quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A cadeia alimentar no capitalismo da bola

O Flamengo, ao contratar Ronaldinho Gaúcho, fez um baita negócio.

Trouxe uma estrela pentacampeã mundial em 2002, duas vezes eleito o melhor jogador do mundo e, aparentemente, disposto a retomar seus melhores momentos para voltar à seleção brasileira. Tudo isso, pagando a menor parte do salário astronômico do craque (cerca de 1,8 milhão de reais). O restante, ficou a cargo da parceira do clube, a tão conhecida, quanto nefasta, Traffic.

O acordo garantia aos dois parceiros os saldos e dividendos do uso da imagem do craque, além da obtenção de patrocínios na camisa.

Acontece que, não se sabe exatamente o porquê, o Flamengo passou meses sem um patrocinador master (frente e costas da camisa). Talvez porque Ronaldinho não teve exibições de gala até então, o que não favorecia que as empresas chegassem ao valor pedido pelo clube. Ou até porque o valor pleiteado era muito alto mesmo, e ninguém tinha cacife para tal benevolência.

Ronaldinho parado na esquina, à espera do seu dinheiro



De qualquer forma, a Traffic era responsável por intermediar as negociações, arrumar parceiros e viabilizar os contratos. Não conseguindo, entrou outro personagem na história: Ronaldo, um fenômeno, agora, do marketing esportivo.

Quem acabou fazendo o meio-de-campo entre Flamengo e a Procter & Gambler, foi a empresa de Ronaldo, aquela de nome esquisito que mistura números e letras, pronunciando o consagrado número da camisa do craque em inglês.

Pois bem, sendo outro contrato, com outro mediador, a Traffic levou uma "volta" do Flamengo.

Mas como nos negócios, nada fica de graça, a Traffic deu o troco. Trocou a direção que, por sua vez, resolveu rever algumas questões da parceria com o Flamengo. Pronto, o rubro-negro tinha um problema.

A 9ine é uma máquina de negócios inexplicáveis




Ronaldinho está sem receber a parte da Traffic há quatro meses. Seu ordenado está em "miseráveis" 250 mil reais mensais e, coincidentemente, seu futebol caiu na mesma proporção.

Assis, o irmão-malandro-empresário, só dá evasivas a respeito da permanência de Ronaldinho no Flamengo. Diz-se de uma proposta do Panathinaikos, da Grécia, animado por investidores do Oriente Médio. E, em se tratando da Grécia, nem podia ser diferente.

Em primeira mão, achamos o dinheiro do Ronaldinho!



Agora, o Flamengo é o sexto lugar do Brasileirão. Está fora da zona de classificação para a Libertadores, objetivo maior no momento.

Não cabe discutir se a colocação do Flamengo no campeonato, condiz com o tamanho do investimento feito. Apesar de revelar o pior custo-benefício, falando estritamente de futebol, dentre os primeiros colocados na competição.

Cabe questionar: alguém torce pela Traffic? Ou pela Procter & Gambler? Pela 9ine? Até pelo Assis?

A resposta para todas estas é a mesma: não!

Por outro lado, o Flamengo tem quase 40 milhões de torcedores. E nenhum deles tem nada a ver com esse come-come de interesses econômicos. Só querem que o cara volte a jogar bem.

Alguém paga o preço?


Valeu,

Bruno Porpetta

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Valeu,

Bruno Porpetta