quinta-feira, 5 de abril de 2012

O preço da covardia

Peço licença a tod@s para, ao invés de alguma análise mais séria sobre o Flamengo, simplesmente fazer um desabafo.

Não sou o cara que costumo ficar escondendo pra quem eu torço. O mundo inteiro sabe, ou deveria ter alguma noção, que eu torço pelo Flamengo. E tal como qualquer torcedor, sou suscetível a momentos de emoção extrema, como a raiva, a paixão, a ternura ou a loucura completa.

Joel consegue, em pouco tempo, merecer a demissão


A ideia não é chegar ao extremo da emoção, juro que vou tentar manter alguma razão nesta resenha toda. Mas devo admitir que é muito difícil!

O Emelec provou, para todo mundo ver, como podia ser facilmente derrotado. Com, pelo menos, cinco moles do Flamengo, o time equatoriano conseguiu marcar apenas um gol no primeiro tempo.

Significa que o Flamengo jogou mal na primeira etapa? Não.

O time rubro-negro criou inúmeras chances, fez dois gols e podia ter feito mais. Léo Moura aparecia bem pela direita. Vágner Love ajudava na troca de passes. Deivid aparecia bem, embora nem sempre concluísse da mesma forma. Acabou marcando o segundo, após cruzamento do contestado Júnior César, que recebeu belo passe do gênio de ocasião, Ronaldinho.

Os problemas do Flamengo eram defensivos, mas dava pra contar com a má pontaria do Emelec, até determinado ponto.

Willians e Welinton são duas peças que, há algum tempo, não justificam sequer os seus empregos, que dirá seus salários. Se era o que tinha na prateleira, tudo bem. Embora o Flamengo seja réu confesso no crime de não ter elenco para disputar duas competições em paralelo, sendo uma delas a Libertadores da América.

Definitivamente, o Flamengo tem mais time que o Emelec, o Olimpia e o Lanús. Os resultados obtidos, na verdade, evidenciam outras questões.

Quando um clube grande, com inúmeros títulos no currículo, enfrenta um time mais frágil, a ordem natural das coisas reza que um se imponha sobre o outro. Em um jogo de Libertadores, esta regra vale ao quadrado.

O primeiro tempo, apesar da vontade louca de levar mais gols, era animador para a torcida do Flamengo. Do meio pra frente, todo mundo jogando bola, trocando passes a encontrando os espaços. Até Ronaldinho, pasmem!

No segundo, não sei se impulsionados pela retórica de Joel no intervalo, o Flamengo puxou o freio de mão, mas quando a bola encontrava a qualidade de seus homens de frente, ainda levava perigo.

Pode-se dizer que, aos 23 minutos do segundo tempo, o Flamengo abriu mão da Taça Libertadores da América.

Foi melhor nem ver mesmo...


Deivid, ainda readquirindo ritmo após uma contusão, e fazendo bela partida até então (apesar de perder mais um gol feito, só pra botar na conta), sente cãibras.

Existe um ditado antigo que profecia: "Em time que está ganhando, não se mexe."

Se tal prognóstico não se torna possível, ao menos não mexa muito.

E Joel, borrando-se de medo, coloca o zagueiro Gustavo no lugar de Deivid.

O medo é o sentimento mais paralisante que existe. E quando o comandante da tropa tem medo, à tropa só resta abaixar as calças e borrar-se junto.

Dito e feito! O Flamengo se encolheu, permitindo que o lamentável time do Emelec crescesse. A partir daí, a lógica do futebol entre o grande e o pequeno estava absolutamente invertida. E Joel Santana é responsável direto por isso.

Restavam, pelo menos, mais 22 minutos de jogo. Convidar o adversário a frequentar sua área durante tanto tempo, significa correr um risco absurdo e desnecessário. Resumidamente, é uma covardia!

Imaginar que, lançando bolas longas para frente, seu gênio de ocasião vai resolver tudo e segurar a bola no campo de ataque é de uma inocência ímpar, ou de uma burrice sui generis.

Com certa dose de condescendência, podemos considerar a hipótese da inocência como verdadeira. Se existe um torneio que não admite inocência, é a Libertadores. Diante disso, o Papai Joel não era o cara pra dirigir o Flamengo na competição.

Admitindo-se a outra hipótese, - da burrice - aí sim, ele não poderia sequer ter passado na porta da Gávea.

Recordando o momento da chegada de Joel ao Flamengo, os jogadores tiveram papel decisivo na demissão do treinador que o antecedeu, Vanderlei Luxemburgo. Estavam felizes com a chegada do novo treinador, mas muito mais pela saída do outro.

A questão dos salários, pelo menos para o público em geral, está contornada. Não se fala mais em atrasos no Flamengo, portanto, não há motivos para panes secas por desnutrição entre os jogadores.

E mesmo assim, o time se acomoda. Parece satisfeito com o resultado e, automaticamente, aperta o botão "desliga". Se há alguém que se destaca neste "apagão", é o gênio de ocasião, Ronaldinho.

Melhor não contar com ele...


O gaúcho é capitão do Flamengo. Se existe uma atribuição inerente à responsabilidade de um capitão, esta é a de botar ordem na casa, chamar os garotos pra conversar, acalmar os demais diante de um mal momento.

A ausência é a pior característica que um capitão pode ter. E o capitão do Flamengo, nos momentos mais difíceis, se ausenta. Some do jogo, como que por encanto. O time fica todo perdido, sem saber o que fazer, e onde está sua referência? Em algum lugar, menos ali.

Sucedem-se tentativas inúteis de cavar uma faltinha aqui, outra acolá. As poucas marcadas são, via de regra, cobradas pelo dito cujo. Se cobranças de falta demandam treinos, e nestes ele falta aos montes, logo, é possível imaginar a quantidade de erros que ele comete nos jogos.

Mas tudo isso, não parte do nada. Parte da omissão da diretoria diante de tal descompromisso, que parece ser coletivo, não individual, mas reflexo direto da postura do capitão do Flamengo.

Os dirigentes do Flamengo mereciam ser sabatinados pelos 40 milhões de torcedores que eles dizem representar. Ouviriam poucas e boas, se não saíssem dali sob linchamento.

Se essa palhaçada fosse na Cinelândia...


Considerando o início de ano rubro-negro, onde não se sabia o time que iria a campo a alguns dias da estreia na temporada, pode-se dizer que planejamento e organização passaram a léguas da cabeça de Patrícia Amorim e seus asseclas.

Ou surge alguma coisa diferente na política da Gávea, ou o Flamengo está fadado a ser uma nau sem rumo por longos anos, independente de quem o dirija.

A covardia de Joel, a covardia de Ronaldinho e, principalmente, a covardia dos dirigentes do Flamengo, são de deixar qualquer torcedor maluco.

Podem me entender, né?


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta