quarta-feira, 18 de junho de 2014

Que se dane "la roja", que volte "La Furia"

Para quem não sabe, sou descendente de família espanhola e torço pela seleção da Espanha desde a Copa de 86, quando a Espanha era um país que ia a Copa do Mundo para "jogar como nunca e perder como sempre".



A camisa pesava muito para países menores do futebol, fora dos grandes centros do ludopédio mundial. Perto de outros como o Brasil, a Alemanha, a Itália, a Argentina, não tinha nada de furiosa. Pelo contrário, ficava mansinha, mansinha...

Foi roubada descaradamente pelo Brasil por duas vezes, em 62 e 86. Ao passo que foi também roubada até pela Coreia do Sul, em 2002. Ou seja, não tinha tanto peso assim.

De repente, os caras formam uma geração que ganhou a Euro 2008 e sentiu que podia ganhar o mundo. Acabou por ganhá-lo em 2010.

Não contente, tornou a ganhar a Euro em 2012. Mas aí, este ciclo estava se encerrando sem que a Espanha percebesse.

Neste período, a seleção espanhola aboliu o apelido de "Furia Española", passando a ser "la roja". Nada contra, acho bonita a cor vermelha. Além disso, a "roja" estava ganhando tudo. Eles estavam podendo ser chamados até de "leopardos ibéricos", se assim quisessem.

Só que o encanto acabou. E não basta apelar apenas ao óbvio declínio físico de um Xavi envelhecido, existem outras razões.

O tal atacante de referência espanhola só deu certo até a saída de Villa do time. Antes mesmo do declínio de Xavi, quando Villa se lesionou seriamente seu futebol nunca mais foi o mesmo e isso fez uma diferença danada. Porque Villa fazia parte da troca de passes espanhola, o tal Tiki-Taka.

Ou seja, o time por inteiro tocava a bola. Quando Villa saiu e abriu lugar para centroavantes clássicos de área, que definem jogadas ao invés de participar delas.

A Espanha tentou Torres, Llorente, Soldado e Diego Costa. O primeiro foi o cara em 2008, mas também se lesionou e nunca mais foi o mesmo. E era justamente o cara que mais fácil perderia a posição para que a seleção espanhola pudesse vencer a Copa em 2010.

Só o último sabia jogar com velocidade fora da área, por isso veio. Só que não era o Atlético de Madrid. Haviam craques ao seu lado, coisa que ele nunca havia visto na vida, e assim ele sumiu em campo.

Além disto, Diego Costa não coube no estilo de jogo espanhol. O último que coube foi Villa, que não é mais aquele.

É provável que a Espanha entre em campo contra a Austrália, no clássico dos perus da Copa, que morreram de véspera, com fome de gols para aliviar a vergonha. Só que isto vai se materializar se a Espanha achar o gol logo, caso contrário a Austrália pode começar a acreditar na vitória. E aí, fodeu!



Neste momento, é fundamental que o time espanhol se lembre da Fúria.

Daquele que não comemorava o sexto gol, porque já estava eliminado. Como foi com Luis Henrique, atual treinador do Barcelona, em 98.

É pra Espanha acabar com a Austrália, se restar alguma dignidade na fuça destes senhores espanhois. Eu acho que existe dignidade ainda.

Mas aí, eu acho que devem voltar Xavi e Villa. Eles merecem não ver tudo o que fizeram acabar deste jeito.

Portanto, "re-Viva La Furia"!


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta