Luiz Antônio é suspeito – e é bom
que se diga que, por enquanto, é apenas suspeito – de ter relações com milicianos
da zona oeste do Rio, além de estelionato pelo golpe no seguro de seu carro.
Se confirmadas as suspeitas, além
do provável fim de carreira para um garoto promissor, revela que nem só de amigos
de infância são formadas as redes de relações entre jogadores de futebol e suas
comunidades.
Diferentemente das histórias de
Adriano e Vágner Love, que mantinham relações com traficantes em seus locais de
nascimento porque, simplesmente, cresceram juntos, aprenderam a dar os
primeiros passos no futebol juntos. Portanto, não há razão, mesmo que os
caminhos tomados tenham sido absolutamente diferentes, para que seus vínculos
sejam rompidos.
Este caso de Luiz Antônio não se
trataria de amizade de infância. Até porque os milicianos, em geral, caem de
paraquedas nas comunidades, surgem como “alternativa ao domínio do tráfico”,
mas se configuram como os novos donos do pedaço. Estabelecem uma relação de
poder sobre a comunidade.
É neste aspecto que se firmariam
as suspeitas. Nas relações de poder que as milícias exercem sobre as
comunidades e sobre como um jogador de futebol conhecido pode ser útil à
manutenção destas relações.
A princípio, o único indício mais
forte seria o do estelionato. Um golpe, até certo ponto, conhecido aí na praça.
Não é incomum alguém querer se livrar de um carro através do acionamento do
seguro.
O que causa maior estranhamento é
que, em geral, não se faz isso com quem não se tenha uma relação mínima de
confiança. É aí que mora o perigo.
Somando-se à confusão na justiça
do trabalho, no início deste ano, é o segundo episódio conturbado envolvendo
Luiz Antônio que parece não carecer apenas de boa assessoria, mas de cabeça no
lugar.
Valeu,
Bruno Porpetta
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será moderado e pode não ser incluído nas seguintes hipóteses:
1 - Anônimo
2 - Ofensivo
3 - Homofóbico
4 - Machista
5 - Sexista
6 - Racista
Valeu,
Bruno Porpetta