segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Começaram os estaduais... e daí?

A primeira rodada dos principais campeonatos estaduais foi um festival de times reservas e arquibancadas vazias.

Com alguns dos principais clubes na Libertadores, e outros sem o devido preparo físico e tático para iniciarem uma competição, a tendência é um início modorrento dos estaduais.

Estaduais com fórmulas soníferas dão nisso


Fora que, convenhamos, os estaduais inchados e extensos são contraproducentes para qualquer clube grande. Depois encavala com outras competições, e aí começam os desgastes físicos e contusões.

Para quê tantas datas?

Só para satisfazer os interesses das federações estaduais, que distribuem vagas para clubes do interior (vários deles sem tradição alguma, de empresários ou prefeituras), fazendo política com a caneta que possuem na mão.

Tudo isso com anuência da CBF que, por sinal, tem seu presidente eleito com os votos das federações.

Aí fica tudo em casa!


Valeu,

Bruno Porpetta

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O limite entre a ética e a babaquice

A contratação de Thiago Neves, pelo Fluminense, é a prova cabal que no futebol tem bobo, sim!

Aliás, sempre tem um bobo e um malandro! Quando o bobo dá mole, o malandro se aproveita.

Parafraseando Romário, existe o Rei, o Príncipe e a boba!


Após a "tranquilizadora" entrevista de Patrícia Amorim que, dentre outras coisas, coloca a pecha de "antiético" em Peter Siemsen, presidente do Fluminense, ficou evidente a afirmação acima.

A torcida do Flamengo anda meio desesperançosa com a situação na Gávea. São reforços que não chegam, renovações que não andam e saídas quase óbvias.

O Flamengo deve aos seus jogadores. Pouco importa se o salário deles paga uma vida inteira de trabalho de um cidadão comum. Este foi o contrato assinado entre o clube e os jogadores, pois que o futebol profissional exige que sejam cumpridos os termos acordados.

Ronaldinho, Alex Silva, Deivid, entre outros, tem razão em reclamar a parte que não vem sendo cumprida. Poderiam, inclusive, se recusar a jogar. Seria até de bom tom, tanto com a torcida, quanto consigo mesmos.

Pois não se recusam, mas se arrastam em campo. Fazem seu "protesto", e a torcida é quem pena.

O caso de Thiago Neves é sintomático.

Desde o ano passado, o Flamengo estabeleceu como prioridades a manutenção de suas principais estrelas. Entenda-se como quiser o conceito de "prioridades", mas, sob qualquer compreensão do termo, não foi isso que se verificou.

Para quem vai estrear na Libertadores no dia 25 de janeiro, a 4 mil metros de altitude, diante do Real Potosí, qualquer prioridade deveria ter sido resolvida antes do Reveillón.

Mas os pequenos detalhes, no Flamengo, sempre são enormes e decisivos. E estes "pequenos detalhes" sobraram para 2012.

Thiago Neves tenta ouvir as promessas do Flamengo. Crer nelas é difícil.


O Flamengo tentou passar a perna na Traffic, no caso Ronaldinho, e agora está levando o troco. Ronaldinho se apresenta, mas não sabe se treina. Treina, mas não sabe se joga. Joga, mas não sabe se viaja. Viaja, mas não sabe se disputa a competição.

A única certeza que existe, é que o Flamengo não resolve a questão. Ao menos, a tempo de dar um pouco mais de segurança ao próprio time.

A questão de Deivid é outra que, a despeito dos gols perdidos, desde o ano passado mantém as mesmas manchetes nos jornais. O Flamengo deve direitos de imagem ao jogador, diz que vai pagar, mas o valor da dívida só cresce.

Alex Silva se encheu e foi embora. Para alguns, um alívio, diante do que mostrou em campo. Mas é preciso entender o que isso realmente significa.

Em ano de eleição no Flamengo, toda galinha quer ser pavão. Todo mundo quer aparecer, e quer mandar. No fim das contas, ninguém manda!

E o time consegue entrar em crise, sem sequer entrar em campo!

Em um clube que não honra seus compromissos, onde ninguém segura o rojão e resolve as pendências, ou seja, uma zona, quem quer ficar? Quem quer chegar?

Não chega a ser espantoso que os russos, os árabes e o raio que o parta, não aceitem as condições de pagamento propostas pelo Flamengo. Se este não honra nem os compromissos já assumidos, imagina os a assumir.

Aí vem o Fluminense, cheio de dinheiro da Unimed - fica a dúvida se haverá bom atendimento aos usuários do plano, ou se, em caso de doença, estes ganharão camisas autografadas de Thiago Neves - e paga! Pagou, levou! Neste modelo de futebol, a vida é assim.

Nem os árabes queriam ficar sem receber, tampouco Thiago Neves gostaria de incluir-se no rol de credores do Fla.

Menos de 48 horas após o acerto entre Flu e Thiago Neves, o Flamengo assediava Rafael Moura. E o He-Man preferiu ser reserva recebendo, que jogar sem salário.

Diante disso, fica uma reflexão. Qual o conceito ético de Patricia Amorim?

Ao tentar ser a guardiã da moral e dos bons costumes, nada mais fez que papel de boba.

Que tal outra? Ano eleitoral no Flamengo, clube com 40 milhões de torcedores, e cerca de cinco mil sócios em condições de voto.

A maior torcida do mundo: só o artigo "A" tem direito a voto.


O Flamengo é o time mais popular do país, porém com raízes aristocráticas que os seus dirigentes fazem questão, ao longo da história, de perpetuar.

E, no fim das contas, quem paga toda essa zona é o torcedor.


Valeu,

Bruno Porpetta

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Twenty

Documentário, na íntegra, de Cameron Crowe, sobre os 20 anos do Pearl Jam, com legendas em espanhol.

Para quem não sabe, Pearl Jam é minha banda favorita. Eddie Vedder, um grande ídolo!





Recheado de fatos interessantes da história da banda de Seattle, é um prato cheio para quem gosta.

Assistam e divirtam-se!


Valeu,

Bruno Porpetta

domingo, 15 de janeiro de 2012

O clássico da Globo

Há muito se escuta aquela história, a depender do estado: "O Corinthians é o time da Globo", para os paulistas; "O Flamengo é o time da Globo", para os cariocas.

Hoje, ambos jogaram mais água nesse moinho.

Fizeram um amistoso, em Londrina, com transmissão exclusiva da Vênus Platinada. As duas maiores torcidas do país ligadas na tela do plim-plim.

É bom ressaltar o que há de positivo no amistoso.

Como o calendário da CBF, com anuência da própria Globo (ou será o contrário?), não possibilita que os times viajem em suas pré-temporadas como antigamente (até porque o resto do mundo está no meio da temporada), preparem-se adequadamente para as competições que irão disputar e ainda levantem um dinheiro, marcar este tipo de embate acaba sendo bom para ambas as partes.

Primeiro, vamos tentar entender a pecha de "times da Globo" que ambos possuem.

A Rede Globo de Televisão, detentora de concessão pública para defender interesses privados - em especial, os seus -, sob tal condição, visa auferir lucro. Quando este não se torna possível pelas próprias pernas, o BNDES tá aí pra garantir a fatura.

Chute a Globo você também!


Lucro e televisão se resumem a uma só palavra: audiência.

É a audiência que determina o interesse de empresas, em sua maioria privadas, para comprar espaços comerciais nos intervalos, ou até durante os programas, e acabam por determinar também o valor do mesmo espaço. Quanto maior a audiência, mais caro o espaço e, ao mesmo tempo, maior a procura.

São estes anunciantes que garantem o lucro da emissora.

Pois bem, para aumentar a audiência e, consequentemente, a venda de anúncios, é necessário buscar um público-alvo maior possível.

Está aí o grande "segredo" de Flamengo e Corinthians, eles possuem as duas maiores torcidas do país. Logo, são o maior público-alvo possível nos estados onde a Rede Globo possui suas principais sedes e, consequentemente, possuem vantagens na exibição de jogos e, de forma correlata, na distribuição de cotas sobre os direitos transmissivos.

Ah! Mas a Globo ajudou a consolidar o Flamengo como a maior torcida do Brasil!

Para isto, basta estudar um pouco de história.

O Flamengo possuía a maior torcida do Rio de Janeiro, e tinha seus jogos transmitidos pela Rádio Nacional, com sede na capital federal da época, mas com sinal para todo o país.

O Flamengo tem a maior torcida do país, fundamentalmente, graças à Rádio Nacional, mas também graças a si próprio.

Quando a Globo aparece na história, já tá tudo deste jeito, e a emissora, que não é boba, surfa nesta onda.

Mas e o Corinthians?

O Corinthians, também há muito tempo, possui a maior torcida de São Paulo. Lá, onde a Globo vem centralizando parte considerável de sua programação. Torna-se também natural que, diante disso, o Corinthians tenha mais jogos transmitidos.

Se a Globo pode cumprir a tarefa de nacionalizar ainda mais o Corinthians, este também possui papel fundamental no seu próprio crescimento.

E o golpe no Clube dos 13, orquestrado principalmente por Corinthians e Flamengo, com apoio da CBF e da Globo?

Ambos, sabendo do produto que são, querem distinguir-se dos demais na divisão do bolo das cotas de TV, e em nome disso promoveram uma patifaria sem limites. Aí sim, são vergonhosos aliados daquilo que há de pior no futebol brasileiro.

Embora, segundo o Crowe Horwath RCS, a marca Corinthians lidera o ranking, e a do Flamengo é a terceira. Simples, o Corinthians tem a segunda maior torcida do país, mas a maior no estado mais rico, e isso é o que importa para o capitalismo do futebol. O Flamengo, mesmo com a maior torcida do país, é uma zona!

Leia mais: http://lista10.org/dinheiro/as-10-marcas-mais-valiosas-do-futebol-2010/

Pois bem, nada melhor para a Globo um jogo entre as duas equipes, no período do ano em que não há futebol, logo, menos audiência no horário.

Então falemos do jogo!

Corinthians e Flamengo foram os retratos de si mesmos em campo.

Bastante ilustrativo, enquanto o Corinthians faz negócios, o Flamengo faz manchetes


Para o Corinthians, o jogo das faixas de campeão brasileiro. Clima tranquilo, time ajustado desde o ano passado, embora sem ter tocado na bola em 2012.

Já no Flamengo, ninguém chega, todo mundo ameaça sair, quem fica não recebe, a diretoria não se entende, e a torcida fica apreensiva, pois faltam apenas 10 dias para a estreia na Libertadores.

No primeiro tempo, as duas equipes entraram com as escalações consideradas titulares. Resultado: 2 a 0 para o Corinthians, contra um Flamengo que sequer teve tempo para apreciar as cores da bola.

Veio o segundo tempo, com escalações consideradas reservas. O Flamengo marca dois, podendo até fazer mais, e o jogo termina empatado.

Para os corinthianos, fica uma boa perspectiva. O time, apesar da falta de ritmo, manteve a principal característica do ano passado, foi solidário, competitivo e possui suas cartas na manga para decidir o jogo.

Já para os rubro-negros, foi horrendo, assustador, lamentável. E ainda tem 4 mil metros de altitude para enfrentar, daqui a 10 dias, sem saber se Ronaldinho viaja ou não amanhã para a Bolívia.

É ano de eleição nos dois clubes. A do Corinthians, logo agora no início do ano. No Flamengo, só no final.

E aí ficam evidentes as diferenças entre ambos, ao colher os frutos da divisão patrocinada pela Globo/CBF no Clube dos 13.

Quem consegue ser minimamente organizado, leva vantagem. E o Corinthians está anos-luz a frente do Flamengo.


Valeu,

Bruno Porpetta



sábado, 14 de janeiro de 2012

O papel ridículo de Cabral Filho

Hoje pela manhã, o governo do estado do Rio, juntamente à Prefeitura, organizou um "abraço" simbólico ao Maracanã. O motivo? Mudanças na tabela da Copa, garantindo que a seleção brasileira jogue, ao menos, mais uma vez na cidade do Rio de Janeiro, visto que isto, nos moldes atuais da tabela, só acontecerá se o Brasil chegar à grande final.

Manifestação semelhante foi organizada pelo Comitê Popular da Copa, contra a privatização do estádio, proposta pelo mesmo governo.

Ou seja, até criatividade lhes falta.

O Maraca é nosso! Não queremos outro X no Rio!


Diante das condições de mobilização que o governo do estado possui, podemos dizer que foi um grande fiasco. Centenas de pessoas clamando por mais um jogo da seleção, em um estádio cuja pretensão é entregá-lo à iniciativa privada.

Pensemos. Quais as prioridades dos governos estadual e municipal, com relação à Copa e Olimpíadas, até então?

Melhorias no sistema de transporte, cujo projeto ainda integra pouco a cidade ao Centro, acompanhadas de remoções criminosas que, além de viabilizar os projetos, ainda limpam a área para a especulação imobiliária. Esta, privada, claro!

"Revitalizações" de áreas "degradadas" na cidade (leia-se, elitização de áreas mais pobres), como a região portuária. Lá, estão se engendrando vários empreendimentos, igualmente privados.

Agora, mais um jogo da seleção no estádio que se pretende privatizar!

Quer ser feliz? Abra uma empresa, concorra em licitações e, grátis, você ganha uma mãe chamada governo de presente.

Os caras são eleitos por milhões, e trabalham por meia dúzia! A mesma meia dúzia de sempre...

Teve gente que levou muito a sério aquela música da Xuxa, que dizia: "Marquei um X, um X no seu coração..."

E sai dilapidando o patrimônio público, marcando X em tudo.

Que se dane a seleção! Quero meu Maraca público, oras!

Nós temos esse direito.


Valeu,

Bruno Porpetta

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Os melhores do mundo

A eleição dos melhores jogadores de futebol do mundo reservou algumas peculiaridades, além das barbadas, dentre elas, Lionel Messi.



A primeira e mais importante, a eleição de melhor jogadora de futebol feminino.

Se me dissessem há 20 anos atrás que algum japonês seria um grande futebolista, chamaria a galera do Pinel na hora!

Da série, "Coisas que a FIFA inventa", a presença de Shakira é irrelevante


E não é que a melhor jogadora do mundo é japonesa? Homare Sawa foi eleita, interrompendo o que poderia ser o sexto título consecutivo de Marta.

Aí cabe uma reflexão.

Sawa é melhor que Marta? Não!

Então, por que foi eleita? Porque foi campeã do mundo! Título que Marta nunca conquistou.

Por que Marta nunca foi campeã mundial?

Leia este post, publicado à época da eliminação do Brasil na Copa do Mundo de futebol feminino, aqui no Blog. Pode ser que ajude a entender: http://porpetta.blogspot.com/2011/07/entre-aquilo-que-temos-e-o-que-queremos.html

Apesar da média feita com o título conquistado pelo Japão, serve como parâmetro para avaliar os efeitos de uma Copa do Mundo na vida de qualquer ser humano.

Outro destaque foi a eleição do gol mais bonito do ano.






Pela primeira vez, solo e times brasileiros apareceram na premiação da FIFA. Enfim, o mundo começa a existir, ainda que de forma bastante reduzida - somente ao Brasil - e claramente mercadológica.

Pudemos ver novamente Neymar inventar um drible e marcar um golaço digno de estar presente naquela festa. O zagueiro Ronaldo Angelim já deu queixa até na delegacia à procura daquela bola, e a polícia encontra dificuldades em desvendar seu paradeiro. Isso após ter passado por, pelo menos, outros quatro jogadores anteriormente.

Para além da beleza do gol, ele foi marcado em um grande jogo, que a FIFA, por entender muito pouco de futebol, não premiou como o melhor jogo do ano!

Mesmo as grandes atuações do Barcelona não o superam, por um simples motivo. Quando o Barcelona resolve jogar muito, o adversário some!

Ali, naquele Santos 4 x 5 Flamengo, na Vila Belmiro, estavam dois times inteiros jogando muito futebol. Houve muita tensão, mas muito prazer em ver aquela partida.

Devo confessar também que, como todos sabem, minha condição rubro-negra de existência na Terra, me deixa orgulhoso em saber que aquele jogo, cujo gol de Neymar apareceu para todo o mundo como o mais bonito do ano, foi vencido pelo Flamengo!

Daí podemos avançar para as barbadas.

Lionel Messi é o melhor jogador do mundo e pronto! Não há o que discutir.

Não ganhou nada com a Argentina e, em especial, a Copa do Mundo? Tem apenas 24 anos, e muito tempo, além de oportunidades, para isso.

O Barcelona tem o melhor treinador do mundo na atualidade! Pep Guardiola reinventou a roda puxando Messi para o meio-de-campo.

Um treinador excelente, além de um cara muito bem apessoado, convenhamos.


Foi decisivo no status de melhor do mundo para Messi por três anos consecutivos. Armou o melhor time do mundo no momento, e um dos maiores da história do futebol! Não é preciso dizer mais nada.

Tanto que é a base do time dos melhores eleitos. O Barcelona colocou cinco jogadores.

Apesar do time montado não contar com um lateral-esquerdo de origem, dá um bom caldo.

Casillas (Real Madrid); Daniel Alves (Barcelona), Piqué (Barcelona), Sergio Ramos (Real Madrid) e Vidic (Manchester United); Iniesta (Barcelona), Xavi (Barcelona) e Xabi Alonso (Real Madrid); Messi (Barcelona), Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e Rooney (Manchester United).

Para falar a verdade, só tiraria o Sergio Ramos, substituindo-o pelo Abidal, do Barça. Mesmo sabendo que os negócios da FIFA seriam seriamente prejudicados. Aliás, que se dane a FIFA!


Valeu,

Bruno Porpetta

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O modus operandi da polícia

A recente agressão a um estudante na USP, dentro do DCE (Diretório Central dos Estudantes), espaço não frequentado por policiais desde a ditadura militar - embora o regimento interno da universidade date deste período - não chega a surpreender.

Que surpresa causa um negro sendo espancado por policiais? Infelizmente, nenhuma!

Ah! Mas foi dentro da USP! Contra um estudante!

Ora, ora. Estudantes da rede pública, no ensino fundamental, médio ou para jovens e adultos, além de trabalhadores, são agredidos diariamente nos cantos da cidade, sem que nenhuma indignação seja expressa. Isso quando são somente agredidos! Em geral, sem os olhares atentos da classe média, costumam ser assassinados mesmo.




A ideia de país democrático, pacífico, sem tensões sociais e raciais, com livre expressão, é tão propagandeada pelas novelas, telejornais e demais itens da prateleira televisiva, que chega, num primeiro olhar, até a parecer verdade.

Mas a vida passa muito além da TV.

Não espanta um aluno da USP sendo agredido dentro de seu próprio espaço, que, para além de pensar em política (algo inadmissível aos donos do poder), se desenvolve conhecimento - espera-se que de forma livre - porque este tipo de agressão já não espanta mais ninguém. Seja onde for.

Este é o modus operandi da polícia, em qualquer lugar onde ela exista.

Como para toda regra, comporta-se alguma exceção, alguns países na Europa conseguiram - e aí graças às benesses do Estado de bem-estar social - determinar papéis para os policiais que, se não rompem com a estratégia de dominação de classe, ao menos não se prestam ao ridículo de servir somente para bater e matar.

Tal comportamento da polícia não se enquadra em qualquer marco civilizatório, o qual tanto rogamos para códigos florestais, revitalizações de áreas "degradadas" (leia-se, exclusão de gente que não serve aos poderosos), entre outras medidas em nome da bandeira nacional e sua insígnia "Ordem e Progresso".

Isto posto, a polícia, principalmente a militar, é uma excrescência!

O vídeo acima - uma versão de Fuck the Police, do NWA, executada pela banda Rage Against the Machine - mostra cenas de violência policial nos EUA.

Aquele mesmo país que boa parte da grande mídia adora citar como exemplo de respeito ao cidadão e à democracia.

Vê-se que fomos bem adestrados.


Valeu,

Bruno Porpetta

"Bafão" abafado

O árbitro Gutemberg de Paula Fonseca, do Rio de Janeiro, abandonou o apito denunciando o chefe da arbitragem, Sérgio Corrêa.

Agora, Sérgio Corrêa deve mostrar se está com a mão amarela


Segundo o agora ex-árbitro, o chefão da arbitragem da CBF forçava os árbitros a telefoná-lo antes de cada jogo em que estivessem escalados, a depender do clube envolvido na peleja, seriam pressionados a não prejudicar interesses que, até o momento, não estão bem claros quais são.

Cita como exemplo um jogo entre Corinthians e Goiás, em 2010, cujo placar foi 5 a 1 para o alvinegro, onde ouviu às vésperas do jogo, em que estava escalado para apitar, por telefone, da boca de Sérgio Corrêa: "Vai lá, boa sorte! Vai apitar jogo do Timão, hein!". De acordo com a interpretação do próprio Gutemberg, não favorecer o Corinthians poderia significar não ser mais escalado para jogos.

Daí, existem duas formas de tratar o fato.

Uma delas é a da grande mídia, que possui interesses diretos na competição. Seja pela transmissão da mesma (no caso específico da Rede Globo) ou pela audiência que o produto rende aos demais. Imaginem se todas as notícias sobre o Brasileirão dos últimos anos foram, na verdade, parte de uma grande fraude operada pelo comando da arbitragem brasileira? Neste caso, o prejuízo aos torcedores e, principalmente, aos negócios, são incalculáveis.

Outra maneira de interpretá-lo se dá na análise da relação entre a denúncia, o tempo e as consequências. Gutemberg acaba de ser excluído do quadro da FIFA, em seu lugar retornou Péricles Bassols, e a denúncia seria uma decorrência disto. Pois bem, se não tivesse perdido o status de árbitro FIFA, denunciaria o esquema ou continuaríamos reféns de uma verdade construída artificialmente? Dado o exemplo do jogo do Corinthians em 2010, porque levou tanto tempo para a denúncia?

Por que não antes, Sr. Juiz?


Nenhuma destas perguntas torna o ex-árbitro um caluniador, mas jogam no ventilador tudo o que pode estar por trás dos jogos do Brasileirão com anuência, inclusive, do próprio Gutemberg. Durante algum tempo, ele aceitou dançar conforme a música de Sérgio Corrêa. Agora, excluído do quadro da FIFA, não mais.

Tal situação é aceita por todos os demais árbitros? Podemos entender que sim. Mas quais interesses estão sendo resguardados por Sérgio Corrêa? Se restringem ao Corinthians?

Gutemberg afirma ter provas sobre o que denuncia. Cabe a justiça (comum, pois seria outra agressão ao Estatuto do Torcedor, cabendo ações cíveis e criminais) exigir a apresentação da comprovação de tudo, sem juízo de valor midiático, tampouco sem a devida conferência da veracidade das denúncias.

Mais uma vez, fica evidente que é preciso profissionalizar a arbitragem. A dependência direta da CBF coloca os árbitros em situação comprometedora, visto que para se manter na ativa, o apito deve soar de acordo com as vontades dos dirigentes do nosso futebol.

Enquanto nada disso vem à tona, ficamos somente com especulações. E elas dão a entender que o futebol brasileiro é uma miragem, onde o que vemos pode ser facilmente manipulado por quem sabe muito de acumular riquezas, mas muito pouco de bola.

Quanto à afirmação de que Sérgio Corrêa é um "mentiroso, mariquinha e corrupto", as mentiras e a corrupção são de nosso interesse, o resto só diz respeito ao próprio chefão da arbitragem.


Valeu,

Bruno Porpetta

sábado, 7 de janeiro de 2012

Mamãe, quero ser pop!

Surfando na notoriedade de Michel Teló, e esperando que este vídeo faça o blog ter mais acessos que os tucanos tem em dólares nas Ilhas Virgens Britânicas, segue uma versão genial do sucesso Ai Se Eu Te Pego.

Cantada por Darth Vader, e contando com inspirados dançarinos vindos diretamente do lado negro da força.

Luke Skywalker, ou o Mestre Yoda, não teriam feito melhor.





E lembre-se: que a força esteja com você!



Valeu,

Bruno Porpetta

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Daqui para a eternidade

Ontem, após metade de uma vida dedicada ao Palmeiras, Marcos, ou melhor, São Marcos, decidiu se aposentar.

Além de um dos maiores ídolos da história do Palestra, é também um dos maiores que tenho no futebol. 

Não só pelo goleiro que era. Um grande, enorme, gigante goleiro! 

A torcida do Palmeiras, além de Marcelinho Carioca, sabem o final desta cena.


Muito pelo que ele é. 

De um caráter fenomenal, que sempre disse o que quis, a despeito das óbvias consequências que o futebol teima em produzir.

Um torcedor dentro de campo. E assim seus fiéis seguidores o viam.

Exemplo de dedicação e compromisso com um clube, em um mundo onde tais valores parecem esquecidos, Marcos admitiu a falha que custou o Mundial Interclubes em 99, para ter uma segunda chance em 2002 com a seleção brasileira. Agarrou-a, sem dar rebote.

O futebol fica um pouco mais triste sem ele, mas sua alegria inocente de menino caipira da cidade de Oriente, no interior de São Paulo, permanecerá sempre.

O futuro o reserva algum papel no departamento de futebol do Palmeiras, ainda a ser definido, e esperamos que este futuro venha logo. Afinal de contas, não viveremos sem as suas entrevistas.

Adeus, Marcão! Para sempre, São Marcos!


Valeu,

Bruno Porpetta