Após passarem por situações bastante semelhantes na Libertadores, Santos e Fluminense chegaram a última rodada da primeira fase precisando da vitória.
O Santos, graças a vitória no Paraguai contra o Cerro Porteño, chegava com maiores chances. Dependia só de si, em casa, contra o time mais fraco do grupo, o Deportivo Tachira, da Venezuela.
Já o Fluminense, após a derrota para o Nacional, no Uruguai, tinha situação bastante complicada no seu grupo. Além da necessidade da vitória, fora de casa, contra o Argentinos Juniors, dependia do resultado da outra partida, entre o Nacional e o America do México, em Montevidéu. Como não havia um Tachira na vida desse grupo, todo mundo podia se classificar.
Uma vitória do América faria o Fluminense precisar apenas da vitória. Já o empate criava a necessidade de uma vitória por dois gols de diferença.
Eles não morrem tão cedo
Para o alvinegro praiano, foi fácil. Fez 2 a 0 no primeiro tempo, relaxou, permitiu que o Tachira diminuisse, mas depois foi lá e decidiu o jogo. Fez 3 a 1 e garantiu sua classificação.
O resultado entre Colo Colo e Cerro Porteño, no Chile, só faria variar a colocação do Santos. Após abrir 2 a 0, o time de Santiago permitiu a virada do Cerro por 3 a 2. Até o momento em que o jogo estava empatado, o Santos liderava o grupo, mas os paraguaios conseguiram a improvável vitória e alcançaram a ponta.
Para o tricolor carioca, só tensão.
Antes mesmo de entrar em campo as coisas já não pareciam ir bem.
O atacante Emerson foi afastado do grupo por indisciplina momentos antes da chegada ao estádio, em Buenos Aires. Em circunstâncias ainda nebulosas, não se sabe se reivindicava salários ou se cantava o Bonde do Mengão sem freio dentro do ônibus. Anedótico!
E entrou em campo, enfrentando os argentinos e a matemática, para tentar a classificação.
Abriu o placar com Julio César aos 17 do primeiro tempo. Sofreu o empate com Salcedo, oito minutos depois. Ficou em vantagem novamente aos 40, com Fred, cobrando falta com força, contando com a falha do goleiro Navarro.
Fim de primeiro tempo, 2 a 1 para o Flu, e no Uruguai, o jogo não saia do 0 a 0. Até o momento, o Flu estava fora.
Segundo a Lei de Murphy, quando algo tem a menor possibilidade de não dar certo, não dá mesmo. E logo aos 10 minutos do segundo tempo, Oberman arrisca um chute que desvia em Valencia e encobre Ricardo Berna.
O Fluminense, que ultimamente vem desenvolvendo um quê de Santo Expedito, lutou contra o adversário, contra a torcida, contra a matemática, contra a própria crise, contra, até mesmo, a Lei de Murphy.
Aos 23, Rafael Moura marca o terceiro e coloca novamente o tricolor na frente, novamente a esperança da classificação. No Uruguai, persistia o empate. Ainda faltava um gol.
A partir daí, as duas equipes criavam chances, pois o resultado eliminava as duas. Um gol era o que faltava para ambas.
Fim de jogo... no Uruguai. Nacional e America do México empataram em 0 a 0 e o time uruguaio rezava para que o jogo da Argentina acabasse do jeito que estava.
Mas não acabou! Aos 43 minutos, Edinho sofre pênalti - há quem diga que não foi, opinião da qual eu discordo - e Fred vai para a cobrança.
Nesta hora, os duas últimas temporadas devem ter passado na cabeça de Fred. A luta inglória contra o rebaixamento em 2009, o título brasileiro conquistado na última rodada e com placar apertado em 2010. E mais uma vez, o time de guerreiros estava a prova.
Fred partiu, bateu, e é gol! Ali, naquele momento, o Flu estava classificado.
Dali em diante, eram os 11 embaixo das traves e milhões com os dedos cruzados.
E, mais uma vez, os guerreiros venceram!
Valeu,
Bruno Porpetta
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