terça-feira, 13 de março de 2012

Mudam as moscas...

Ricardo Teixeira, depois de 23 anos a frente da CBF, anunciou que está deixando a entidade.

Desgastado até o osso do cóccix, o agora ex-mandatário do futebol brasileiro sucumbiu aos tais "problemas médicos" que o afastaram nos últimos dias. É inegável que, além de perder o apoio irrestrito da Globo, a campanha por sua saída tomava proporções maiores do que se esperava. Teixeira acusou o golpe.

Em seu lugar, assume José Maria Marin.

A herança de Ricardo Teixeira


Iniciou sua "carreira" na política nos anos 60, como vereador em São Paulo, eleito pelo Partido da Representação Popular, fundado pelo mais famoso fascista brasileiro, Plínio Salgado. A joia da coroa foi a vaga de vice-governador do estado de São Paulo, compondo o governo biônico (indicado pelo regime militar) de Paulo "É mentira!" Maluf. Acabou até assumindo o governo após a saída de Maluf para, por dentro da "democracia", candidatar-se e eleger-se deputado federal.

Boa gente, né?





Acima, uma das últimas peripécias de Marin, o então vice-presidente regional Sudeste da CBF, deixando um garoto corinthiano sem a medalha do título da Copa São Paulo.

Lembro-me do dia em que fiquei sem minha medalha, de vice-campeão, do Torneio Interclasses da escola. Foi um dos dias mais tristes da minha vida! Imagino o garoto corinthiano, ou vira profissional e ídolo do Corinthians, ou nunca irá poder contar aos netos que foi campeão da Copa São Paulo.

Seus netos o interpelariam: "Mas, vô! Cadê a medalha?".

Não fosse a tecnologia, com olhos cada vez mais apurados, não seria possível descobrir o paradeiro da dita cuja. Está ali, no bolso de José Maria Marin, o novo presidente da CBF.

Um cabedal tão vasto de evidências, não deixa dúvidas que estamos entregues a outras moscas, porém...

Falando em moscas, o que pressupõe que nunca estão desacompanhadas, outro assunto veio, coincidentemente, à tona no mesmo dia.

http://espn.estadao.com.br/futebolnacional/noticia/245597_PAULO+ANDRE+CONFIA+EM+RONALDO+COMO+PRESIDENTE+DA+CBF+E+VE+FENOMENO+COM+PLANOS+DE+ASSUMIR+CARGO

O zagueiro Paulo André, do Corinthians, que acaba de lançar um livro sobre sua trajetória no futebol, cuja festa de lançamento teve a presença de Ronaldo Nazário, acredita que o ex-companheiro de clube possui vontade de assumir o comando da CBF, além de achar o nome do empresário da 9ine "interessante" para o cargo.

Bem mais simpático, né?


Podem me cobrar lá na frente, Ronaldo Nazário será, em algum momento, o presidente da CBF!

Pensem comigo, Ronaldo Nazário é o homem ideal para que tudo fique como está, mas com outra cara.

Ele desmonta parte considerável dos argumentos anti-Teixeira.

Um dirigente de futebol que saiba de bola

O empresário Ronaldo Nazário é do futebol.

Ao contrário de Teixeira, que não sabe sequer cobrar um lateral, o pentacampeão mundial é chamado de Fenômeno, simples homenagem a quem sabia muito o que fazer com a bola.

Sem dúvida, Ronaldo é um dos maiores craques da história do nosso futebol.

Alguém que, ainda, não tocou fogo no cinema

O dentuço, gênio da bola, goza de um prestígio perante qualquer ser vivo neste país que Teixeira, nem em sonho, ousaria ter.

Sua popularidade, emprestada à CBF, elimina qualquer possibilidade de crise na entidade nos próximos anos, dentre os quais realizará uma Copa do Mundo.

Bom é ser amigo do rei

Apesar das boas relações construídas por Teixeira com Lula, o ex-Presidente da República é grande amigo de Ronaldo Nazário.

Ali, ninguém teria vergonha em tirar fotos abraçados, mas digamos que, ser fotografado ao lado de Teixeira rende notícias não tão boas, além de necessárias explicações no dia seguinte.

É o famoso: "O quê que eu vou dizer lá em casa?".

Com Ronaldo Nazário, a proximidade de Lula em todo o processo fica facilitada.

Relações bem próximas

A empresa de Ronaldo Nazário já possui inúmeros negócios no futebol brasileiro.

Além de Neymar, o fenômeno dos bons negócios ainda lucra com o Corinthians.

O mesmo clube que foi presidido, até bem recentemente, por Andres Sanchez, atual Diretor de Seleções da CBF, indicado por Teixeira.

A óbvia conclusão

Os personagens se entrecruzam, e fazem chegar a mesma conclusão. Nada melhor, para manter tudo como está, que a saída de Teixeira e, posteriormente, sob clamor de dirigentes e torcedores, Ronaldo Nazário seja chamado à tarefa de assumir a presidência da CBF.

Lembram-se, logo acima, quando falávamos nas moscas? Pois é, e a m... continua a mesma.


Valeu,

Bruno Porpetta


P.S.: Ronaldo é chamado aqui de Ronaldo Nazário, tal como Pelé, que após parar de jogar, inventou tornar-se o Edson Arantes do Nascimento. Não à toa, continuamos chamando Maradona e Romário da mesma forma, desde a época onde brilhavam nos gramados.

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Valeu,

Bruno Porpetta