A ocupação do quartel central dos Bombeiros Militares do Rio de Janeiro ainda dá pano pra manga. E deve dar por um bom tempo.
Primeiro, porque o governo do Estado acha que os 950 reais mensais de piso para a corporação estão de bom tamanho.
Os Bombeiros, a instituição mais respeitada do país - inclusive acima do Palácio Guanabara - ficaram de fora da festa da segurança pública.
A pasta de José Mariano Beltrame foi, substancialmente, inflada, tanto do ponto de vista orçamentário como midiático.
Claro! Só para quem mata, não para quem salva.
De heróis a bandidos em um simples pedido de aumento
Depois, a queda do comandante-geral do Corpo de Bombeiros, a prisão e a ameaça de exoneração das centenas de bombeiros envolvidos, tornou evidente que a corporação deve servir de exemplo aos demais. Quem desafiar o governo e insistir nesta patacoada de sonhar em ter uma vida minimamente decente, com salário digno, na profissão que escolheram, será rigorosamente punido!
Vai que a "menina dos olhos" do governo, as UPP's, começam reivindicar o mesmo? Acaba, por completo, a imagem de bom moço de Sérgio Cabral, o filho.
Parecido com o ídolo, que também já foi considerado bom
Do ponto de vista legal, os bombeiros são submetidos ao Código Penal Militar, o que caracteriza como crime a insubordinação dos revoltosos, assim como proíbe a greve. E aí reside uma questão importante.
A criação das Polícias Militares no Brasil, às quais estão submetidos os Corpos de Bombeiros, data da ditadura militar. Substituíram as chamadas Forças Públicas, cumprindo a tarefa de organizar, nos estados, a repressão a qualquer oposição ao regime.
Não que, de lá pra cá, muita coisa tenha mudado neste aspecto - em outros também, mas isso é outro papo -, mas nada mais justifica a existência de organizações estaduais militares. A não ser uma íntima vontade, que a classe dominante possui, de manter as coisas tal como eram naqueles tenebrosos tempos. Além de submeter pessoas, que encontram nestas organizações uma possibilidade de carreira e melhoria de suas condições de vida, à impossibilidade de reivindicar melhores condições de trabalho e salários (ou soldos, para eles).
As duras palavras do protótipo de Hitler - Sérgio Cabral, o filho - são uma tentativa de esfriar as coisas para os bombeiros que estão fora do xilindró, mas pode ter o efeito reverso. Ainda mais, podem criar uma saia justa para o governador. Da forma que falou, ficaria feio voltar atrás. Talvez fique ainda pior seguir com essa estupidez!
E antes fossem só palavras! A entrada do Bope no quartel central não fez distinção de quem era quem, saiu arrebentando geral e provocou até um aborto na esposa grávida de um bombeiro. Sem falar em outros familiares feridos no "confronto".
Agora, se tornou importantíssima uma intervenção da sociedade civil. Esta, em tese, é livre! E pode pressionar pela liberdade dos bombeiros, além da manutenção de seus empregos e melhores condições nos mesmos.
Chegou a hora de retribuir às inúmeras vidas salvas pelos bombeiros. Eles precisam ser salvos.
E todo mundo sabe que eles merecem!
É hora de salvarmos os bombeiros!
Menos Sérgio Cabral, o filho.
Até porque o pai é Sérgio Cabral, que não seria cínico em negar aumento aos bombeiros para reajustar os ganhos de quem reforma o Maracanã.
Parodiando Chico: "De que te vale ser filho de um santo? Melhor seria ser filho de outro..."
Valeu,
Bruno Porpetta
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Bruno Porpetta