domingo, 18 de setembro de 2011

Porque o Vasco voa?

Pense comigo.

Vinte times entram em um campeonato onde um será campeão e outros três vão, junto ao dono do caneco, à Libertadores da América. Digamos que este seja o filé mignon da competição.

Para poucos, o limite é a glória...


Há um pequeno consolo aos que não chegam a tanto. São oito vagas para a Copa Sulamericana, que apesar de poder representar uma vaga na principal competição do continente, ainda não pegou entre nós, brasileiros.

Daí em diante, são dois pequenos grupos. Um dos que escaparam à tragédia do rebaixamento, e outro que não. No fim das contas, dá pra resumí-los em um só.

... e para outros, a gelada tristeza do rebaixamento..


Os times que jogam o campeonato, de acordo com uma série de fatores, dentre eles a qualidade do elenco, o preparo físico, a capacidade do treinador em ajustar taticamente a equipe, entre outras coisinhas que vão aparecendo no caminho, se dividem na disputa pelos quatro grupos.

Continuemos pensando.

O Vasco foi campeão da Copa do Brasil. Com isso, já tem vaga na Libertadores do ano que vem e, automaticamente, está fora da Sulamericana (não se pode acumular as duas competições continentais). Ou seja, o pendão cruzmaltino entra no Brasileirão, ou para fugir do rebaixamento, ou para ser campeão. Dada a qualidade técnica do elenco, esqueçamos a primeira assertiva.

Resumindo, só sobrou ao Vasco a disputa pelo título.

Toda aquela pressão, que pode levar uma equipe a três destinos diferentes no fim da competição, o Vasco não tem. O time pode, simplesmente, jogar bola.

Bola pra jogar, o Vasco tem. E deste jeito, vai seguindo sem muita preocupação ou  responsabilidade, com uma tonelada a menos que os outros nas costas.

Não bastando a leveza, outro componente importante é a motivação. Não é incomum os times que venceram, ou a Copa do Brasil, ou a Libertadores (caso do Santos) - embora este último ainda tenha o que disputar no fim do ano, o Mundial Interclubes - dêem uma boa relaxada no Brasileirão. Às vezes, o relaxamento é tamanho que até risco de rebaixamento passa a correr.

É preciso que o treinador seja quase um psicólogo para motivar a equipe a buscar o único objetivo possível, o título.

Aí, muito mais do que na tática, reside o grande mérito de Ricardo Gomes no comando do Vasco. Acertado o time já estava, não à toa sagrou-se campeão da Copa do Brasil. Com o incremento de algumas (boas) peças, como o veterano, mas genial, Juninho Pernambucano, o Vasco veio empreendendo a mesma toada no Brasileirão.

Mesmo à distância, ele tá gostando do Vasco


Pois bem, tudo corria muito bem até o jogo contra o Flamengo. O treinador Ricardo Gomes sai de campo deixando todos muito preocupados. Um acidente vascular encefálico o deixou internado na UTI, com risco à vida. Ainda bem, o quadro está bem melhor e Ricardo foi liberado hoje do hospital, podendo concluir seu tratamento em casa.

Mas o que poderia servir como motivo para abatimento, pode ter efeito absolutamente diverso.

Se faltava alguma pitada para motivação, está dada. Agora, o Vasco luta pelo título para oferecê-lo ao seu treinador.

Quando se tem tranquilidade, somada a motivação, o combustível sobra. E o Vasco é, hoje, o grande favorito ao título brasileiro.

Não pelo elenco, onde existem melhores. Não pelo treinador, que sequer está a beira do campo e não tem o "pedigree" de outros. Não pela necessidade, pela classificação adiantada para a Libertadores.

O Vasco é favorito porque, no momento que o tal "algo mais" for exigido, o time tem de onde tirar. Mas sem estresse...


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta