sábado, 31 de março de 2012

Dia de lembrar o que deve ser lembrado

Na noite de 31 de março de 1964, partindo do batalhão de Juiz de Fora, um destacamento militar rumava ao Rio de Janeiro, lá chegando no dia 1º de abril. Iniciava-se ali o golpe que derrubaria o governo de João Goulart e instauraria o inferno que durou, oficialmente, 20 anos.

Tempo de torturas, assassinatos, desaparecimentos, de gente que ousava ser livre.

A manifestação ocorrida na quinta-feira, em frente ao Clube Militar, foi duramente reprimida pela Polícia Militar. Lá dentro, militares, de forma cínica, comemoravam a "revolução" de 64, enquanto do lado de fora eram chamados pelos adjetivos corretos, como torturadores e assassinos que foram, impunemente.

Há nove anos somos governados por gente que foi torturada e presa por estes lacaios dos interesses estadunidenses, e até agora não sabemos a verdade sobre os inúmeros corpos que nunca mais foram encontrados.





O vídeo acima, pode até estar meio "batido", mas acho que nenhuma canção daquele período retratou tão bem o que, pelo menos, sentimos, já que não podíamos falar.

A militância me ensinou ao longo da vida que, quando não se quer resolver nada sobre determinado tema, cria-se uma comissão para discutí-lo.

Estamos às voltas com o debate sobre o estabelecimento da Comissão da Verdade, cujo papel é desvendar o que há de mistério no período da ditadura militar no Brasil. Obviamente, os militares são contrários à comissão. Exatamente por isso, todos nós que, direta ou indiretamente, tivemos subtraídos por estes monstros 20 anos de nossas vidas, devemos defendê-la.

No limite, se tivermos que abrir mão de algo, que seja a comissão, nunca a verdade!



Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta