segunda-feira, 27 de maio de 2013

Foi há 12 anos...

Estava em um quarto da Santa Casa de Santos-SP.



Acompanhava meu querido e saudoso avô Pepe, internado há dias ali.

Ele dormia e eu, com o radinho na orelha, ouvia uma insossa final de Campeonato Paulista entre Corinthians e Botafogo de Ribeirão Preto.

Era a segunda partida entre ambos. Na primeira, o Corinthians tinha sapecado 3 a 0 no tricolor da terra da Cervejaria Pinguim, na casa dos caras. Ou seja, a parada estava resolvida.

No segundo jogo, o Corinthians levava o jogo em banho-maria. O Botafogo, tentava ao menos justificar sua presença ali. Como não podia ser diferente, um 0 a 0 chatíssimo.

Chato, mas não só pelo jogo em si.

Principalmente porque, como estava no estado de São Paulo, era obrigado a suportar a final do Paulista, quando na verdade estava ligado nas informações do jogo no Rio.

Na época, havia um estádio nas imediações do Rio Maracanã, cujo rio apelidava o mesmo. Era o maior estádio do mundo!

O Flamengo havia perdido o primeiro jogo por 2 a 1, e o Vasco tinha a vantagem de dois resultados iguais. Quando o juiz da final paulista resolveu acabar com aquele troço, estava 2 a 1 para o Flamengo.

Eu já estava uma pilha de nervos, e logo que a transmissão sai de São Paulo e passa para o Rio, o árbitro marca falta para o Flamengo. Eram 42 minutos do segundo tempo, e mais um pouco eu pedia licença ao meu avô para ficar internado no lugar dele.

O iugoslavo/sérvio e montenegrino/sérvio (espero que pare por aí) Dejan Petkovic ajeita a bola. Não dava pra ter ideia, pelo rádio, da distância que a bola tinha para o gol.

Pela narração do Garotinho, parecia perto. Mas sabe como é rádio...

A esta altura, meu coração cravava o melhor tempo e conquistava a pole-position no GP de Mônaco, superando a velocidade das Ferrari, Williams, McLaren, etc.

Petkovic corre, bate e é gol!

Os eternos 43 minutos do segundo tempo que deram aquele tricampeonato ao Flamengo. Três vezes contra o Vasco. Três vezes contra o favorito.

Eu, sem poder gritar, achei que iria passar mal.

Mas o aroma do título era maior que o do éter!

Passei a andar de um lado pro outro no corredor do hospital.

A enfermeira, vendo minha agitação, me pergunta se está tudo bem.

Se está tudo bem? Está tudo ótimo!!! Tricampeão!!!!

Pois é... já faz 12 anos.

Uma mistura de saudades. Do meu avô, daquele gol, do Maracanã, até do Botafogo de Ribeirão Preto!

Acho que eu tô ficando velho...


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta