quarta-feira, 4 de abril de 2012

Libertadores à velha maneira

Não consegui encontrar uma explicação racional para isso, mas alguém tem percebido como esta Libertadores está mais violenta do que as anteriores?

Era prática comum na Libertadores a violência. Seja dentro ou fora do campo.



Os times brasileiros que viajavam pela América do Sul, a fim de enfrentar os adversários continentais, deviam se preparar para, além do jogo em si, todas as vicissitudes que o envolviam.

Desde as longas viagens, recepções nada amistosas nos aeroportos, foguetórios em frente aos hotéis de concentração, pedradas nos ônibus que conduziam a delegação, chuva de objetos no campo e o bom e velho sarrafo durante o jogo. Tudo isso com anuência de policiais e árbitros.



O Santos de Pelé, depois de dois títulos e vários hematomas, decidiu deixar de disputar a competição, visto que deixava de ganhar um bom dinheiro em suas excursões pelo mundo para ficar levando caneladas na Libertadores. Embora Pelé tenha dado também suas bordoadas, absolutamente justificáveis.

Dizia-se que era a ausência de transmissão televisiva que contribuía para tal. De fato, o televisionamento serviu para, ao menos, constranger um pouco as arbitragens com tamanha selvageria. E até os próprios agressores ficaram um pouco constrangidos. Só um pouco.

Com TV e tudo, o Flamengo, campeão em 1981, teve o craque Adílio agredido na final por Mario Soto, do Cobreloa, sem a menor cerimônia. O camisa oito rubro-negro ficou de fora da final, assistindo ao jogo do hospital. Ao menos, viu o Flamengo campeão, além de ver Anselmo entrar em campo, arrebentar a cara de Soto, e sair expulso.



De lá pra cá, a Libertadores se tornou um pouco mais "civilizada". Apesar das dificuldades, os times brasileiros, mais acostumados à competição, passaram a vencê-la mais vezes.

Acontece que, não se sabe exatamente o porquê, a edição deste ano está, particularmente, mais violenta. A condescendência das arbitragens com a porradaria voltou, e os times brasileiros que, em sua maioria, não sabem jogar em tais condições, andam meio perdidos.

Apesar dos resultados não serem os piores, vez por outra, algum jogador brasileiro responde à violência alheia com agressões absolutamente estúpidas.

Não preguemos o "bom samaritanismo", menos ainda o autoflagelo.

Ou os brasileiros aprendem, de uma vez por todas, a lidar com estas questões, ou vão ficar levando pancadas que, se até o momento não comprometeram muito, lá na frente podem até decidir o título.



Resolvi escrever sobre isto após a vitória do Vasco sobre o Alianza Lima, do Peru, em Lima.

O resultado foi excelente, o Vasco está praticamente classificado, mas o volante Nilton quase botou tudo a perder. Quando o time vencia por 2 a 1 e era pressionado, aos 46 minutos do segundo tempo, o cruzmaltino cometeu uma tentativa de homicídio na cabeça de Carmona. Deixou o Vasco com 10 jogadores, correndo o risco de levar o empate e, para piorar, desfalca o time no jogo mais importante, contra o Nacional, em Montevidéu.

Portanto, não precisamos ser santos, tampouco burros.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta