sexta-feira, 2 de março de 2012

Recapitulando II - Um ano na missão

Meus caros, minhas caras.

Desde o advento da internet, certas complicações, além de previsíveis, quase se tornam óbvias.

Óbvio que meu computador teria problemas, justamente durante o carnaval, para que eu ficasse sem o mesmo durante quase duas semanas.

Peço desculpas pela longa ausência, já prometendo compensá-los em breve.

Por tudo isso, daremos mais uma recapitulada em fatos recentes. Mas desta vez, só sobre futebol.

Afinal de contas, era carnaval e devo admitir que não me preocupei muito com a crise econômica mundial durante este período.



Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem!


Um lance. Apenas um lance marcou a história do futebol brasileiro por muito tempo.

Não foi um drible, não foi um belo passe e, principalmente, não foi um gol. Isso mesmo, não foi gol!

Era semifinal da Taça Guanabara. A peleja era disputada entre Flamengo e Vasco, com um público ridículo diante da grandeza do "Clássico dos Milhões". Pouco mais de 20 mil pessoas assistiram, talvez, ao melhor jogo do ano no Brasil, e um dos melhores de todo o globo da bola. Uma ode à "inteligência" da FERJ, marcar um clássico deste porte para as 10 horas da noite, em uma quarta-feira de cinzas.

Rubro-negros e cruzmaltinos faziam uma excelente partida, onde logo de cara Vágner Love abriu o placar, com um belo gol de perna esquerda, após um drible desconcertante em Fágner, que ficou a ver borbulhas de "amor" no lance.

O empate veio com Alecsandro, após bola rebatida para a frente por Felipe, em chute cheio de veneno vindo do pé esquerdo mágico de Juninho.

E não é que depois de tudo isso, foi um não-gol que ganhou destaque?

Léo Moura toma a bola do defensor vascaíno e leva vantagem na corrida. Consegue, com um carrinho, tocar a bola para dentro da pequena área, por baixo das canetas de Fernando Prass. Sobraram Deivid e o gol!







Um simples toque na bola, feito por uma lontra, a empurraria para o fundo das redes.

Mas Deivid fez isso que você pode assistir no vídeo acima.

Apesar das inúmeras possíveis explicações para o lance, juro que, na hora, me deu vontade de rir.

Digamos que, para alguém já marcado por gols incrivelmente perdidos pelo Flamengo, este foi um atestado de indolência latente.

Esta mania de criar dancinhas para comemorar gols começa a afetar até a feitura dos mesmos. Ele devia estar pensando em quais seriam os passinhos. Se era um samba, homenageando o finado carnaval, ou um fado, para sacanear os rivais. Ninguém nunca saberá!

Até porque, para que se hajam danças, é preciso marcar os gols. E este não saiu. Bateu na trave com sutileza, inversa à queda prostrada de Deivid ao chão, após ver a bola correndo para longe da rede depois de tamanha displicência.

Nesta, fico com uma frase de Muricy: "A bola pune!". E puniu Deivid categoricamente!



A segunda nota do samba


O Palmeiras era o tal "Samba de uma nota só".

Bola parada, Marcos Assunção na cobrança, gol!

Eram poucos, e sempre desta forma.

Pode ser que estejamos todos enganados, e seja apenas aquele sprint de coelho da São Silvestre, que nunca vai tão longe, mas o Palmeiras "descobriu" outra forma de fazer gols. E o melhor, mais gols!

A presença de Barcos faz o Palmeiras navegar em águas mais tranquilas


Barcos caiu como uma luva no ataque palmeirense. Chegou marcando gols atrás de gols. Resultado: o Palmeiras consegue fazer mais de dois gols em uma partida.

Prova disto foi o empate recheado de bolas na rede contra o São Paulo: 3 a 3.

E olha que Marcos Assunção não fez nenhum!

O argentino, recém-chegado ao Palmeiras, marcou dois. O primeiro deles foi um golaço, driblando dois zagueiros tricolores dentro da área. O segundo é mostra de quem sabe das coisas, tanto pelo domínio (raríssimo no futebol de cabeças-de-bagre atual), como pelo toque na bola para o canto do gol em um curto espaço de tempo.

Por enquanto, pelo menos, o argentino do time "italiano" tá dando samba. Vamos dar tempo ao tempo, para saber se não é apenas "um rio que passou em minha vida, e meu coração se deixou levar".



O retorno do Peixe?


O Santos voltou a dar show!

Enfiou meia dúzia na Macaca, podendo fazer mais, com excelentes atuações de Neymar e Ganso.

Um sopro de esperança para 2014, embora haja um justificável temor de que seja somente um sopro.

Há tempos não se via os dois craques santistas funcionando em tamanha consonância.


A Macaca e o gato se consolam das pauladas que levaram


Coitada da Ponte Preta, que terminou o jogo com seis gols na sacola e três expulsões. Até o juiz teve piedade e encerrou a partida aos 44 minutos. Melhor assim.



O despontar do favoritismo


A quem me pergunta quais os times brasileiros que despontam como favoritos na Libertadores, eu não demoro a responder: Corinthians e Fluminense.

O primeiro já tem um time montado desde o ano passado, e vai enchendo o papo como a galinha, de grão em grão.

Lidera o Campeonato Paulista. De suas nove vitórias, cinco foram pelo placar mínimo, outras duas por 2 a 1, e duas incríveis goleadas de 2 a 0.

Parece pouco, mas o Corinthians é um time entrosado, com bons jogadores, que quase não toma gols e pouco perde seus jogos. No Paulista, por exemplo, está, junto com o Palmeiras, invicto.

Além do mais, possui no banco um Adriano mais magro e mais disposto.


O Imperador voltou?


Esta combinação de fatores pode ser importantíssima na Libertadores.

O segundo foi campeão da Taça Guanabara, depois de uma fase de classificação capenga, jogando parte dela com o time reserva.

Crise quando não valia nada. Na hora da decisão, só sorrisos.


Aí está o x da questão. Já deram uma olhada no time reserva do Fluminense?

Conta "somente" com Rafael Sóbis, Vágner, Rafael Moura, entre outros bons jogadores. O Fluminense tem um elenco capaz de ir longe, e seu time titular, adicionado de Thiago Neves, parece estar se encontrando.

Na hora da decisão, o Flu cresceu e papou a Taça Guanabara. Pode não ser muita coisa, mas é importante para garantir uma disputa tranquila da primeira fase da Libertadores, e mesmo no grupo do Boca Juniors (ARG), a possibilidade de garantir uma campanha que o beneficie para as próximas fases.



Quem é mais burro? Ronaldinho ou a unanimidade?


O Brasil inteiro parece estar se convencendo daquilo que a torcida do Flamengo já está farta de assistir. Ronaldinho Gaúcho, a cada partida, tanto pelo Fla, quanto pela seleção, demonstra ainda mais a condição de ex-jogador em atividade.

No Flamengo, dada a bagunça de sua diretoria, que permite ao R10 mandar e desmandar lá dentro, sem muito compromisso com a bola e a torcida, até compreende-se que seu desempenho seja este "picolé de chuchu".

Já para Mano Menezes, sua perspectiva de longo prazo com Ronaldinho parece fazer pouco sentido, ainda mais após o amistoso contra a Bósnia.

Disputado na Suíça, em um estádio com capacidade para 15 mil pessoas (poderia ter sido feito no Caio Martins, em Niterói), o Brasil, mesmo vencendo, foi mal. Ronaldinho conseguiu ser pior que a média ponderada entre o ridículo e o leniente.

Mais um pouco e ele deita pra tirar um cochilo


Um espectro de jogador, mal servia para plantar-se sobre papeis, para que estes não se percam no vento.

Todo mundo sabe que o time brasileiro é jovem, e jogadores mais experientes podem ser muito úteis, mesmo no banco. Ronaldinho é o favorito de Mano para ocupar este espaço, mas do jeito que a coisa anda, é preferível reconvocar Pelé, com 71 anos de idade.

Ronaldinho poderia, ao menos, esforçar-se para ser a referência da molecada para 2014. Parece não querer nem isso. Lá na minha terra, costumamos classificar isto como burrice.

Dizia Nelson Rodrigues que toda unanimidade é burra, e Ronaldinho vem se tornando uma às avessas. Ninguém o quer em lugar nenhum!

Resta saber quem é mais burro.



E não é que um ano se passou?




Em 27 de fevereiro, última segunda-feira, ao completar dois anos morando na melhor cidade que eu poderia escolher pra viver, o Rio de Janeiro, o blog também aniversariou.

Um aninho de idade, mais de 13 mil acessos.

Acho que dá pra ficar minimamente feliz com o resultado.

E grato a quem, apesar da minha ranhetice, continua dando audiência para o blog.



Última nota, pra não dizer que não falei das flores


Apenas um comentário sobre o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro.


"Quando eu piso em folhas secas, caídas de uma Mangueira..."


O sétimo lugar da Mangueira que, como definição do meu amigo Bil-Rait Buchecha, fez a maior roda de samba da história em plena avenida, é de uma insensibilidade flagrante.

Apoiaria plenamente se a verde-e-rosa decidisse não mais desfilar na Sapucaí. Passasse a desfilar na Rio Branco, no meio do povo! É lá que a Mangueira é mais Mangueira!



Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta