quinta-feira, 19 de abril de 2012

Entre o favoritismo e a sina

O Fluminense garantiu ontem a melhor campanha da primeira fase da Libertadores da América.

De fato, há muito tempo coloco o Fluminense como um dos favoritos à conquista do título. Disso não tenho nenhuma dúvida, e não creio que alguém tenha.

Toda razão para comemorar, e também para ter cautela


A equipe tricolor, além de grandes jogadores dentro de campo, possui peças de reposição que mantém um bom nível, tanto do ponto de vista técnico, como da experiência necessária em um torneio difícil como a Libertadores.

Ontem mesmo, após a contusão de Wellington Nem, que vem sendo o motorzinho do ataque tricolor, a entrada de Rafael Sóbis - mesmo que a princípio o Fluminense tenha encontrado alguma dificuldade em reencontrar-se no jogo, adaptando-se a um estilo diferente - foi determinante. Foi de Sóbis o (belo) passe para o primeiro gol tricolor, marcado por Carlinhos.

Portanto, estas inúmeras possibilidades encontradas no elenco do Fluminense para mudar uma partida, a depender das características da mesma, o credenciam ao rótulo de favorito.

A obtenção da melhor campanha na primeira fase coloca para o Flu a definição de todo e qualquer confronto em casa, no Rio de Janeiro, ao lado de sua torcida.

Sem dúvida, esta condição pode ser fundamental para o título.

Pode.

Se levarmos em conta o retrospecto da própria competição, o último clube, com melhor campanha na primeira fase, que levantou o caneco foi o River Plate, em 1996. Ou seja, há 16 anos.

De lá pra cá, alguns chegaram muito próximo de conquistá-lo, sem sucesso. Até o próprio Fluminense, em 2008, teve a melhor campanha, com a prerrogativa de decidir todos os confrontos em casa, e sucumbiu na grande final à LDU, do Equador, nas cobranças de pênaltis.

Nos últimos dois anos, os times de melhor campanha da primeira fase foram derrotados logo nas oitavas-de-final, justamente pelos piores classificados e decidindo em casa.

Em 2010, o Corinthians, após ser derrotado pelo Flamengo por 1 a 0 no Maracanã, mesmo vencendo por 2 a 1 no jogo de volta, no Pacaembu, ficou de fora. No ano passado, foi o Cruzeiro, com uma campanha espetacular na primeira fase, que voltou pra casa mais cedo contra o Once Caldas, da Colômbia. No jogo de ida, vitória cruzeirense por 2 a 1, na Colômbia. Na volta, um improvável 2 a 0 para os colombianos, jogando na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas-MG.

História não entra em campo. Entram os times, suas qualidades e defeitos, mas, em uma competição onde o gol fora de casa é critério de desempate, todo cuidado é pouco.

No caso corinthiano, na edição retrasada da competição, bastou um simples 1 a 0 no campo do adversário para complicar sua situação. O gol de Vagner Love, no Pacaembu, apesar da derrota rubro-negra, foi decisivo para a classificação do Flamengo.

Imaginemos uma derrota por 2 a 0, fora. A obrigação de marcar, somada a necessidade de não levar mais gols para não complicar ainda mais a situação, pode ser mortal.

Se história ganhasse jogo, o Egito seria 10 vezes campeão do mundo.

Mas prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Tá aí o retrospecto que não deixa mentir.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta