quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Adriano, o homem-bomba

Vira e mexe, Adriano está envolvido em alguma confusão.

Por parte da imprensa, existe uma presunção de culpa que recai sobre Adriano pelo fato do mesmo viver acompanhado de seus amigos de longa data da Vila Cruzeiro. Nada surpreendente o fato de alguns deles viverem às custas do tráfico de drogas. Infelizmente, nem todos tinham o mesmo talento para o futebol, tampouco escolas de qualidade e, por consequência, empregos dignos, além de uma série de direitos garantidos apenas para as comunidades do Leblon, Ipanema, Barra, Gávea, Jardim Botânico, entre outras.

Agora, o craque se enrola por conta de uma arma disparada dentro de um carro, onde a garota, que acompanhava Adriano e seu amigo, saiu ferida na mão.

O destino de Adriano pode variar de acordo com sua companhia. É o tal do "Diga-me com quem andas..."



Mas tem uma singela diferença que, se passa incólume pelos olhos dos expectadores, determina o tom da cobertura do fato. Desta vez, não era um traficante que acompanhava o craque, era um policial militar.

Além de aliviar um pouco a barra do atacante do Corinthians (e um dos meus ídolos pessoais, diga-se de passagem) perante a mídia, revela também certo descuidado do policial com seu instrumento de trabalho que, permitido por lei que seja portado constantemente, mesmo fora de serviço, deve zelar por tal.

Assim, podemos trabalhar com ambas versões para o fato, sem que se cometa alguma calúnia.

Na versão da moça, Adriano estava no banco de trás - a perícia confirma que a bala partiu do banco traseiro - e, brincando com a arma, disparou contra a mão dela.

Já o jogador, afirmou que estava no banco da frente, e a própria garota manuseava a arma quando esta disparou.

A segunda versão foi confirmada por um segurança da casa noturna de onde partiu o carro. Quanto à versão da garota, nenhuma testemunha.

Consideremos ainda que o segurança pode dizer qualquer coisa, sem que isso seja necessariamente a verdade. Em um caso, envolvendo um jogador famoso e uma garota desconhecida, parte-se de um evidente desequilíbrio, e qualquer verdade pode ser condicionada.

Além disso, vários seguranças são, ou foram, envolvidos de alguma forma com policiais. Até porque pertencem, ou pertenceram, a própria corporação, ou desenvolveram relações mais próximas por conta da própria profissão.

Chama a atenção como a mídia, antes tão hostil ao comportamento de Adriano, agora começa a "comprar" a sua versão dos fatos com uma velocidade assustadora. Por quê? Por que ele estava acompanhado de um policial, ao invés de um traficante?

Ignora-se, até mesmo, o fato da arma não estar devidamente segura pelo seu responsável - no caso, o policial que dirigia o carro - e começa-se a esmiuçar o passado da garota.

Não se presume aqui nenhuma das versões. As investigações devem continuar e o seu resultado, por mais óbvio que pareça, deve ser aguardado.

Mas a mídia não pode construir verdades, tampouco omitir detalhes menos relevantes. Às vezes, tais detalhes são fundamentais para se chegar a uma conclusão mais certeira.

E o detalhe do policial pode ser importantíssimo...


Valeu,

Bruno Porpetta


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Bruno Porpetta