quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pitacos na seleção

"Tem que levar o Ronaldinho, ele tá jogando muito!"

"Os volantes da seleção tem que ser Ramires e Paulinho!"

"O Kaká cabe nesse time, é um cara experiente e ajuda a marcação!"



Todas estas eram especulações até a semana passada. Precisamente, até terça passada, dia da convocação de Felipão para a Copa das Confederações. Igualmente frustradas.

O treinador "chefe de família" fez uma opção pela versatilidade, capacidade de recomposição e, principalmente, trabalho em grupo.

Leia-se nisto, pesaram fatores comportamentais para definir os 23 nomes.

Assim como em 2002, Felipão bota o seu carimbo sobre sua equipe. Não convocar Romário, naquela ocasião, foi chamar para si a responsabilidade pelo que acontecesse.

Com uma singela diferença, tínhamos bons jogadores, uma grande promessa e dois gênios. Hoje, temos bons jogadores e apenas uma grande promessa. Não temos mais gênios à disposição.

Não haverão Rivaldo e Ronaldo para fazer de Felipão um grande herói.

Até a Copa do Mundo, ainda pode ser diferente. Como o próprio Felipão colocou, o time da Copa ainda não está fechado. Tempo para Ronaldinho e Ramires se "enquadrarem". Ou Kaká voltar a jogar, o que efetivamente não faz no Real Madrid.

Dentro deste cenário, a convocação não é nenhuma aberração. Poderia dizer, inclusive, que é o possível em um período tão chocho do futebol brasileiro.

É evidente que vivemos uma grande crise cíclica em nosso futebol.

Nós, que nos tornamos conhecidos pela qualidade dos nossos atacantes ao longo da história, não temos nenhum entre os maiores do mundo.

Até um polonês com nome de Ministro do STF é mais reverenciado que os nossos homens de frente.

Esta crise é resultado de nosso aculturamento no futebol. Um momento facilmente explicado por um antropólogo.

De tanto importar ideias escalafobéticas da Europa, nossas categorias de base formam gorilas, jamantas, tanques... tudo, menos craques!

Os novos valores chegam ao seu primeiro contrato profissional antes de aprender a cruzar uma bola na área. Ou chutar a gol. Até mesmo, em alguns casos, dar um passe de três metros.

A despeito de nosso descaso com a formação de jogadores de futebol no Brasil, de tempos em tempos aparece uma geração que bate uma bola redonda.

Não é o caso neste momento. Portanto, de nada adianta ficar chorando diante da possibilidade de assistirmos a festas estrangeiras dentro de nosso território. Elas seriam perfeitamente compreensíveis.

Somos um dos favoritos pelo simples fato de não poder haver uma lista de favoritos que não inclua o Brasil. Ainda mais jogando dentro de casa. Mas não somos o principal favorito, como gostaríamos.

Devemos reconhecer que existem três seleções que estão muito a nossa frente: Alemanha, Argentina e Espanha.

Ninguém neste país conseguiria formar uma seleção muito mais forte do que esta de Felipão.

É triste, mas é verdade!


Valeu,

Bruno Porpetta


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Bruno Porpetta