quinta-feira, 28 de maio de 2015

Muita sede ao pote

Há quem acredite que viver cheio da grana, passeando em iates com belas modelos, frequentar os melhores hotéis e restaurantes do mundo, beber os melhores vinhos, é tudo na vida. Deve ser bom mesmo, mas a conta, de uma forma ou de outra, um dia chega.

Não é de hoje que a imprensa fustiga as extravagâncias dos homens ligados à FIFA. E não há problema algum falar em “homens”, porque mulheres neste meio são mero adorno. E de pensar que vem daí todas as decisões sobre o futebol feminino, por exemplo. Nada mais ilustrativo.

Mas a fortuna, em especial aquela adquirida de forma pouco ortodoxa, é um castelo de areia. Um dia cai, por mais que possa levar muito tempo.



E já tem tempo que esses magnatas da FIFA se divertem às custas da nossa paixão. O futebol, que é um meio de vida para milhões em todo o mundo, para eles é a própria vida. Todo o luxo e a luxúria possível no mundo se realizam através do futebol, que todos sabemos ser um grande negócio.

Dando uma olhada no nosso quintal, observamos o papel cumprido por João Havelange para que a FIFA se tornasse esse monstro. Um bicho que jorra dinheiro.

O ex-presidente da CBD (a CBF de outrora) e da FIFA, transformou o futebol mundial em uma máquina de sustentar toda a palhaçada acima referida. E deixou filhos adotivos ao longo do tempo.
Ricardo Teixeira, Joseph Blatter, Nicolas Leóz e outras pragas, crias de Havelange, que venderam a paixão do brasileiro e de todo o continente americano para qualquer um que pudesse distribuir dinheiro na mão de todos eles. Muito dinheiro.

As investigações estão, depois de 24 anos chafurdando na lama da FIFA, tirando suas primeiras conclusões. A princípio, somente os sete presos, além de Nicolas Leóz e Jack Warner foram citados nominalmente no relatório. Sobre os outros, indícios bem fortes, mas apenas indícios. Até para Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo que contratava jogadores e não lhes pagava em suaves prestações, acabou sobrando.

O que desespera os demais figurões, como Del Nero, que saiu correndo da Suíça, é que o barbante só tem uma ponta para fora. Ainda há muito para puxar. E, quem diria, os EUA parecem dispostos a fazer isso. Embora os EUA sempre nos deem motivos para desconfiança.

Para salvar o futebol desta quadrilha da FIFA, existem duas iniciativas a ser tomadas.

Uma delas é institucional. É preciso aprovar a Medida Provisória 671, que trata da responsabilidade fiscal dos clubes de futebol e derrotar este Congresso que, se não abrirmos os olhos, revoga até a Lei Áurea.

A segunda é fundamental. Sem ela, não tem MP, não tem futebol, não tem nada. Os torcedores precisam se colocar nesta questão e ocupar as ruas pedindo as cabeças dos dirigentes da FIFA e da CBF.

Os jogos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil – que entrou no ratatá da grana investigada – devem ter faixas, bandeiras, apitos, cornetas e, se for do gosto do freguês, até panelas nas arquibancadas denunciando esses caras.

Do ponto de vista simbólico, as investigações do FBI cumprirão o papel importante de mandar vários da quadrilha para execração pública. É ótimo, mas não é tudo.


Há quem financie tudo isso. Até então chamados de parceiros comerciais, amanhã não se sabe. Os tais parceiros não gostam de atrelar suas marcas a escândalos, a menos que ainda seja segredo.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta