quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Uma grande declaração de amor

Podem até pensar, induzidos pelo título da crônica, que tratarei dos dois gols de Vágner Love.

Ledo engano!



A maior declaração de amor já vista, pelo menos no futebol "moderno" de ultimamente, por alguém que poderia não ter nenhum motivo para tanto, foi de Loco Abreu.

Sebastian Abreu, nascido no Uruguai, mais precisamente na cidade de Minas, é torcedor declarado do Nacional, time de Montevidéu.

Time também de Eduardo Galeano, cuja poesia no olhar do escritor foi declamada pelo Nacional. Em si, o fato de possuir um torcedor como ele, já é digno de muito respeito.



O Flamengo vencia por 2 a 0, tinha ímpeto e podia chegar ao terceiro, mas foi freado pelo amor de Abreu pelo Botafogo.

Provocado, próximo à bandeira de escanteio, pela torcida do Flamengo, levantou a camisa do Figueirense e exibiu um distintivo do Botafogo, beijando-o de frente aos torcedores que o hostilizavam.

Alguém pode vir com o papinho de que Loco "desrespeitou a torcida do Figueirense". Convenhamos, a relação dele com o Botafogo está a milhões de léguas à frente da curta história no time continental de Florianópolis.

Este singelo gesto, de um uruguaio que vestiu e introjetou a camisa do Botafogo, foi uma linda declaração de amor. De quem sabe, e tem orgulho disto, que faz parte da história do alvinegro carioca.

Hoje em dia isto é tão raro, mas tão raro, que é de emocionar quando acontece.

Toda esta carga de emoção cumpriu também um papel no campo. O jogo ficou tenso, a partir da tensão entre Loco e a torcida do Flamengo.



Ali, ele tirou a torcida do ataque, fazendo-a recuar no campo para marcá-lo. O árbitro paralisou o jogo várias vezes, para conter as provocações de Loco, e assim fez o Flamengo esquentar a cabeça e esfriar o jogo. Até para fazer o tempo passar, já estava sacramentada a vitória que coloca o nariz para fora da... água... e enfim, respirar um pouco mais aliviado.

Coincidentemente, enquanto o Botafogo perdia em casa para o Palmeiras, com dois gols de Barcos, o nome de Loco Abreu era gritado no Engenhão.

Não à toa.


Valeu,

Bruno Porpetta

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será moderado e pode não ser incluído nas seguintes hipóteses:

1 - Anônimo

2 - Ofensivo

3 - Homofóbico

4 - Machista

5 - Sexista

6 - Racista


Valeu,

Bruno Porpetta