quarta-feira, 19 de junho de 2013

Os insones

O que mais se ouve, ou lê, é que o Brasil acordou.

A revolta iniciada pela redução do preço das passagens, desembocou em cenas tocantes para quem, há muito tempo, questiona a política de privatizações dos serviços públicos, dentre eles o transporte.

São milhares e milhares de vozes, duramente reprimidas pela nossa lembrança mais candente da ditadura militar: a Polícia Militar.

No afã de construirmos uma nova história em nosso país, sendo uma marca desta nova geração para as futuras, acabamos muitas vezes reproduzindo os equívocos das passadas.

Esta não é uma prerrogativa exclusiva desta geração, mostrando que a história, ao ser ignorada, repete-se como farsa. O que não é novidade para quem conhece o marxismo.



De qualquer forma, é fundamental que retomemos as ruas como um espaço coletivo, que reflita nossos sonhos, por mais diversos que sejam.

É justamente esta diversidade que, se tolhida, dá espaço ao ranço autoritário típico das elites. Como os caminhos a seguir por estas mobilizações estão em aberto, as próprias elites enxergam nelas uma possibilidade para o recrudescimento de seus instintos mais canalhas.

Durante 20 anos, atravessamos um deserto de ideias, sufocadas pelas mãos destas elites que financiavam os filmes de Arnaldo Jabor, patrocinaram o crescimento das organizações Globo, que produziram as oligarquias regionais que hoje contestamos (mesmo que estas sejam contempladas em parte no atual governo que, em tese, está do lado de cá do muro).

Neste tempo, lutamos por bandeiras. As bandeiras da liberdade de pensamento, de crença, étnica, de organizar-se.

Através destas lutas, foi possível voltar às ruas. Mas as lições deveriam ser aprendidas.

Foi para poder levantar bandeiras que lutamos tanto. Para poder nos expressar de forma livre. Nos organizar onde quisermos, respeitando as demais formas de organização.

Se elas são de partido, é porque aquela luta tornou isto possível.

Ao Brasil que acorda, é preciso lembrar que houve gente que, por todo este tempo, nunca dormiu.


Valeu,

Bruno Porpetta

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será moderado e pode não ser incluído nas seguintes hipóteses:

1 - Anônimo

2 - Ofensivo

3 - Homofóbico

4 - Machista

5 - Sexista

6 - Racista


Valeu,

Bruno Porpetta