quinta-feira, 28 de abril de 2011

Barcelona X Real Madrid: minissérie em quatro capítulos (3º capítulo)

O terceiro jogo da série talvez tenha sido o mais importante de todos.

Digo talvez, porque o quarto e último pode reservar ainda mais emoções. Mas só pode. O Barcelona tratou de dar-lhe um ar de fechamento de caixão.



O Barcelona sai na frente pela Liga dos Campeões


Sem Iniesta e Adriano, lesionados, o treinador Pep Guardiola teve que quebrar a cabeça para montar um time que, se não abriria mão de seu estilo, também procurava não ficar tão exposto ao rival.

A opção imediata para Adriano, o lateral-esquerdo Maxwell, também estava contundido. Já para Iniesta, não tinha jeito. O cara é craque, e não tinha nenhum craque no banco.

A solução encontrada foi improvisar Puyol na lateral-esquerda - embora muitas vezes atuasse quase como um terceiro zagueiro - trazendo Mascherano para a zaga. E reforçar a marcação no meio-campo com Keita.

Se o lado direito tinha melhor subida ao ataque com Daniel Alves, o lado esquerdo era bem protegido por Puyol.

Pelos lados de Madrid, o esperto Mourinho tinha também seus problemas. Não tinha Khedira e Ricardo Carvalho. Passou Sergio Ramos para a zaga, jogando com Arbeloa na lateral-direita e Albiol compondo a dupla de beques, para o meio-campo o escalado foi Lass Diarra.

Esperto porque, além de conseguir encaixar uma marcação nos outros jogos que paralisou o Barcelona, deu declarações durante a semana que provocavam um clima menos ameno para o jogo. Recebeu o troco de Guardiola, uma de suas vítimas, na mesma moeda.

Pep foi superior e, ainda por cima, colocou em questão o resultado, pelo direito de defender um estilo de futebol que encanta e é considerado uma referência para todo o mundo.

No primeiro tempo, o Real conseguiu novamente encaixar a marcação sobre o Barça, porém, diferentemente da final da Copa do Rei, não tinha ousadia para atacar.

Di Maria conseguia conter os avanços de Daniel Alves, e Pepe continuava fechando os espaços pelo meio de Messi, que foi discreto na primeira etapa.

Foram poucas as chances de gol e o jogo, até aquele momento, decepcionava. O que se viu foram dois times tensos, abusando das faltas e discussões em campo.

Todo este nervosismo culminou em uma briga na saída para os vestiários, que resultou na expulsão do goleiro reserva do Barcelona.

O retorno ao segundo tempo continuava na mesma toada. Até que Pepe, o luso-brasileiro, após o aniversário de 37 anos da Revolução dos Cravos, enfiou os seus na canela de Daniel Alves e foi expulso. E esta era uma possibilidade concreta desde o primeiro minuto do primeiro clássico entre as equipes.

Aí o jogo mudou! Sem a proteção de Pepe, o gênio Messi encontrou mais espaços para jogar, e o Barcelona passou a impor seu estilo.

A entrada de Affellay, no lugar de Pedro, que saiu machucado após quase marcar um gol no rebote de um chute de Villa, também mudou o panorama da partida. Foi dele a jogada pela direita que encontrou o pé de Messi dentro da área para desviar e anotar o primeiro tento do time catalão, aos 31 minutos.

Ficou evidente que o Real Madrid, na guerra de nervos criada durante a semana e desenvolvida no jogo, perdeu as estribeiras.

Sentiu mais o nervosismo da partida e, além da expulsão, não conseguiu achar seu jogo novamente.

Diante disso, coube ao Barcelona tocar a bola sob os desesperados olhares do time merengue.

E nesta nova configuração da partida, o melhor jogador do planeta encontrou terreno fértil para confeccionar mais uma de suas grandes jogadas. Aos 41, passou por quatro adversários e, na saída de Casillas, tocou no canto com o pé direito. Um golaço!

Daí foi só aguardar o apito final e comemorar uma grande vitória sobre o rival, que coloca o Barcelona com um pé na grande decisão da Liga dos Campeões.

Mas é bom que se diga, por enquanto é só um pé. No último capítulo desta história tudo pode acontecer.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta