sábado, 31 de março de 2012

Dia de lembrar o que deve ser lembrado

Na noite de 31 de março de 1964, partindo do batalhão de Juiz de Fora, um destacamento militar rumava ao Rio de Janeiro, lá chegando no dia 1º de abril. Iniciava-se ali o golpe que derrubaria o governo de João Goulart e instauraria o inferno que durou, oficialmente, 20 anos.

Tempo de torturas, assassinatos, desaparecimentos, de gente que ousava ser livre.

A manifestação ocorrida na quinta-feira, em frente ao Clube Militar, foi duramente reprimida pela Polícia Militar. Lá dentro, militares, de forma cínica, comemoravam a "revolução" de 64, enquanto do lado de fora eram chamados pelos adjetivos corretos, como torturadores e assassinos que foram, impunemente.

Há nove anos somos governados por gente que foi torturada e presa por estes lacaios dos interesses estadunidenses, e até agora não sabemos a verdade sobre os inúmeros corpos que nunca mais foram encontrados.





O vídeo acima, pode até estar meio "batido", mas acho que nenhuma canção daquele período retratou tão bem o que, pelo menos, sentimos, já que não podíamos falar.

A militância me ensinou ao longo da vida que, quando não se quer resolver nada sobre determinado tema, cria-se uma comissão para discutí-lo.

Estamos às voltas com o debate sobre o estabelecimento da Comissão da Verdade, cujo papel é desvendar o que há de mistério no período da ditadura militar no Brasil. Obviamente, os militares são contrários à comissão. Exatamente por isso, todos nós que, direta ou indiretamente, tivemos subtraídos por estes monstros 20 anos de nossas vidas, devemos defendê-la.

No limite, se tivermos que abrir mão de algo, que seja a comissão, nunca a verdade!



Valeu,

Bruno Porpetta

terça-feira, 27 de março de 2012

Amado mestre!

Foi com muita tristeza que recebi a notícia da morte do vascaíno Chico Anysio.

Não só porque fez parte da minha infância, assistir aos inúmeros personagens criados pelo mestre do humor brasileiro.



Também porque o Brasil, de certa forma, fica mais mal humorado.

Diante dos vários humoristas da nova geração, sem o menor comprometimento com o respeito às pessoas, em especial, às mulheres, sugerindo estupros, pedofilias, entre outras bizarrices que parecem ter graça só para eles mesmos, Chico Anysio leva consigo o melhor do humor brasileiro.

Não digo nem sobre um humor enquadrado dentro do chamado "politicamente correto", que mesmo reforçando alguns preconceitos existentes na sociedade como um todo, são minimamente respeitosos, sem abusos ou incentivo a qualquer tipo de violência.

Chico leva consigo seus personagens, dos quais eu era fã, como Coalhada, Haroldo, Nazareno, Professor Raimundo, Bento Carneiro, Pantaleão, Justo Veríssimo, entre outros. Deixa aqui um humor de péssima qualidade, com Zorra Total, CQC, Pânico, e até mesmo a Turma do Didi, que parecia funcionar somente com os outros três Trapalhões.

Esteja onde estiver, Chico vai ao encontro de Costinha, Dercy Gonçalves, Rony Cócegas, Grande Otelo, Mussum, Zacarias, Zezé Macedo, Francisco Milani, Manoel da Nóbrega, José Vasconcelos, e uma infinidade de grandes artistas do humor, que deixam muitas saudades. Com certeza, deve ser um lugar muito divertido para se viver.

Abaixo, o link para uma linda homenagem do próprio Chico à história do nosso bom humor brasileiro:

http://www.youtube.com/watch?v=FOlc-JQw8fI


As cinzas de Chico, divididas entre sua cidade natal, Maranguape-CE, e, ironicamente (como não poderia deixar de ser) no Projac, complexo de estúdios de gravação da Rede Globo, onde se eternizou, ao mesmo tempo em que foi abandonado pela emissora, dando lugar a este tipo horrendo de humor (???).

Não sei vocês, mas eu sentirei muita falta do Chico!


Valeu,

Bruno Porpetta

quinta-feira, 22 de março de 2012

Ele merece!

Edmundo Alves de Souza Neto encerrou sua carreira, jogando pelo clube do coração, no dia mais triste de sua história. Naquele 7 de dezembro de 2008, após a derrota do Vasco por 2 a 0, contra o Vitória, em São Januário, o Animal deixava os gramados.



Um fim melancólico para quem amava o Vasco e não tinha nenhuma vergonha em deixar isso bem claro.

Quem, no alto do desespero, assume a camisa de goleiro contra o Cruzeiro, no ano do rebaixamento? Quem perde pênalti propositalmente, jogando pelo Cruzeiro, em São  Januário, sendo demitido no dia seguinte? Quem esculacha o maior rival e faz dancinha após o terceiro gol no clássico, aliás, um golaço?

Dentre outros exemplos, Edmundo é um grande ídolo do Vasco e não merecia um final de carreira daqueles.

Eis que o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, convidou-o para um jogo de despedida, no dia 28, em São Januário, contra o Barcelona de Guayaquil, o mesmo adversário da final da Libertadores de 1998, na qual o clube se tornou campeão.

Nada mais justo com Edmundo, nada mais inteligente por parte do Vasco.

O Animal (apelido dado pelo gênio do rádio, Osmar Santos) merece esta homenagem!

O Palmeiras, clube onde Edmundo também foi idolatrado, também se habilita?


Valeu,

Bruno Porpetta

quinta-feira, 15 de março de 2012

Parabéns! Ou não...

Se existe uma coisa que, infelizmente, não dá para cravar na mosca é o aniversário de Mafalda.



A menina de seis anos de idade, questionadora da humanidade, completa 50 anos de existência. Embora, nem mesmo Quino, o autor da personagem, concorda com isso, atribuindo apenas 48 anos a ela.

Hoje, em 15 de março, fazem 47 anos que a personagem passou a aparecer diariamente no Clarín, jornal de Buenos Aires.

De qualquer forma, se todos consagram esta data como aniversário de Mafalda, não sou eu quem vai demovê-los, tampouco deixar de dar parabéns a esta menina que ousa sonhar com um mundo melhor, inspirando muitos outros sonhadores.

Vida eterna a Mafalda!!!


Valeu,

Bruno Porpetta

terça-feira, 13 de março de 2012

Mudam as moscas...

Ricardo Teixeira, depois de 23 anos a frente da CBF, anunciou que está deixando a entidade.

Desgastado até o osso do cóccix, o agora ex-mandatário do futebol brasileiro sucumbiu aos tais "problemas médicos" que o afastaram nos últimos dias. É inegável que, além de perder o apoio irrestrito da Globo, a campanha por sua saída tomava proporções maiores do que se esperava. Teixeira acusou o golpe.

Em seu lugar, assume José Maria Marin.

A herança de Ricardo Teixeira


Iniciou sua "carreira" na política nos anos 60, como vereador em São Paulo, eleito pelo Partido da Representação Popular, fundado pelo mais famoso fascista brasileiro, Plínio Salgado. A joia da coroa foi a vaga de vice-governador do estado de São Paulo, compondo o governo biônico (indicado pelo regime militar) de Paulo "É mentira!" Maluf. Acabou até assumindo o governo após a saída de Maluf para, por dentro da "democracia", candidatar-se e eleger-se deputado federal.

Boa gente, né?





Acima, uma das últimas peripécias de Marin, o então vice-presidente regional Sudeste da CBF, deixando um garoto corinthiano sem a medalha do título da Copa São Paulo.

Lembro-me do dia em que fiquei sem minha medalha, de vice-campeão, do Torneio Interclasses da escola. Foi um dos dias mais tristes da minha vida! Imagino o garoto corinthiano, ou vira profissional e ídolo do Corinthians, ou nunca irá poder contar aos netos que foi campeão da Copa São Paulo.

Seus netos o interpelariam: "Mas, vô! Cadê a medalha?".

Não fosse a tecnologia, com olhos cada vez mais apurados, não seria possível descobrir o paradeiro da dita cuja. Está ali, no bolso de José Maria Marin, o novo presidente da CBF.

Um cabedal tão vasto de evidências, não deixa dúvidas que estamos entregues a outras moscas, porém...

Falando em moscas, o que pressupõe que nunca estão desacompanhadas, outro assunto veio, coincidentemente, à tona no mesmo dia.

http://espn.estadao.com.br/futebolnacional/noticia/245597_PAULO+ANDRE+CONFIA+EM+RONALDO+COMO+PRESIDENTE+DA+CBF+E+VE+FENOMENO+COM+PLANOS+DE+ASSUMIR+CARGO

O zagueiro Paulo André, do Corinthians, que acaba de lançar um livro sobre sua trajetória no futebol, cuja festa de lançamento teve a presença de Ronaldo Nazário, acredita que o ex-companheiro de clube possui vontade de assumir o comando da CBF, além de achar o nome do empresário da 9ine "interessante" para o cargo.

Bem mais simpático, né?


Podem me cobrar lá na frente, Ronaldo Nazário será, em algum momento, o presidente da CBF!

Pensem comigo, Ronaldo Nazário é o homem ideal para que tudo fique como está, mas com outra cara.

Ele desmonta parte considerável dos argumentos anti-Teixeira.

Um dirigente de futebol que saiba de bola

O empresário Ronaldo Nazário é do futebol.

Ao contrário de Teixeira, que não sabe sequer cobrar um lateral, o pentacampeão mundial é chamado de Fenômeno, simples homenagem a quem sabia muito o que fazer com a bola.

Sem dúvida, Ronaldo é um dos maiores craques da história do nosso futebol.

Alguém que, ainda, não tocou fogo no cinema

O dentuço, gênio da bola, goza de um prestígio perante qualquer ser vivo neste país que Teixeira, nem em sonho, ousaria ter.

Sua popularidade, emprestada à CBF, elimina qualquer possibilidade de crise na entidade nos próximos anos, dentre os quais realizará uma Copa do Mundo.

Bom é ser amigo do rei

Apesar das boas relações construídas por Teixeira com Lula, o ex-Presidente da República é grande amigo de Ronaldo Nazário.

Ali, ninguém teria vergonha em tirar fotos abraçados, mas digamos que, ser fotografado ao lado de Teixeira rende notícias não tão boas, além de necessárias explicações no dia seguinte.

É o famoso: "O quê que eu vou dizer lá em casa?".

Com Ronaldo Nazário, a proximidade de Lula em todo o processo fica facilitada.

Relações bem próximas

A empresa de Ronaldo Nazário já possui inúmeros negócios no futebol brasileiro.

Além de Neymar, o fenômeno dos bons negócios ainda lucra com o Corinthians.

O mesmo clube que foi presidido, até bem recentemente, por Andres Sanchez, atual Diretor de Seleções da CBF, indicado por Teixeira.

A óbvia conclusão

Os personagens se entrecruzam, e fazem chegar a mesma conclusão. Nada melhor, para manter tudo como está, que a saída de Teixeira e, posteriormente, sob clamor de dirigentes e torcedores, Ronaldo Nazário seja chamado à tarefa de assumir a presidência da CBF.

Lembram-se, logo acima, quando falávamos nas moscas? Pois é, e a m... continua a mesma.


Valeu,

Bruno Porpetta


P.S.: Ronaldo é chamado aqui de Ronaldo Nazário, tal como Pelé, que após parar de jogar, inventou tornar-se o Edson Arantes do Nascimento. Não à toa, continuamos chamando Maradona e Romário da mesma forma, desde a época onde brilhavam nos gramados.

domingo, 11 de março de 2012

Tricolores e rubro-negros, seja onde for

Dia de Fla-Flu!

Apesar dos inúmeros desfalques, sejam por contusão ou por poupança para a Libertadores - embora os dois estejam com as poupanças viradas para o Carioca -, é sempre um Fla-Flu!



Ainda mais, no ano do centenário do clássico, que ganhou este nome em 1933, através do jornalista Mário Filho. Aquele que, desde 1950, simplesmente dá nome ao templo do Maracanã.

Desde 1912, e a cisão no ano anterior do primeiro time do Fluminense com o clube, fundando posteriormente o primeiro time de futebol do Flamengo, a dupla se enfrenta.



Uma história que começou em 7 de julho de 1912, com vitória do segundo time tricolor sobre o recém-formado time rubro-negro, o ex-primeiro tricolor. De lá pra cá, foram 303 jogos, com 107 vitórias rubro-negras, 98 empates e igual número de vitórias tricolores. O Flamengo marcou 438 vezes, contra 403 tentos do Fluminense. Não falarei em títulos, para não parecer torcedor. Nem falarei em finais vencidas, para não ser anti-patriota.

Se existe um clássico em que ninguém, nunca, é favorito, é este!

No próximo domingo, na primeira capital do país, a Soterópolis mal cuidada pelo prefeito, é dia de Ba-Vi!

Igualmente um ano comemorativo, o clássico que completa 80 anos, continua cheio de charme, mas sem a pujança de antes, perante a nova ordem do capitalismo da bola, decididamente anti-nordestina e anti-nortista.



Em 18 de setembro de 1932, começa-se a contar a história do Ba-Vi, com vitória do Bahia por suculentos três a zero.

Os dois frequentaram, não há muito tempo, a terceira divisão do futebol brasileiro. Hoje, o Bahia está na primeira, o Vitória na segunda. Mas não era raro, até outros tempos, assistir a este clássico na elite do futebol brasileiro.

Diferentemente do clássico carioca, não houve nenhuma personalidade que o apelidou. O Ba-Vi foi obra do próprio povo baiano, este que lota estádios por onde passa. É urgente este reencontro na primeira divisão nacional!



Ao longo destes 80 anos, no total de 442 jogos, o Tricolor de Aço venceu por 177 vezes, o Leão Rubro-Negro conquistou 135 vitórias, ambos saíram de cara amarrada diante do empate por 130 vezes. O Bahia balançou as redes rubro-negras por 593 oportunidades, o contrário ocorreu por 493 ocasiões.

Imaginem se hoje alguém marca sete gols? Teremos uma marca histórica!

Seja pelo "entésimo" de um dos dois, seja pelo placar em si, que é vergonhoso pra quem leva.

Sob as bênçãos de Oxalá, que comecem as pelejas!


Valeu,

Bruno Porpetta

sábado, 10 de março de 2012

Ilha das Flores

Assisti a este filme na escola, provavelmente da mesma forma que inúmeras outras pessoas tiveram contato com ele.

De forma inteligente, bem humorada e bastante contundente, ele foi capaz de despertar em mim, ao menos, alguma indignação diante do mundo que vivemos.

De lá pra cá, quase nada mudou. Nem crianças deixaram de comer lixo, tampouco minha indignação diante disso diminuiu, muito pelo contrário.





Luto todos os dias para que este documentário faça parte do passado, de uma vez por todas.

Não me parece ser possível enquanto vigorar o capitalismo.

Que tal derrubá-lo?


Valeu,

Bruno Porpetta

sexta-feira, 9 de março de 2012

Parabéns pra quem?

Dia 8 de março, o Dia Internacional das Mulheres.



São anúncios de floriculturas por toda a parte. Homens, delicadamente, desejando felicidades às mulheres. Uma enxurrada de parabéns.



Parabéns para quem sofre, diariamente, pela violência masculina dentro de casa?



Parabéns para quem recebe salários inferiores aos dos homens, executando rigorosamente a mesma função?



Parabéns para não tem direito sequer sobre o próprio corpo, e é obrigada a morrer em açougues chamados de clínicas de aborto porque isto, em vários países, é ilegal?



Merecem parabéns, por suportar tamanha opressão todos os dias e, mesmo assim, não desistir.



Parabéns às mulheres que lutam, que não se acomodam. Seja como mães, como esposas, como trabalhadoras, como estudantes, mas especialmente, como guerreiras.



Mulheres que ousam romper com o culto à fragilidade, sem perder a ternura.



Enfim, muito mais que parabéns, estas merecem agradecimentos.



Por contribuir tanto para que todos entendamos que não existe mudança sem o fim do machismo. E o machismo é um valor do sistema que vivemos.




Valeu,

Bruno Porpetta

quinta-feira, 8 de março de 2012

Noites de Messi, Neymar e... Fred

A quarta-feira foi um dia de visitas a uma exposição de belas pinturas. Um dia que deixou a curadoria do Louvre com uma ponta de inveja.

Na noite catalã (fim da tarde para nós), foi a primeira bela obra de arte. Uma avalanche de bom futebol, conduzida pelo artista maior do planeta bola, Lionel Messi.


O dono da bola


Não foi um jogo, foi um desfile.

É importante lembrar que o jogo valia vaga nas quartas-de-final da Liga dos Campeões da Europa. O Barcelona já havia vencido o jogo de ida, na Alemanha, por 3 a 1. Bastava administrar a importante vantagem conquistada pelo time catalão.

Mas a inspiração dos grandes artistas da humanidade se abateu sobre o Barça e, principalmente, sobre Messi. Só dele, foram cinco gols (pela primeira vez na história da competição). Destes, três golaços. O jovem Tello marcou outros dois e perdeu a oportunidade de guardar mais um no fim do jogo.

O goleiro Leno, a despeito de ter falhado em dois gols, não pode ser condenado. Nem Yashin seguraria esse rojão. Pela frente, havia o melhor time do mundo e um dos melhores da história do futebol. Em um dia de grande inspiração.

Os 7 a 1 foram pouco, por incrível que pareça!

É bom destacar que este gol solitário do Bayer, marcado por Bellarabi, foi belíssimo. Por isso a bola entrou. Hoje, só era permitido fazer gols com classe. Isto, o Barcelona tem de sobra. E quanta sobra!

De Barcelona para minha terra natal, a cidade de Santos.

O maior porto da América Latina, o maior jardim de orla do mundo, o bolinho de bacalhau do Toninho, o pastel do Carioca, os gigantescos sanduíches do CPE (Centro de Paqueras do Embaré), Plínio Marcos, Patrícia Galvão - a Pagu, e a Vila Belmiro.

O estádio Urbano Caldeira é uma terra dentro da terra. Por lá passaram Zito, Pepe, Dorval, Mengálvio, Coutinho... E naquele solo brilhou Pelé!


Neymar, um dos maiores terráqueos do Santos, carrega o sobrenatural


Em proporções mais terráqueas, por lá está Neymar, que hoje destruiu o Inter com três gols, dois dignos de reprodução em tela.

Noite inspirada, muito provavelmente, pela noite catalã. Neymar assistiu Messi, aprendeu como fazer e, com gratidão, esculachou.

Houve um personagem mais silencioso, sem gols, mas igualmente encantador e, enfim, reencontrando seu futebol. O que falar da partida de Paulo Henrique Ganso? Monumental, é o mínimo!


Ele está de volta? Amém!


Pegamos um vôo para Buenos Aires, onde nossos poderosos reais bebem os melhores vinhos de uma combalida economia argentina, para aportar no estádio que melhor representa a dureza da Libertadores: La Bombonera.

O Fluminense foi, viu e venceu!

Com grandes partidas de Deco, Diguinho e Diego Cavalieri (o DDD?), o Fluminense se tornou o quarto clube brasileiro a derrotar o Boca Juniors dentro de seus domínios. Juntou-se ao Santos de Pelé, o Cruzeiro de Ronaldo e o Paysandu, de uma torcida apaixonada e maravilhosa, sacaneada pelos dirigentes locais e nacionais com mais constância que as chuvas de Belém.

Mas é preciso ressaltar que o Fluminense, além do grande time que tem, é o Fluminense de Fred.

O camisa nove do Flu é o que há de diferente na posição. Alia técnica e (muita) inteligência. Dá o seu tom para o jogo e marca gols. Volto a defender seu nome para a posição na seleção brasileira, e não recuo.


Para o craque, basta uma bola


Quando o Fluminense precisou amarrar o jogo para suportar a pressão do Boca, lá estava Fred, que malandramente arrumou uma falta no campo defensivo, interrompendo uma sequência de golpes do time de Riquelme contra a meta tricolor.

Para mim, foi o cara da partida!

Pode não ter sido cinematográfico como os jogos anteriormente comentados, mas foi simbolicamente importante, principalmente porque reafirma o Flu como um dos favoritos ao título.

Voltando um pouco ao mundo dos mortais, e a pedido de Sally Liechocki, que merece reverências tantas, um breve comentário sobre a estreia do Independente, de Tucuruí-PA, na Copa do Brasil.

Perdeu por 1 a 0, para o São Paulo, em Belém.


Não é um bloco de carnaval, são só umas comprinhas na 25


Deve agradecer pela má atuação do tricolor paulista, pois com o placar magrinho ganhou a oportunidade de caminhar pela 25 de março, fazer umas comprinhas e, quem sabe, comer uma fogazza no Gianotti.


Valeu,

Bruno Porpetta

terça-feira, 6 de março de 2012

A vida é feita de escolhas

Com Ronaldo dando as cartas no COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil, o eterno craque do gol "embala neném", o agora Deputado Estadual do Rio de Janeiro, Bebeto, passou a integrar a equipe que, para além de organizar o evento, varre a sujeira e abafa a fumaça de Ricardo Teixeira no comando do próprio Comitê, além da CBF.

Um gol do craque Bebeto que fez história


Não há dúvida alguma que Ronaldo e Bebeto, dentro de campo, formam um ataque maravilhoso.

Como em quase tudo na vida, quando existem antagonismos, diante de situações que os ensejam, existe o certo e o errado.

Mesmo que isso não seja um conceito absolutamente fechado, pois varia de acordo com o freguês, determinado por experiências de vida diferenciadas que acabam determinando a razão do próprio sujeito, cada um define, a seu bel prazer, o que é certo e errado.

Vejamos a questão específica da Copa no Brasil.

De um lado estão Ricardo Teixeira, João Havelange, Joseph Blatter, Jeróme Valcke (e seu traseiro queimado no Ministério dos Esportes), Andrés Sanchez, a família Marinho e Ronaldo, outrora genial e desafeto do mandatário do futebol brasileiro, hoje mais um empresário.

Do outro, muito menos gente.

Diante dos consensos folclóricos da Copa do Mundo em nossas terras, pouca gente ousou resistir ao acintoso "estado de exceção" criado para o evento.

Podemos citar algumas personalidades que estão ao lado desta minoria, como Juca Kfouri, Carlos Vainer, Raquel Rolnik, Luiz Antônio Simas, Ermínia Maricato e, mandando a humildade e meu lugar no mundo para a casa do chapéu, este mesmo que vos escreve.

Pessoas cujas contas bancárias, sequer em sonho, se aproximam dos valores existentes nas da primeira turma. O que nos felicita é, ao menos, estar com o sono em dia.

Mas junto aos "pobretões" que insistem em, abnegadamente, tentar evitar uma tragédia social causada pelos megaeventos que o Brasil está prestes a receber, está um Ilustríssimo Senhor cuja conta bancária, devido a anos dedicados à prática profissional do futebol, eleva um pouco a média para cima.

Romário, dentro e fora de campo, fugindo do óbvio


Nestes anos de dedicação ao (espetacular) futebol, começando nas categorias de base do modesto Olaria, passando por Vasco, PSV (HOL), Barcelona (ESP), Flamengo, Valencia (ESP), Fluminense e América, marcou 1002 gols e a vida de muitos apaixonados pelo esporte bretão.

Hoje, como Deputado Federal, surpreendentemente, a despeito de inúmeros preconceitos que o colocavam como mais um membro do chamado baixo clero da Câmara, onde se localiza o esgoto dos inúmeros negócios que lá são feitos, Romário de Souza Faria, ou simplesmente Romário, é um exemplo de parlamentar.

Não pela sua presença constante na Câmara, até porque alguns membros da casa poderiam até se ausentar permanentemente, sem fazer falta alguma. Principalmente, por sua firme atuação no lado dos "de baixo" com relação às barbaridades que a turma da Copa vem fazendo pelo país afora.






Bebeto, na condição em que se encontra, poderia reeditar duas grandes duplas de ataque.

Essa...


A de 94, campeã do mundo e consagrada como uma das maiores parcerias da história do futebol brasileiro e, por que não dizer, mundial.

...ou essa?


Ou a de 98, derrotada fragorosamente pela França, de Zidane, e marcada pela convulsão de Ronaldo que fez com que toda a seleção "amarelasse".

A diferença é que a primeira está do lado de cá, dos "pobretões". A segunda, ao lado das complexas relações entre dirigentes de futebol e empresários, que fazem o que fazem.

A vida é feita de escolhas


No filme O advogado do diabo, o próprio "coisa ruim", personagem de Al Pacino, atribui sua própria influência sobre Kevin Lomax, interpretado por Keanu Reeves, ao livre arbítrio.

Bebeto escolheu o lado de lá.

Uma pena...


Valeu,

Bruno Porpetta

domingo, 4 de março de 2012

Tapa de luva de pelica no preconceito

Ontem, em Contagem-MG, Sada/Cruzeiro e Vôlei Futuro decidiam a liderança da Superliga Masculina de Vôlei.

Jogo emocionante, vencido pelo Cruzeiro por 3 sets a 1, que garantiu-lhe a liderança. O Vôlei Futuro está em segundo lugar.

O resultado, o jogo e a classificação acabaram ficando em segundo plano nesta análise.

No ano passado, um dos casos mais vergonhosos de homofobia no esporte brasileiro agitou este mesmo confronto. Em coro, a torcida do Cruzeiro atacou o jogador Michael, do Vôlei Futuro, durante os playoffs decisivos da Superliga, enquanto este se preparava para sacar.


Uma das manifestações mais lindas do esporte brasileiro


O jogo de volta, em Araçatuba-SP, foi marcado por uma linda manifestação da torcida do Vôlei Futuro, e de seus jogadores, em solidariedade a Michael e contra a homofobia.

Voltando aos dias atuais, na rodada anterior, o Cruzeiro enfrentou, fora de casa, o Minas/Telemig, em Belo Horizonte.

Com o ginásio um pouco mais vazio, foi possível ouvir nitidamente a voz de uma mulher gritando "Vai lá, macaco! Volta pro zoológico!" para Wallace, do Cruzeiro.





Um caso raro de racismo tão flagrante na relação arquibancada-quadra (ou campo) no Brasil e, infelizmente, muito comum na Europa.

Provocou reações indignadas das diretorias, tanto do Cruzeiro, quanto do Minas, com notas públicas de ambos repudiando o ocorrido.

No jogo de ontem, o Vôlei Futuro entrou em quadra com uniformes pretos, com as inscrições "VF contra discriminação" à frente, e o nome de Wallace atrás das camisetas de todos os seus jogadores.

Para além da postura solidária da equipe, foi um tapa de luva de pelica no próprio Cruzeiro, agora vítima de seu próprio veneno.

Quem mandou a Terra ser redonda e continuar girando?


Valeu,

Bruno Porpetta

sábado, 3 de março de 2012

O dilema de Joel

Joel Santana, ou o Papai Joel, sempre foi um cara malandro.

Em quase todos os lugares onde trabalhou saiu numa boa com seus jogadores, que sempre levou na conversa, tal como um pai mesmo.

Assim ele conseguia domar os geniosos e craques de alta estirpe, cheios de regalias perante os demais.

Talvez, o único caso recente onde nem sua malandragem tenha dado resultado foi o de Jóbson, que, de volta ao Botafogo e prestes a concluir sua punição por doping, esperamos que retorne para jogar futebol e só, porque isso ele sabe fazer muito bem.

Como dizia Lênin: O que fazer?


Agora, Joel tem uma tarefa muito árdua à frente do Flamengo.

Imagine só. Depois de muitos anos de profissão, lidando com todo o tipo de jogador, Joel possui em seu elenco um cara que foi eleito por duas vezes o melhor jogador do mundo, campeão mundial pela seleção brasileira em 2002, é simplesmente um dos ídolos do Messi. Não só isso, recebe mais de um milhão de reais por mês e tem carta branca da diretoria pra mandar mais que a própria.

Este é Ronaldinho Gaúcho!

A torcida espera um jogador, não um astro do Youtube


O mesmo que, ao que parece, não está nem aí com a hora do Brasil. Cada vez treinando menos, cada vez se divertindo mais. É hoje o maior exemplo de anti-profissionalismo no futebol, e considerado por muitos um ex-jogador em atividade.

A torcida do Flamengo quer sua saída. Algumas informações dão conta de que parte dos dirigentes já cogita negociá-lo. Pouco a pouco, Ronaldinho já não convence mais ninguém.

Ainda assim, Joel o considera insubstituível. Conta incondicionalmente com ele para a conquista da Libertadores e do Carioca.

Joel está errado?

O treinador anterior, a despeito dos equívocos que cometeu, caiu por comprar briga com Ronaldinho. Joel não quer para si o mesmo destino.

Além disso, tem sempre aquela história de que craque pode decidir uma partida em segundos, num lampejo. E o treinador também conta com essa possibilidade.

Enquanto isso, Ronaldinho vai sendo escalado, vai jogando (???), e o problema continua, ou só aumenta.

Eu, no lugar de Joel, ficaria sem saber o que fazer, mas faria igualzinho ao que ele está fazendo.

Quem tinha que tomar providências, anda sem moral até pra comprar pastel na feira. Desse jeito fica difícil...


Valeu,

Bruno Porpetta


P.S.: Tema propositalmente colocado no dia do aniversário do maior ídolo do Flamengo, que nunca fez corpo mole para vestir a camisa que vestiu. Por sinal, a mesma de Ronaldinho.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Recapitulando II - Um ano na missão

Meus caros, minhas caras.

Desde o advento da internet, certas complicações, além de previsíveis, quase se tornam óbvias.

Óbvio que meu computador teria problemas, justamente durante o carnaval, para que eu ficasse sem o mesmo durante quase duas semanas.

Peço desculpas pela longa ausência, já prometendo compensá-los em breve.

Por tudo isso, daremos mais uma recapitulada em fatos recentes. Mas desta vez, só sobre futebol.

Afinal de contas, era carnaval e devo admitir que não me preocupei muito com a crise econômica mundial durante este período.



Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem!


Um lance. Apenas um lance marcou a história do futebol brasileiro por muito tempo.

Não foi um drible, não foi um belo passe e, principalmente, não foi um gol. Isso mesmo, não foi gol!

Era semifinal da Taça Guanabara. A peleja era disputada entre Flamengo e Vasco, com um público ridículo diante da grandeza do "Clássico dos Milhões". Pouco mais de 20 mil pessoas assistiram, talvez, ao melhor jogo do ano no Brasil, e um dos melhores de todo o globo da bola. Uma ode à "inteligência" da FERJ, marcar um clássico deste porte para as 10 horas da noite, em uma quarta-feira de cinzas.

Rubro-negros e cruzmaltinos faziam uma excelente partida, onde logo de cara Vágner Love abriu o placar, com um belo gol de perna esquerda, após um drible desconcertante em Fágner, que ficou a ver borbulhas de "amor" no lance.

O empate veio com Alecsandro, após bola rebatida para a frente por Felipe, em chute cheio de veneno vindo do pé esquerdo mágico de Juninho.

E não é que depois de tudo isso, foi um não-gol que ganhou destaque?

Léo Moura toma a bola do defensor vascaíno e leva vantagem na corrida. Consegue, com um carrinho, tocar a bola para dentro da pequena área, por baixo das canetas de Fernando Prass. Sobraram Deivid e o gol!







Um simples toque na bola, feito por uma lontra, a empurraria para o fundo das redes.

Mas Deivid fez isso que você pode assistir no vídeo acima.

Apesar das inúmeras possíveis explicações para o lance, juro que, na hora, me deu vontade de rir.

Digamos que, para alguém já marcado por gols incrivelmente perdidos pelo Flamengo, este foi um atestado de indolência latente.

Esta mania de criar dancinhas para comemorar gols começa a afetar até a feitura dos mesmos. Ele devia estar pensando em quais seriam os passinhos. Se era um samba, homenageando o finado carnaval, ou um fado, para sacanear os rivais. Ninguém nunca saberá!

Até porque, para que se hajam danças, é preciso marcar os gols. E este não saiu. Bateu na trave com sutileza, inversa à queda prostrada de Deivid ao chão, após ver a bola correndo para longe da rede depois de tamanha displicência.

Nesta, fico com uma frase de Muricy: "A bola pune!". E puniu Deivid categoricamente!



A segunda nota do samba


O Palmeiras era o tal "Samba de uma nota só".

Bola parada, Marcos Assunção na cobrança, gol!

Eram poucos, e sempre desta forma.

Pode ser que estejamos todos enganados, e seja apenas aquele sprint de coelho da São Silvestre, que nunca vai tão longe, mas o Palmeiras "descobriu" outra forma de fazer gols. E o melhor, mais gols!

A presença de Barcos faz o Palmeiras navegar em águas mais tranquilas


Barcos caiu como uma luva no ataque palmeirense. Chegou marcando gols atrás de gols. Resultado: o Palmeiras consegue fazer mais de dois gols em uma partida.

Prova disto foi o empate recheado de bolas na rede contra o São Paulo: 3 a 3.

E olha que Marcos Assunção não fez nenhum!

O argentino, recém-chegado ao Palmeiras, marcou dois. O primeiro deles foi um golaço, driblando dois zagueiros tricolores dentro da área. O segundo é mostra de quem sabe das coisas, tanto pelo domínio (raríssimo no futebol de cabeças-de-bagre atual), como pelo toque na bola para o canto do gol em um curto espaço de tempo.

Por enquanto, pelo menos, o argentino do time "italiano" tá dando samba. Vamos dar tempo ao tempo, para saber se não é apenas "um rio que passou em minha vida, e meu coração se deixou levar".



O retorno do Peixe?


O Santos voltou a dar show!

Enfiou meia dúzia na Macaca, podendo fazer mais, com excelentes atuações de Neymar e Ganso.

Um sopro de esperança para 2014, embora haja um justificável temor de que seja somente um sopro.

Há tempos não se via os dois craques santistas funcionando em tamanha consonância.


A Macaca e o gato se consolam das pauladas que levaram


Coitada da Ponte Preta, que terminou o jogo com seis gols na sacola e três expulsões. Até o juiz teve piedade e encerrou a partida aos 44 minutos. Melhor assim.



O despontar do favoritismo


A quem me pergunta quais os times brasileiros que despontam como favoritos na Libertadores, eu não demoro a responder: Corinthians e Fluminense.

O primeiro já tem um time montado desde o ano passado, e vai enchendo o papo como a galinha, de grão em grão.

Lidera o Campeonato Paulista. De suas nove vitórias, cinco foram pelo placar mínimo, outras duas por 2 a 1, e duas incríveis goleadas de 2 a 0.

Parece pouco, mas o Corinthians é um time entrosado, com bons jogadores, que quase não toma gols e pouco perde seus jogos. No Paulista, por exemplo, está, junto com o Palmeiras, invicto.

Além do mais, possui no banco um Adriano mais magro e mais disposto.


O Imperador voltou?


Esta combinação de fatores pode ser importantíssima na Libertadores.

O segundo foi campeão da Taça Guanabara, depois de uma fase de classificação capenga, jogando parte dela com o time reserva.

Crise quando não valia nada. Na hora da decisão, só sorrisos.


Aí está o x da questão. Já deram uma olhada no time reserva do Fluminense?

Conta "somente" com Rafael Sóbis, Vágner, Rafael Moura, entre outros bons jogadores. O Fluminense tem um elenco capaz de ir longe, e seu time titular, adicionado de Thiago Neves, parece estar se encontrando.

Na hora da decisão, o Flu cresceu e papou a Taça Guanabara. Pode não ser muita coisa, mas é importante para garantir uma disputa tranquila da primeira fase da Libertadores, e mesmo no grupo do Boca Juniors (ARG), a possibilidade de garantir uma campanha que o beneficie para as próximas fases.



Quem é mais burro? Ronaldinho ou a unanimidade?


O Brasil inteiro parece estar se convencendo daquilo que a torcida do Flamengo já está farta de assistir. Ronaldinho Gaúcho, a cada partida, tanto pelo Fla, quanto pela seleção, demonstra ainda mais a condição de ex-jogador em atividade.

No Flamengo, dada a bagunça de sua diretoria, que permite ao R10 mandar e desmandar lá dentro, sem muito compromisso com a bola e a torcida, até compreende-se que seu desempenho seja este "picolé de chuchu".

Já para Mano Menezes, sua perspectiva de longo prazo com Ronaldinho parece fazer pouco sentido, ainda mais após o amistoso contra a Bósnia.

Disputado na Suíça, em um estádio com capacidade para 15 mil pessoas (poderia ter sido feito no Caio Martins, em Niterói), o Brasil, mesmo vencendo, foi mal. Ronaldinho conseguiu ser pior que a média ponderada entre o ridículo e o leniente.

Mais um pouco e ele deita pra tirar um cochilo


Um espectro de jogador, mal servia para plantar-se sobre papeis, para que estes não se percam no vento.

Todo mundo sabe que o time brasileiro é jovem, e jogadores mais experientes podem ser muito úteis, mesmo no banco. Ronaldinho é o favorito de Mano para ocupar este espaço, mas do jeito que a coisa anda, é preferível reconvocar Pelé, com 71 anos de idade.

Ronaldinho poderia, ao menos, esforçar-se para ser a referência da molecada para 2014. Parece não querer nem isso. Lá na minha terra, costumamos classificar isto como burrice.

Dizia Nelson Rodrigues que toda unanimidade é burra, e Ronaldinho vem se tornando uma às avessas. Ninguém o quer em lugar nenhum!

Resta saber quem é mais burro.



E não é que um ano se passou?




Em 27 de fevereiro, última segunda-feira, ao completar dois anos morando na melhor cidade que eu poderia escolher pra viver, o Rio de Janeiro, o blog também aniversariou.

Um aninho de idade, mais de 13 mil acessos.

Acho que dá pra ficar minimamente feliz com o resultado.

E grato a quem, apesar da minha ranhetice, continua dando audiência para o blog.



Última nota, pra não dizer que não falei das flores


Apenas um comentário sobre o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro.


"Quando eu piso em folhas secas, caídas de uma Mangueira..."


O sétimo lugar da Mangueira que, como definição do meu amigo Bil-Rait Buchecha, fez a maior roda de samba da história em plena avenida, é de uma insensibilidade flagrante.

Apoiaria plenamente se a verde-e-rosa decidisse não mais desfilar na Sapucaí. Passasse a desfilar na Rio Branco, no meio do povo! É lá que a Mangueira é mais Mangueira!



Valeu,

Bruno Porpetta