quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um nacho indigesto

"Sábado de sol, aluguei um caminhão pra levar a galera pra..." assistir à final do futebol masculino olímpico, onde o Brasil - favoritíssimo, bom que se diga - enfrenta o México.



O Brasil tem cinco títulos mundiais. Teve seleções como as de 58, 70 e 82, que encantaram ao mundo todo com seu estilo de futebol digno de Louvre. Vestiram a camisa amarelinha craques como Friedenreich, Leônidas, Domingos da Guia, Didi, Nilton Santos, Garrincha, Tostão, Gerson, Carlos Alberto, Rivellino, Falcão, Junior, Leandro, Zico, Romário, Bebeto, Ronaldo, Rivaldo e, o maior de todos eles, Pelé.

Ou seja, a camisa da seleção brasileira tem cinco vezes o peso do planeta, e vestí-la é, além de uma honra, uma responsabilidade imensa.

Esta tarefa, nas Olimpíadas de Londres-2012, foi confiada a Oscar, Rômulo, Thiago Silva, Marcelo, Leandro Damião, Lucas e, principalmente, Neymar. É no estiloso moicano a la mico-leão-dourado, e seu futebol genial e moleque, que estão depositadas nossas maiores esperanças na conquista daquilo que nem Pelé trouxe para casa: o ouro olímpico.

Falta somente ao futebol brasileiro subir no pódio em que Jesse Owens, Adhemar Ferreira da Silva, Nadia Comaneci, Carl Lewis, Michael Phelps e Usain Bolt já subiram.

Apesar de todos os problemas na preparação do time nos últimos anos, o Brasil chegou como um dos favoritos ao título, e com a queda de outros possíveis candidatos, chegou à final como o grande favorito. Mas a final é contra o México, um grande sapo enterrado embaixo das nossas traves.



O México não tem nenhum mundial. Quando chega às quartas-de-final, seus jogadores são recebidos com festa no aeroporto. Se chegarem a uma final, comporão todo o Congresso Nacional mexicano nas eleições seguintes. Claro, se o PRI e seu staff para golpes eleitorais quiserem.

A camisa verde mexicana só tem peso para a Concacaf (confederação que congrega as Américas do Norte, Central e as Guianas), onde já ganhou várias competições. Em geral, disputadas contra os EUA, que possuem pouca intimidade com a redonda (de futebol, claro).

Fora o Império Azteca, o movimento zapatista e o Chaves, o México foi uma sucessão de Marias del Bairro sem fim.

Porém, é mexicano o ouro dos últimos Jogos Panamericanos, cuja base do time é a mesma que enfrenta o Brasil neste sábado.

Além disto, o México se tornou uma pedra no sapato brasileiro. Ultimamente, alguns dos maiores vexames da seleção brasileira foram contra os mexicanos. Até mesmo nos amistosos que antecederam às Olimpíadas em Londres, o Brasil foi derrotado pelo México, na pior exibição recente da equipe brasileira.

Mais do que os mexicanos, somente os franceses possuem o privilégio de ser uma formação rochosa no nosso caminho.

Agora é torcer e ver no que vai dar. Mas aquele patuá guardado na gaveta, por via das dúvidas, carregue na mão durante o jogo.


Valeu,

Bruno Porpetta


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Bruno Porpetta