terça-feira, 25 de outubro de 2011

Árbitros não fazem embaixadinhas

Toda rodada, alguém diz que foi roubado pelo árbitro.

Aliás, todo mundo diz que é frequentemente roubado pela arbitragem.

Mais ainda, todo mundo diz que, historicamente, seu time é o melhor do melhor do mundo em ser roubado pelos sacanas dos árbitros.

Ninguém se cansa de rememorar histórias do tempo do pastel de vento com Gini, onde seu time foi vilipendiado por alguém dirigido a esculachar seu time do coração.

Até o momento, a melhor opinião sobre o atual estágio da arbitragem brasileira foi de um dos mais controversos (para alguns, um sacana mesmo) árbitros da história do nosso futebol: o incalculável Armando Marques. Ele afirmou que, atualmente, os árbitros são mais honestos, ao mesmo tempo em que são piores que os de outrora.

De fato, somos obrigados a assistir alguns deles comentando arbitragens em jogos, e eles conseguem roubar até na condição de comentaristas!

Na maioria das vezes, eles é que merecem um vermelho!


Porém, o que mais impressiona nas arbitragens de hoje em dia é, além do excelente preparo físico, o absoluto desconhecimento a respeito deste esporte que tanto adoramos. O tal do futebol.

Eram, provavelmente, os melhores alunos das faculdades de Educação Física. Altas notas, excelente preparo físico, currículos invejáveis, e um entendimento tecnocrático sobre o esporte bretão.

Daqueles que sabem tudo sobre a disposição tática das equipes, o cronograma de treinamentos físicos dos atletas e sacam tudo sobre o "jogo sem a bola". Com a bola, eles se enrolam um pouco.

Não entendem nada do universo dos jogadores, do que é malandragem, do que não é. Interpretam (e isso tem sido determinante em grande parte dos erros) as coisas mais estapafúrdias possíveis, desconsiderando até as leis mais elementares da física. 

Corpos em movimento, com velocidade, ao se chocarem, por não conseguirem atravessar uns pelos outros, tendem a cair. Ou o energúmeno marca o pênalti e sacaneia o zagueiro, ou dá simulação, acrescido de cartão amarelo, e sacaneia o atacante.

De repente, aparece um Leandro Vuaden, e uma dita escola europeia que deixa seguir os lances, sem interromper tanto o jogo. Em tese é bom, na prática, falta pra Vuaden, só derrubando a tiros!

Todo mundo sabe que jogador brasileiro é "malandro". Adora se atirar no chão. É nesta hora que o juiz deve ser mais malandro ainda. Mas não é, e cai em duas possíveis armadilhas. Ou marca tudo, ou mete o carimbo de "cai-cai" no cara, e não marca nada até mesmo em tentativas de homicídio.

Outro dia, ouvi alguém dizendo que os árbitros poderiam ser ex-jogadores, que já conhecem a manha toda dos jogadores. O princípio da ideia é bom, mas alguém consegue imaginar o Ronaldo acompanhando os lances em cima?

Talvez, uma boa solução seja colocar ex-jogadores para instruir os árbitros. Fazê-los entender como funciona a cabeça dos jogadores para, quem sabe, eles interpretarem melhor os lances.

Ou mantem-se tudo como está. Afinal de contas, do que a gente vai falar na segunda-feira? Quem a gente vai culpar pelas derrotas dos nossos times?


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta