segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O modus operandi da polícia

A recente agressão a um estudante na USP, dentro do DCE (Diretório Central dos Estudantes), espaço não frequentado por policiais desde a ditadura militar - embora o regimento interno da universidade date deste período - não chega a surpreender.

Que surpresa causa um negro sendo espancado por policiais? Infelizmente, nenhuma!

Ah! Mas foi dentro da USP! Contra um estudante!

Ora, ora. Estudantes da rede pública, no ensino fundamental, médio ou para jovens e adultos, além de trabalhadores, são agredidos diariamente nos cantos da cidade, sem que nenhuma indignação seja expressa. Isso quando são somente agredidos! Em geral, sem os olhares atentos da classe média, costumam ser assassinados mesmo.




A ideia de país democrático, pacífico, sem tensões sociais e raciais, com livre expressão, é tão propagandeada pelas novelas, telejornais e demais itens da prateleira televisiva, que chega, num primeiro olhar, até a parecer verdade.

Mas a vida passa muito além da TV.

Não espanta um aluno da USP sendo agredido dentro de seu próprio espaço, que, para além de pensar em política (algo inadmissível aos donos do poder), se desenvolve conhecimento - espera-se que de forma livre - porque este tipo de agressão já não espanta mais ninguém. Seja onde for.

Este é o modus operandi da polícia, em qualquer lugar onde ela exista.

Como para toda regra, comporta-se alguma exceção, alguns países na Europa conseguiram - e aí graças às benesses do Estado de bem-estar social - determinar papéis para os policiais que, se não rompem com a estratégia de dominação de classe, ao menos não se prestam ao ridículo de servir somente para bater e matar.

Tal comportamento da polícia não se enquadra em qualquer marco civilizatório, o qual tanto rogamos para códigos florestais, revitalizações de áreas "degradadas" (leia-se, exclusão de gente que não serve aos poderosos), entre outras medidas em nome da bandeira nacional e sua insígnia "Ordem e Progresso".

Isto posto, a polícia, principalmente a militar, é uma excrescência!

O vídeo acima - uma versão de Fuck the Police, do NWA, executada pela banda Rage Against the Machine - mostra cenas de violência policial nos EUA.

Aquele mesmo país que boa parte da grande mídia adora citar como exemplo de respeito ao cidadão e à democracia.

Vê-se que fomos bem adestrados.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta