quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Adriano e as eleições

Patrícia Amorim andava triste, cabisbaixa, macambúzia, sorumbática, taciturna.

Nada dava certo.

Sua administração no Flamengo era tenebrosa, só lhe restava a cadeia para consagrá-la como a pior presidente da história do clube. Sob sua tutela, o Flamengo passeou pelas páginas policiais em 2010, nos cadernos de economia (como um manual do que não fazer), no horóscopo, nas tirinhas de humor e, por pouco, não foi ao obituário.

O mandato de vereadora, muito por conta do Flamengo, estava ameaçado. Além do desgaste político e do filme torrado, até outro dia sua candidatura estava pendente no site do TSE.

A possível candidatura do presidente do Botafogo - Maurício Assumpção - pelo PMDB, em substituição a algum desistente da chapa inscrita, podia suscitar rumores de que a troca seria em lugar de Patrícia, o que a colocaria numa situação um tanto quanto ridícula.

Após o episódio da trágica (sob o ponto de vista político e financeiro) saída de Ronaldinho do Flamengo, Patrícia parecia perdida. Sem rumo na vida, desapareceu dos holofotes, como de costume, e nem seus materiais de campanha eram vistos pelas ruas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Império do Amor?


Eis que, ao olhar pelo retrovisor, Patrícia vê um simpático gordinho, idolatrado pela torcida que até então a hostilizava.

Desprezado pela própria Patrícia há um ano, Adriano vinha se recuperando da segunda cirurgia no tendão de Aquiles com médicos do Flamengo, após uma frustrante passagem pelo Corinthians no ano passado, que "determinou-o" como um ex-jogador em atividade. Ou melhor, sem atividade.

Mesmo o decisivo gol contra o Atlético-MG, nas últimas rodadas do Brasileirão, que consagrou o Timão campeão nacional pela quinta vez, não foi suficiente para proclamar algum êxito de Adriano com a camisa alvinegra de Parque São Jorge.

Pois bem, para a felicidade geral da nação rubro-negra, com exceção de alguns que já não acreditam mais nele, Adriano está de volta ao Flamengo.

Como em um passe de mágica, Patrícia Amorim reapareceu na TV. Abraços, beijos, declarações de amor e confiança na plena recuperação do Imperador e, claro, sorrisos mais que eleitorais.

Patrícia, com a contratação de um camisa 10, mesmo que esta seja dada a Adriano por puro capricho, sela o início da ofensiva eleitoral nas duas frentes: Flamengo e Câmara Municipal.

De repente, as placas de propaganda eleitoral de Dona Paty surgiram nas ruas, além de adesivos nos carros, "correligionários", entre outros badulaques próprios do pleito.

Agora, ela torce mais do que nunca para que Adriano volte, enfim, a apresentar um bom futebol. Só assim, sua estratégia eleitoral pode se realizar.

No caso de outro mico, Dona Paty volta mais umas 10 casinhas no Jogo da Vida.

Sempre fui  um defensor do retorno do Imperador ao Flamengo, e desejo que ele recupere sua forma e sua bola, que não é pouca, mas com outros propósitos.

Patrícia Amorim, a cada dia, se revela como uma "Odorico Paraguassu" rubro-negra. Ou melhor, rubro-negros são os torcedores, as cores dela são as que lhe convém.


Valeu,

Bruno Porpetta




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Bruno Porpetta