domingo, 4 de março de 2012

Tapa de luva de pelica no preconceito

Ontem, em Contagem-MG, Sada/Cruzeiro e Vôlei Futuro decidiam a liderança da Superliga Masculina de Vôlei.

Jogo emocionante, vencido pelo Cruzeiro por 3 sets a 1, que garantiu-lhe a liderança. O Vôlei Futuro está em segundo lugar.

O resultado, o jogo e a classificação acabaram ficando em segundo plano nesta análise.

No ano passado, um dos casos mais vergonhosos de homofobia no esporte brasileiro agitou este mesmo confronto. Em coro, a torcida do Cruzeiro atacou o jogador Michael, do Vôlei Futuro, durante os playoffs decisivos da Superliga, enquanto este se preparava para sacar.


Uma das manifestações mais lindas do esporte brasileiro


O jogo de volta, em Araçatuba-SP, foi marcado por uma linda manifestação da torcida do Vôlei Futuro, e de seus jogadores, em solidariedade a Michael e contra a homofobia.

Voltando aos dias atuais, na rodada anterior, o Cruzeiro enfrentou, fora de casa, o Minas/Telemig, em Belo Horizonte.

Com o ginásio um pouco mais vazio, foi possível ouvir nitidamente a voz de uma mulher gritando "Vai lá, macaco! Volta pro zoológico!" para Wallace, do Cruzeiro.





Um caso raro de racismo tão flagrante na relação arquibancada-quadra (ou campo) no Brasil e, infelizmente, muito comum na Europa.

Provocou reações indignadas das diretorias, tanto do Cruzeiro, quanto do Minas, com notas públicas de ambos repudiando o ocorrido.

No jogo de ontem, o Vôlei Futuro entrou em quadra com uniformes pretos, com as inscrições "VF contra discriminação" à frente, e o nome de Wallace atrás das camisetas de todos os seus jogadores.

Para além da postura solidária da equipe, foi um tapa de luva de pelica no próprio Cruzeiro, agora vítima de seu próprio veneno.

Quem mandou a Terra ser redonda e continuar girando?


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta