O Brasil, desde a Copa do Mundo,
fez uma opção por jogadores rápidos no meio-campo. Estes roubam a bola no campo
defensivo, partem em velocidade para o ataque. Não trocam passes, nem sentam na
bola quando é preciso diminuir o ritmo.
O futebol brasileiro sente falta
de um autêntico camisa 10, alguém que dite o ritmo da partida e até mesmo o
giro da Terra. Este jogador, gostando ou não, é Paulo Henrique Ganso.
Ele é irregular, não é protagonista
no São Paulo, como não era no final de sua passagem no Santos. Na prática, foi
responsável só pelo título paulista do Santos, em 2010.
Depois, foi soterrado por suas
lesões e pela ascensão do craque Neymar. O cara que se recusou a sair de campo,
dando bronca no treinador, naqueles tempos, nunca mais voltou.
Poderia ir à Copa, mas não fez
nada para merecer a convocação, a não ser o jogador que é. Um craque!
Quer saber outra? Não precisa nem
ser titular, pode ser apenas uma opção. Mas não pode ficar de fora.
Um jogador como Ganso pode
parecer antiquado. Afinal de contas, a Alemanha foi campeã do mundo sem um cara
exatamente assim. O mais próximo é Schweinsteiger, que joga como “volante”.
Que se dane o mundo! Um cara como
Ganso pode trazer de volta uma ideia de futebol que estão tentando enterrar
desde 82. Não ganhamos, mas é uma das maiores seleções da história das Copas.
Com beleza, que é uma marca nossa.
Está aí nosso grande problema. A
cada derrota, fomos “aprendendo” algo com os europeus. Revivemos tempos de
Cabral, com a aristocracia da bola sentindo orgulho das influências coloniais
do Velho Mundo.
E assim vamos abrindo mão de
todas as nossas características, cultuando volantes e mais volantes. A ideia do
“feio que vence” predomina, mesmo que tenha perdido mais do que vencido.
Enquanto isso, o Ganso faz
golaços pelo São Paulo...
Valeu,
Bruno Porpetta
Totalmente de acordo, em cada linha!
ResponderExcluir