quinta-feira, 19 de julho de 2012

A dor do "não"

Levar um fora sempre é de doer!

Quando estamos numa festa, olhamos para alguém e gentilmente nos aproximamos, apesar de considerarmos sempre a possibilidade da negativa, esta sempre dói um pouquinho. Claro, sempre esperamos uma resposta positiva e a frustração pelo contrário é inevitável.

Riquelme faz cara feia pro futebol do Flamengo


Imaginem só quando, da resposta, depende nossa própria "sobrevivência". Este é o caso de Patrícia Amorim, presidenta do Flamengo.

No futebol profissional, estamos habituados a saber de recusas de jogadores a ofertas dos clubes. Em geral, por motivos financeiros, ou estruturais.

O "não" de Riquelme ao Flamengo é, no mínimo, inusitado. Mas, fundamentalmente, desesperador para sua torcida e, em especial, para a presidenta-vereadora.

O craque argentino, última esperança do Fla em contar com um camisa 10 de renome internacional, negou a proposta do clube - a melhor proposta financeira, segundo seus empresários - por questões relacionadas estritamente ao futebol.

Riquelme assistiu ao jogo entre o Flamengo e o Corinthians, onde o rubro-negro foi vergonhosamente derrotado por 3 a 0, sem sequer ver a cor da bola, dentro de casa, diante de sua torcida, mesmo que esta tenha se colocado de costas durante a partida.

Ao ver o que viu, uma presa fácil para o Corinthians, sem nenhuma inspiração e diante de uma pressão enorme vinda das arquibancadas, declinou do convite e preferiu não meter a mão nessa cumbuca.

A agonia da torcida rubro-negra, após ver aquela exibição patética do time e sem esperanças por grandes contratações às vésperas do encerramento da janela de transferências internacionais, fica ainda maior e a pressão sobre jogadores, treinador e dirigentes beira o insuportável.

Pior está a situação de Patrícia Amorim.

Candidata a reeleição em duas frentes - no próprio clube e na Câmara Municipal do Rio -, enxergava na contratação de Riquelme uma última cartada em busca de um trunfo eleitoral para o fim do ano. Não foi desta vez, e provavelmente não será em nenhuma.

O desespero da dirigente, em ligação telefônica com Zinho (diretor profissional de futebol), revela o tanto de esperança que depositava em Riquelme para alavancar suas pretensões.

Como se a contratação do meia argentino "apagasse" os inúmeros equívocos cometidos até então, que alcançaram seu ápice na atabalhoada saída de Ronaldinho Gaúcho do clube, gerando uma dívida milionária e, no momento, impagável.

O resultado da desastrosa administração de Patrícia a frente do Flamengo é exatamente o que Riquelme assistiu ontem, e o fez desistir de aceitar a proposta rubro-negra. O time é um retrato fiel dos sucessivos erros da gestão, da acomodação de interesses de grupos políticos internos que passam longe dos reais interesses do clube, e da postura indolente dela própria nos momentos mais delicados.

Hoje, sobrou a Patrícia um enorme mico nas mãos. Com a pressão da torcida pela demissão de Joel, antes fritado pela direção e agora garantido no cargo por conta da alta multa rescisória que o Flamengo não é capaz de arcar, além da ausência de grandes jogadores, exceção feita a Vágner Love, sua situação é bastante delicada e sua reeleição, em ambos os cargos, depende única e exclusivamente de uma estratégia política baseada em acordos bastante frágeis.

Para a presidência do Flamengo, Patrícia terá que reeditar a composição entre grupos internos, que já não parecem tão dispostos a isto, além de usar o discurso das "piscinas". Quando o futebol vai mal, só as "piscinas" podem sensibilizar os sócios do clube. A pressão externa, diante do tamanho do Flamengo, pode inviabilizar esta estratégia.

Já na Câmara Municipal, onde os eleitores são, em grande medida, torcedores dos clubes da cidade, para os do Flamengo, ela já não convence, e para os outros, menos ainda. Vascaínos, tricolores e botafoguenses torcem, somente, para que ela se reeleja no Flamengo, nada mais que isso.

Haja cloro pra limpar a barra dela...


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta