segunda-feira, 8 de junho de 2015

Gol da Alemanha

Há um tempão atrás, os jogos que enchiam nossos bares e restaurantes eram jogos decisivos dentro do Brasil. Hoje nos mobilizamos por uma final entre clubes europeus.

Barcelona e Juventus são duas escolas de futebol. A catalã, jogando aquele futebol bailarino do meio para frente, mas muito eficiente do meio para trás. A italiana... bem, é italiana, daí você entende o resto.

Óbvio que eu parei pra assistir. Num bar. Estava ansioso pelo jogo. E torcendo pelo Barça.

No bar ao lado, uma espécie de torcida organizada pela Juve. Todos devidamente vestidos com camisas da Juve. Tiveram momentos de forte emoção durante o jogo.



O Barcelona começou matador. Sufocou a Juventus na sua área, marcou logo aos 2 minutos de jogo. Tocando bola dentro da área, chegou a ter mais chances. Buffon fez, ao menos, um milagre no primeiro tempo.

No retorno do intervalo, o Barcelona continuou superior, apesar da Juventus conseguir fechar mais os espaços. E assustava em contra-ataques.

Na primeira vez que a Juventus conseguiu tocar um pouco mais a bola na frente, o giro de Tevez para chutar forte e o rebote nos pés de Morata deu à Juventus a chance que ela queria. Dali para frente, dava pra vencer o Barcelona do temível trio MSN.

E a Juventus foi melhor depois do gol. Pode ainda reclamar de um pênalti não marcado em Pogba, cometido por Daniel Alves. Assim como o Barcelona pode reclamar do gol anulado de Neymar. Ou seja, o juiz se enrolou no jogo.

Só que, a despeito do domínio italiano no jogo naquele momento, no Barcelona tem um baixinho monumental chamado Lionel Messi, que costurou alguns marcadores e bateu para o gol. O monstruoso Buffon não teve como segurar, acabou dando o rebote no pé de Suarez (que até aquele momento era parado insistentemente por Buffon) e o Barcelona pulou na frente de novo.

Aí restou a Juventus largar-se pra frente. Daquele jeito que os italianos tem uma dificuldade danada em fazer. O Barcelona também tomou suas precauções. O resultado acabou sendo óbvio, com um contra-ataque mortal para encerrar o jogo e dar o título ao Barça.

Se não é tão vistoso como em 2010/2011, não deixa de ser excepcional um time com um ataque como esse.

Bem, vou voltar ao parágrafo inicial.

Há um tempão atrás, os jogos que enchiam nossos bares e restaurantes eram jogos decisivos dentro do Brasil. Hoje nos mobilizamos por uma final entre clubes europeus.

Neste final de semana, graças à administração do nosso futebol, que consegue jogar farofa no nosso futebol, jogava a seleção e tinha jogo do campeonato. Ou seja, depois de ver Barcelona e Juventus, eles me obrigaram a ver Flamengo e Chapecoense.

No dia seguinte, tinha amistoso do Brasil contra o México. O retorno da seleção brasileiro aos (péssimos) gramados brasileiros após os 10 gols sofridos em dois jogos elucidativos acerca do tamanho do estrago que esses caras da CBF fizeram no nosso futebol.

E geral cagou e andou para a seleção. Quem foi ao jogo do Brasil, nos destroços do Palestra Itália, é público de restaurante francês. Uma vergonha o tipo de torcida que frequenta os jogos da seleção. Não podemos sediar tão cedo uma Copa América, sob pena de passarmos um vexame horroroso  nas arquibancadas.

Ou seja, o futebol brasileiro acompanhado no bar, nas ruas, em churrascos, com uniformes e gritos de gol por aí, foi trocado por um jogo em Berlin.

Justo em Berlin, a capital da Alemanha.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta