Pelo segundo governo consecutivo, Antonio Palocci "é saído" de um Ministério estrategicamente importante para o Planalto. Ambas as saídas por escândalos de corrupção, sejam eles verídicos tal como foram contados, sejam mega-produções midiáticas a serviço da tucanalha.
Durante o governo Lula, Palocci era Ministro da Fazenda.
Foi o segundo na escala de dinamites da direita tradicional. O primeiro foi José Dirceu, da Casa Civil, substituído pela então Ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef.
Sua atuação como mandatário da grana toda, não era contestada pela porção de membros da sociedade brasileira que, coincidentemente, são proprietários de bancos.
Somente a oposição, e todo seu arcabouço teórico em economia, pedia sua cabeça.
Se uma parte, a de direita, referia-se tão somente ao índice de juros, a outra, da canhota, falava da política econômica. A primeira já foi governo, e fez a mesma coisa. Já a segunda, era muito pequena, e tinha pouca representação no Congresso.
Palocci, que nadava de braçada junto ao banqueiros, tropeçou num caseiro. O tal de Francenildo (que sumiu, diga-se de passagem) acabou servindo como um prato cheio à dupla infernal PSDB/DEM. Palocci caiu pela primeira vez!
Palocci: para os banqueiros estava tudo certo!
Agora, o vultuoso aumento das suas próprias economias, gerou a primeira grave crise para o governo Dilma administrar.
Com uma diferença, o "menino de ouro" das gravatas do mercado financeiro era o Ministro da Casa Civil. Responsável, dentre outras coisas, a articular interesses do governo junto às Casas Legislativas.
Por isso, da mesma forma que José Dirceu, era o personagem central do governo, e principal alvo da oposição de direita.
Apesar de todas as semelhanças políticas com o caso de Dirceu, existe uma diferença clara de perfil entre o ex e o atual.
José Dirceu, apesar de negar todas as acusações, e as nega até hoje, assumiu para si todo o impacto da crise. Lutou sozinho contra os leões do Congresso e caiu! Depois disso a pauta esfriou, o ex-Ministro perdeu seus direitos políticos, mas o governo sobreviveu. Via-se, em sua conduta, a defesa de um projeto. Concordemos ou não com o dito cujo.
Palocci demorou a responder às acusações, deixou o circo pegando fogo por um tempo, para depois dar justificativas inconsistentes que não resolveram a crise.
Parecia que, na verdade, queria se preservar, e só. O governo entrava numa sinuca de bico que Palocci não se dispunha a dar sua cara a tapa para dirimir.
Até que o Ministro foi chamado para uma conversa com Dilma, e pediu o boné! Palocci caiu pela segunda vez!
Em seu lugar, assumiu Gleisi Hoffmann, de perfil mais técnico. Que, aliás, era também o de Dilma, quando substituiu José Dirceu.
Vendo os interesses aos quais patrocinava, a queda de Palocci não é uma má notícia.
O problema é que o PMDB está de olho nas relações com o Parlamento, e já indica caminhos para tal. É o preço de manter lobos por perto!
Esperamos para saber como o governo conduzirá a questão. Se entregará à chantagem do PMDB, partido do vice e de maior bancada parlamentar? Ou tentará uma saída mais honrosa para o partido da Presidenta?
Seja qual for a decisão, ao menos, estamos livres do melhor amigo dos banqueiros.
Vai com Deus, Palocci! Mas vê se não volta, por favor!
Valeu,
Bruno Porpetta
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Bruno Porpetta