terça-feira, 26 de agosto de 2014

Por que o 10 não joga?

O Brasil, desde a Copa do Mundo, fez uma opção por jogadores rápidos no meio-campo. Estes roubam a bola no campo defensivo, partem em velocidade para o ataque. Não trocam passes, nem sentam na bola quando é preciso diminuir o ritmo.

O futebol brasileiro sente falta de um autêntico camisa 10, alguém que dite o ritmo da partida e até mesmo o giro da Terra. Este jogador, gostando ou não, é Paulo Henrique Ganso.



Ele é irregular, não é protagonista no São Paulo, como não era no final de sua passagem no Santos. Na prática, foi responsável só pelo título paulista do Santos, em 2010.

Depois, foi soterrado por suas lesões e pela ascensão do craque Neymar. O cara que se recusou a sair de campo, dando bronca no treinador, naqueles tempos, nunca mais voltou.

Poderia ir à Copa, mas não fez nada para merecer a convocação, a não ser o jogador que é. Um craque!

Quer saber outra? Não precisa nem ser titular, pode ser apenas uma opção. Mas não pode ficar de fora.

Um jogador como Ganso pode parecer antiquado. Afinal de contas, a Alemanha foi campeã do mundo sem um cara exatamente assim. O mais próximo é Schweinsteiger, que joga como “volante”.

Que se dane o mundo! Um cara como Ganso pode trazer de volta uma ideia de futebol que estão tentando enterrar desde 82. Não ganhamos, mas é uma das maiores seleções da história das Copas. Com beleza, que é uma marca nossa.

Está aí nosso grande problema. A cada derrota, fomos “aprendendo” algo com os europeus. Revivemos tempos de Cabral, com a aristocracia da bola sentindo orgulho das influências coloniais do Velho Mundo.

E assim vamos abrindo mão de todas as nossas características, cultuando volantes e mais volantes. A ideia do “feio que vence” predomina, mesmo que tenha perdido mais do que vencido.


Enquanto isso, o Ganso faz golaços pelo São Paulo...



Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta