Quanto mais o futebol fica veloz, e o preparo físico se sobrepõe à técnica, mais importante é o papel do camisa 10 em um time.
Hoje em dia, ele pode estar com qualquer número nas costas. Seja o 90, 87, 64, 33 ou 4.500.000. O camisa 10 não é um número às costas, é um estilo de jogo, é um personagem.
Ele é o responsável, na prática, por armar as jogadas de ataque. Fica um pouco atrás do ataque para observar a movimentação de seus atacantes e descobrir buracos na marcação adversária. Para isso, é preciso ter boa visão de jogo e um excelente passe.
Além disto, o camisa 10 é quem dita o ritmo do jogo. Para encontrar a melhor jogada de ataque, nem sempre dar mais velocidade ao jogo ajuda. Às vezes, diminuir o ritmo, segurar a bola e enfiar a bola no momento mais adequado é imprescindível.
O camisa 10 virou um artigo de luxo, em um futebol tão empobrecido de arte. Por isso, vê-los jogar é um privilégio a quem paga ingresso, e aos que não pagam também.
O motivo deste post foi a estreia de Seedorf no Botafogo.
Estádio cheio, muita expectativa, e uma boa perspectiva apesar da derrota.
Sim, camaradas! O Grêmio botou água no chope botafoguense.
Com uma marcação implacável, o time gaúcho dificultou a participação do time do Botafogo no ataque e, em especial, de Seedorf.
Mas se o holandês não pode ser efetivo, outro camisa 10 o foi.
O meia Zé Roberto, também recém-chegado ao Grêmio, fez uma belíssima partida e foi dele o passe para o gol de Marcelo Moreno, que definiu o confronto. Aliás, que passe!
Outra coisa, depois de um longo jejum, o centroavante boliviano desandou a fazer gols após a chegada de Zé Roberto. Compreensível. Quando as bolas chegam redondas, o atacante fica em melhores condições para finalizar e, consequentemente, alterar o placar.
Por essas e outras, é fundamental ter um autêntico camisa 10 no time. Os gols saem, as torcidas ficam felizes... e é tão bonito vê-los jogar!
Valeu,
Bruno Porpetta
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