quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O limite entre a ética e a babaquice

A contratação de Thiago Neves, pelo Fluminense, é a prova cabal que no futebol tem bobo, sim!

Aliás, sempre tem um bobo e um malandro! Quando o bobo dá mole, o malandro se aproveita.

Parafraseando Romário, existe o Rei, o Príncipe e a boba!


Após a "tranquilizadora" entrevista de Patrícia Amorim que, dentre outras coisas, coloca a pecha de "antiético" em Peter Siemsen, presidente do Fluminense, ficou evidente a afirmação acima.

A torcida do Flamengo anda meio desesperançosa com a situação na Gávea. São reforços que não chegam, renovações que não andam e saídas quase óbvias.

O Flamengo deve aos seus jogadores. Pouco importa se o salário deles paga uma vida inteira de trabalho de um cidadão comum. Este foi o contrato assinado entre o clube e os jogadores, pois que o futebol profissional exige que sejam cumpridos os termos acordados.

Ronaldinho, Alex Silva, Deivid, entre outros, tem razão em reclamar a parte que não vem sendo cumprida. Poderiam, inclusive, se recusar a jogar. Seria até de bom tom, tanto com a torcida, quanto consigo mesmos.

Pois não se recusam, mas se arrastam em campo. Fazem seu "protesto", e a torcida é quem pena.

O caso de Thiago Neves é sintomático.

Desde o ano passado, o Flamengo estabeleceu como prioridades a manutenção de suas principais estrelas. Entenda-se como quiser o conceito de "prioridades", mas, sob qualquer compreensão do termo, não foi isso que se verificou.

Para quem vai estrear na Libertadores no dia 25 de janeiro, a 4 mil metros de altitude, diante do Real Potosí, qualquer prioridade deveria ter sido resolvida antes do Reveillón.

Mas os pequenos detalhes, no Flamengo, sempre são enormes e decisivos. E estes "pequenos detalhes" sobraram para 2012.

Thiago Neves tenta ouvir as promessas do Flamengo. Crer nelas é difícil.


O Flamengo tentou passar a perna na Traffic, no caso Ronaldinho, e agora está levando o troco. Ronaldinho se apresenta, mas não sabe se treina. Treina, mas não sabe se joga. Joga, mas não sabe se viaja. Viaja, mas não sabe se disputa a competição.

A única certeza que existe, é que o Flamengo não resolve a questão. Ao menos, a tempo de dar um pouco mais de segurança ao próprio time.

A questão de Deivid é outra que, a despeito dos gols perdidos, desde o ano passado mantém as mesmas manchetes nos jornais. O Flamengo deve direitos de imagem ao jogador, diz que vai pagar, mas o valor da dívida só cresce.

Alex Silva se encheu e foi embora. Para alguns, um alívio, diante do que mostrou em campo. Mas é preciso entender o que isso realmente significa.

Em ano de eleição no Flamengo, toda galinha quer ser pavão. Todo mundo quer aparecer, e quer mandar. No fim das contas, ninguém manda!

E o time consegue entrar em crise, sem sequer entrar em campo!

Em um clube que não honra seus compromissos, onde ninguém segura o rojão e resolve as pendências, ou seja, uma zona, quem quer ficar? Quem quer chegar?

Não chega a ser espantoso que os russos, os árabes e o raio que o parta, não aceitem as condições de pagamento propostas pelo Flamengo. Se este não honra nem os compromissos já assumidos, imagina os a assumir.

Aí vem o Fluminense, cheio de dinheiro da Unimed - fica a dúvida se haverá bom atendimento aos usuários do plano, ou se, em caso de doença, estes ganharão camisas autografadas de Thiago Neves - e paga! Pagou, levou! Neste modelo de futebol, a vida é assim.

Nem os árabes queriam ficar sem receber, tampouco Thiago Neves gostaria de incluir-se no rol de credores do Fla.

Menos de 48 horas após o acerto entre Flu e Thiago Neves, o Flamengo assediava Rafael Moura. E o He-Man preferiu ser reserva recebendo, que jogar sem salário.

Diante disso, fica uma reflexão. Qual o conceito ético de Patricia Amorim?

Ao tentar ser a guardiã da moral e dos bons costumes, nada mais fez que papel de boba.

Que tal outra? Ano eleitoral no Flamengo, clube com 40 milhões de torcedores, e cerca de cinco mil sócios em condições de voto.

A maior torcida do mundo: só o artigo "A" tem direito a voto.


O Flamengo é o time mais popular do país, porém com raízes aristocráticas que os seus dirigentes fazem questão, ao longo da história, de perpetuar.

E, no fim das contas, quem paga toda essa zona é o torcedor.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta