sábado, 11 de junho de 2011

Cruzeiro: uma depressão azul

É chegada a hora de refletir! O que acontece com o Cruzeiro, que, sistematicamente, frustra a todos no momento onde é mais adulado?

O Cruzeiro é um time que, historicamente, joga bonito. O futebol do clube de Tostão - o verdadeiro poeta da bola - tem, em seu sangue azul, o vírus da beleza. A arte de jogar futebol, ao invés da brutalidade com a bola.

Ultimamente, é bom que se diga, o Cruzeiro parece perder toda sua pujança, justo quando ela se faz necessária.

Depois do time de Alex, que engatou uma tríplice coroa em 2003, o Cruzeiro não ganhou nada mais expressivo. Só Campeonatos Mineiros! E digo só porque, sempre, a competição tem Atlético-MG e Cruzeiro. O América-MG, que um dia já fez parte da disputa, hoje está no outro grupo: daqueles que podem, eventualmente, aparecer entre os dois. Como já foi o Ipatinga, por exemplo.

Em 2009, o Cruzeiro foi à final da Libertadores. Era hora de tornar a vencer um torneio importante, e o jogo de ida, na Argentina, contra o Estudiantes terminou empatado. Excelente resultado para a volta no Mineirão.

Mas quem mandou no jogo de volta, foi Verón. E o Cruzeiro perdeu por 2 a 1, em casa.

Naquele momento, iniciava-se o Brasileirão, e o time mineiro teve um péssimo início, com a ressaca da derrota na Libertadores. Depois conseguiu uma boa reação, e retornou à Libertadores.

A tal ressaca derrubou um time que era considerado favorito ao título.

Chegou do mesmo jeito à Libertadores 2010, passou em segundo no grupo do Velez, mas com ataque mais positivo. Despachou com facilidade o Nacional (URU), vencendo os dois jogos, e foi para o confronto com o São Paulo como favorito.

O São Paulo tinha um futebol que não convencia a ninguém. Vencia, mas não teve uma grande atuação em toda a temporada. Até enfrentar o Cruzeiro.

Daí foram dois grandes jogos contra o favoritismo da Raposa, e esta voltou com o rabo entre as pernas para sua toca em Belo Horizonte.

Durante o Brasileiro 2010, Cruzeiro e Galo já não tinham o Mineirão, o primeiro dos grandes estádios a fechar para reforma de olho na Copa. Sem casa, o time - mais uma vez favorito - não se encontrou nos mais variados lugares que escolheu para jogar. Foi preciso uma outra recuperação para, novamente, voltar à Libertadores.

Aí veio 2011, e o Cruzeiro entrando sempre na mesma condição. Favorito a tudo o que disputa no ano.

A Libertadores foi um assombro. O Cruzeiro enfiava goleadas nos adversários como as traves tivessem 40 metros de distância de uma para a outra. Inclui-se aí, duas goleadas contra o ex-algoz, Estudiantes de La Plata!

Fez a melhor campanha da primeira fase, e enfrentaria o pior segundo colocado decidindo em casa, agora já estabelecida como a Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.

O sparring da vez era o Once Caldas, que em 2004 já havia aprontado muito, a ponto de ser campeão da Libertadores. Mas em 2011, não era nada demais.

Novamente um empate no jogo de ida, na Colômbia. Novamente uma derrota em casa, por 2 a 0. Pra não falar no destempero do treinador Cuca, que deu uma cotovelada no jogador do time colombiano. Mais uma vez, o favorito estava fora.

Logo na sequência, um alento! A final do Campeonato Mineiro, que poderia ser um termômetro do quanto a derrota na Libertadores afetou o time e o treinador, que costuma ser um depressivo de carteirinha. Cruzeiro campeão sobre o Atlético-MG! Havia esperança!


Apesar de, mais uma vez, ser favorito, o início de Brasileirão do Cruzeiro já é catastrófico. Dois pontos em quatro partidas. Já está a 10 pontos atrás do líder, o São Paulo.

E o pior é que não dá pra jogar a culpa no Cuca.

Primeiro, porque o time dirigido por Cuca reverteu a situação adversa do Brasileirão passado, goleou geral na Libertadores e jogava bem. Depois, porque o próprio Cruzeiro, sem Cuca, já fez as mesmas patacoadas em anos anteriores.

Ou seja, o Cruzeiro sofre de uma espécie de transtorno depressivo, que o derruba quando mais se espera dele.



Precisa de muita terapia pra entender...



Hoje, o Cruzeiro conseguiu a proeza de empatar, em casa, com os reservas do Santos. Não ganharam de ninguém até agora!

Vão deixar para se recuperar depois? Ótimo! Mas todo mundo já sabe o script dessa novela, e a torcida já não aguenta mais. Deprime junto com o time.

Pudera. Se o próprio clube, em seu site, lista, junto aos títulos, todos os vice-campeonatos. Desde quando vice é título? Só para casos clássicos de depressão coletiva!

Veja no link abaixo:


De Belo, o Horizonte do Cruzeiro não tem nada.

Mesmo assim, eles continuam favoritos. Como em 2009, 2010, ...


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta