terça-feira, 26 de agosto de 2014

Torcida que canta e vibra, há 100 anos

Sou Flamengo! Até as pedras portuguesas de calçada sabem disso. Algumas até ousam me sacanear nas derrotas. Outras sorriem para mim nas vitórias.

Mas devo confessar que o Palmeiras me traz lembranças interessantes. Pro bem e pro mal.

A primeira lembrança que tenho do agora centenário Palmeiras foi em uma derrota, digamos assim, vexatória. Assisti à final do Campeonato Paulista de 86, onde a Inter de Limeira sagrou-se campeã ao derrotar o Palmeiras. O alviverde da capital foi, em várias ocasiões, a alegria do interior.

Mas tem uma lembrança que, sinceramente, me deixa puto até hoje.

Em 88, o Zetti - então goleiro do Palmeiras - quebrou a perna em um lance no Maracanã, contra o Flamengo, e o Gaúcho (que depois seria campeão brasileiro pelo Flamengo em 92) acabou indo pro gol. O jogo terminou 1 a 1 e, por conta do regulamento daquela Copa União, foi para os pênaltis.



E não é que o filho da puta, além de fazer o dele, ainda pegou dois?

Pois é, ainda teve o dia em que eu fui "palmeirense". A convite de um grande amigo, fui ao Palestra Itália assistir a um jogo contra o Deportivo Tachira, da Venezuela, pela Libertadores.

O Parque Antártica era (até porque aquele já não existe mais) um estádio ótimo para assistir futebol, menos para os visitantes. A torcida adversária ficava de frente para a piscina e assistia ao jogo com a cabeça virada pro lado. Fui para assistir decentemente a um jogo no Parque Antártica.

Este meu amigo estava acompanhado por outro, que mais adiante, nós três, juntos com um sãopaulino, formaríamos uma banda, mas aí é outra história.

Tinha visto este cara uma vez na vida, o bastante para ter falado de futebol por umas duas horas e meia. Ele me reconheceu algum tempo depois.

- Você não é...

- Sim, sou! (dei um abraço nele e continuei) Agora, fique em silêncio, senão eu vou morrer aqui.

O Palmeiras ganhou por 2 a 0, e não pude ser acusado de pé frio. Depois, fomos beber cerveja e comer os excelentes sanduíches de linguiça no entorno do estádio.

Ir ao Parque Antártica como visitante era uma tortura. Não era fácil ter que usar casaco no verão para esconder a camisa do Flamengo e, via de regra, você chega ao estádio no meio dos palmeirenses. Em algum lugar, você vai encontrá-los. Seja no metrô ou no entorno.

Além de tudo isso, outros confrontos entre Flamengo e Palmeiras foram bastante marcantes para mim. A final da Copa Mercosul, que ganhamos lá no Palestra, com gol de Lê. O confronto na Copa do Brasil, onde fomos eliminados, perdendo por 4 a 2, com dois gols iguais e os dois com falta no Clemer (que a porcada nunca vai admitir).

Resumindo, o Palmeiras é um gigante do futebol brasileiro pelo qual tenho um profundo respeito. Por isso, não poderia me furtar a contar estas histórias no dia de seu centenário.

O alviverde do Parque Antártica possui torcedores fanáticos. Uma torcida que me deu grandes amigos, pelos quais, às vezes, sinto até pena pelo estado crítico que o Palmeiras vive.

O Palmeiras me deu até ídolos, como Marcos, que é mais humano que a média dos jogadores de futebol no Brasil. O cara é campeão da Libertadores e para em posto de gasolina pra beber um vinho e comemorar com outros torcedores. Toma café durante um jogo de Libertadores. É campeão do mundo pela seleção. Como não gostar de um cara desses?



Ao Palmeiras, meus sinceros parabéns! Desejo que protagonizem ainda grandes confrontos com o Flamengo, para sempre.

Mas não me peçam pra chamar a "arena" pelo nome novo. Não tenho contrato com ninguém pra ficar fazendo propaganda. Vai ser sempre Parque Antártica, ou Palestra Itália.


Valeu,

Bruno Porpetta

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