segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A força que só eles tem

As recentes greves dos trabalhadores, nas obras do Maracanã e Mineirão, mostraram muito mais que a insatisfação dos mesmos com as péssimas condições de trabalho a que são submetidos.

O povo unido jamais será vencido


Mesmo com a decisão judicial que declarou como abusiva a greve no Rio, é evidente que qualquer paralisação, diante dos prazos estabelecidos e o desespero dos governos e dirigentes envolvidos para convencer aos mandatários da FIFA que tudo vai bem, deixa todo mundo de cabelos em pé.

Demitir todo mundo, eles não podem. Até porque isso prejudicaria ainda mais o cumprimento dos prazos e para eles o tempo é, literalmente, dinheiro.

E a questão principal reside basicamente aí. Juntamente com seus respectivos sindicatos, os trabalhadores tem a faca e o queijo na mão para conquistar uma imensa gama de benefícios que podem mudar suas situações de vida por um bom tempo, após o término do serviço.

Suas reivindicações, além de justas, encontram amparo em parcela da sociedade que questiona a forma como o processo de realização da Copa vem sendo conduzido no Brasil. E toda essa dinheirama (em boa parte, pública) gasta com o evento deve ser melhor distribuída. Ao invés de quase tudo no bolso de dirigentes do futebol e empreiteiras, os trabalhadores que tornarão tudo isso possível também merecem o seu bom quinhão.

O povo quer uma Copa que promova melhorias sociais para o Brasil. Não quer uma Copa que remova criminosamente as pessoas de suas casas, que exclua os torcedores dos jogos e que trate os operários dos estádios como animais. O povo brasileiro exige respeito, e isso não está se verificando até o momento.

Mesmo com a intransigência conservadora do Judiciário, até o julgamento da greve declará-la ilegal, mais tempo se passa, e em algum momento as empreiteiras e governos terão que ceder.

Considerando que a falta de respeito não se restringe ao Rio de Janeiro e Belo Horizonte, pode-se, inclusive, organizar um movimento nacional nas 12 cidades que abrigarão os jogos, reivindicando melhores salários e condições de trabalho. Quanto mais unidos, maiores conquistas terão.

Além disso, este movimento pode se articular a outros organizados para lutar pelo legado social dos megaeventos. Esta luta não é só dos operários, é de toda a população.

Caso isto não ocorra, o povo está fadado a assistir a uma Copa em seu país sem poder sair de casa, quando esta ainda existir.

E a Copa se vai, fica o Brasil. Com os mesmos problemas de sempre que, quando nos venderam a ideia de sediar tais eventos, prometeram que seriam resolvidos.

Fica a dica.


Valeu,

Bruno Porpetta


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Bruno Porpetta