cometer rubro-negrices por aqui, o gramado do glorioso estádio José Bastos Padilha, na Gávea, está lindo! A Holanda nos deu um presentão! Falta agora somente alguém ter coragem de recolocar as arquibancadas tubulares em torno do campo e voltarmos a mandar jogos na Gávea. Arena é o c...!


Valeu,

Bruno Porpetta