sexta-feira, 10 de junho de 2011

Cesare Battisti está livre, sem surpresas

O Supremo decidiu pela não extradição de Cesare Battisti para a Itália, por 6 a 3. Uma vitória dos lutadores sociais, cuja luta não deve ser condenada pelo fascismo.

Fora a frustração de Berlusconi e da Globo, o que em si já é fantástico, os três votos favoráveis a extradição foram dos "surpreendentes" Gilmar Mendes, Ellen Gracie e Cezar Peluso.



Esse negócio de democracia é um saco...



Gilmar Mendes é o mais famoso defensor dos fracos e oprimidos, tais como os latifundiários, Daniel Dantas, Jader Barbalho, entre outros. Além dos arquivamentos de processos contra ministros do governo que o colocou lá, o de FHC.

Ellen Gracie tem bico de tucana, penas de tucana, asas de tucana, mas jura de pés juntos que não é! Outra indicada pelo governo FHC - ou poderíamos chamá-lo agora de THC? - que não tem em sua folha corrida tantas barbaridades quanto às de Gilmar Mendes, o fazendeiro.



Não é a cara da Ellen Gracie?



E Cezar Peluso, atual presidente da casa, já é um velho "conhecido" meu. Se formou, tal como este que vos escreve, na distinta Faculdade Católica de Direito de Santos, a famosa Casa Amarela!

Lá, tive dos dias mais felizes da minha vida, apesar de odiar o curso de Direito e ser o único que, em cinco anos, só vestiu terno e gravata, no máximo, três vezes. No restante, era bermuda, chinelo e camiseta (às vezes do Metallica, às vezes do Flamengo, às vezes do PT). Quando muito, um casaco no frio.

Fui do Centro Acadêmico Alexandre de Gusmão, tal como o presidente do STF. Só que, diante das minhas vestimentas, nunca fui presidente, cargo que foi ocupado em 1966 por Peluso. Não fazia questão também, ficava na minha diretoria sócio-cultural. Onde ninguém sabia exatamente pra que servia, e por isso me dava liberdade pra fazer o que eu quisesse.

Através dela, militei na FENED (Federação Nacional dos Estudantes de Direito), na UPED (União Paulista dos Estudantes de Direito), fui do CES (Centro dos Estudantes de Santos, a primeira entidade estudantil do país) e viajei pra caramba.

Também participava dos Jogos Jurídicos, dos quais fomos expulsos por atos hostis aos princípios esportivos, mas em especial aos bem cuidados garotos da USP , PUC-SP e Mackenzie. Organizamos outra liga, e nos divertimos tanto quanto. Quantas histórias! Em Guaratinguetá, São Manuel, Avaré...


Esta estação, em São Manuel, funcionava até nossa chegada



Encerrado meu ciclo universitário, posso ter deixado algumas más impressões. Tem gente que jura que eu sou maluco, outros que eu era politicamente amplo demais, alguns já acham que eu sou estreito e radical. Vai entender?

Mas de uma coisa posso ter certeza. Nunca ninguém sequer levantou alguma suspeita de colaboração com a ditadura.

Tudo bem, quando eu estava lá não tinha ditadura. Pelo menos, não oficialmente. Mas de qualquer forma, nunca ouvi dizer que eu colaborava sequer com a direção da faculdade, quiçá com o governo de plantão.


Peluso e Flanders: mórbida semelhança



Já o outro...

Por essas e outras, até compreendo o voto dos três no julgamento de Battisti. Super coerente!


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta