terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Quase um WO

O tão aguardado jogo entre Santos e Barcelona foi, até certo ponto, frustrante.

Não pelo novo campeão mundial, que coroou com o troféu a alcunha de melhor time do mundo, mas pelo que se imaginava que o Santos poderia fazer. Como parar o Barcelona? Com a bola nos pés, roubando-lhe a posse de bola? Ou armando um ferrolho, como o da Inter de José Mourinho?

Nem uma coisa, nem outra.

O Santos foi um time medroso, acuado, perdido. Via a posse de bola do Barcelona crescer em progressão geométrica, ao mesmo tempo que dava toda a liberdade do mundo para a troca de passes catalã.

Diante de Messi e Xavi, que fizeram uma partida impecável, o Santos sucumbiu a ausência de respostas para as perguntas que teve meses para responder.



Se os três zagueiros foram uma tentativa de surpreender o adversário, foi o próprio Peixe que surpreendeu-se com sua ineficácia. O único deles que ainda se salvou do desastre do primeiro tempo foi Bruno Rodrigo, sem falar no goleiro Rafael, que evitou um vexame ainda maior.

No meio, tornou-se inexplicável a ausência de Elano, que entrou ainda no primeiro tempo no lugar de Danilo, que se contundiu, em uma partida em que esteve mais desnorteado que cão em dia de mudança.

À frente, Ganso e Neymar já tinham seus retratos estampados em caixinhas de leite, como duas crianças desaparecidas, tamanha a irrelevância de suas presenças em campo.

Neymar ainda teve até uma oportunidade de colocar um companheiro na cara do gol e, quem sabe, mudar toda a história da partida quando esta ainda estava empatada. Preferiu seguir sozinho, chutar a gol e desperdiçar uma grande oportunidade de demonstrar inteligência. Qualidade esta que o maior ídolo da história do seu clube, e do futebol mundial, tinha em demasia.

Ao final da primeira etapa, os 3 a 0 foram medíocres se comparados à superioridade do Barça em campo. O Santos inexistiu e podia ter levado, pelo menos, mais dois gols.

No segundo tempo, o Santos tentou ser um time. Ao menos justificar sua presença ali e a condição de campeão da Libertadores. Repito: tentou.

O Barcelona ainda tocava a bola com bastante tranquilidade e, se não bastasse, tirou o pé do acelerador para não tornar aquele jogo uma anedota.

Quase no final, Messi, que já havia feito um belíssimo gol no primeiro tempo, guardou outro e deu números finais à partida. Massacrantes 4 a 0, fora o show!

Após toda a expectativa criada em torno do que os meninos da Vila poderiam fazer contra o melhor time do mundo, ficou evidente que os meninos ainda devem comer muito arroz e feijão. O Barcelona esculachou o Santos!

E Muricy, que cometeu um grande equívoco chamando ainda mais o Barcelona para o seu campo, vai ter que "trabalhar" muito para entender que futebol se ganha com a bola nos pés.

Recomendo ao treinador santista dar uma lida neste artigo: http://www.rodrigovianna.com.br/colunas/jogo-de-classe/barcelona-e-santos-o-dilema-do-futebol-brasileiro.html

Já o time catalão, só ratifica sua condição de um dos maiores times de futebol da história.

Daqueles times para contar aos netos, como nossos avós falavam daquele Santos de Pelé, nossos pais do Flamengo de Zico. O Barcelona é a história da nossa geração sendo escrita no futebol.

Diante da tecnocracia do futebol atual, é maravilhoso poder ver o Barcelona afrontar a ordem das coisas.

Foi uma aula de futebol do Barça! Mais uma...


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta