segunda-feira, 10 de junho de 2013

Nada bem e nada mal

Os jogos da seleção, ao contrário de outrora que foram colírios para os olhos, são remédios para insônia.

Sinal evidente de uma seleção que está longe de ficar pronta. Resultado da absoluta falta de planejamento da CBF, é bom que se diga.



Há cinco anos, sabemos que a Copa do Mundo será realizada aqui. Sabemos também que, diante disto, a pressão pelo título é enorme. Como Neymar foi um achado para um país que formou uma imensidão de brucutus e um punhadinho de jogadores talentosos, empurramos para o ex-santista a responsabilidade de conduzir esta bagunça ao título.

Definitivamente, não é hora de Neymar pegar o touro pelo chifre. Ele tem apenas 21 anos, e nós temos a pressa de quem vê a Copa escapando por entre os dedos. Se vencermos a Copa, será pela combinação entre camisa e torcida. Não esperemos muito mais que isto.

Durante todo este tempo, estivemos muito ocupados com nosso calendário tosco para treinarmos a nossa seleção. E a CBF ainda vende a seleção como um produto de alta qualidade. Deveriam responder por propaganda enganosa.

Em outros grandes centros do futebol mundial, ninguém mais acredita. Restaram os países africanos, ou da América Central, Oceania, Ásia, que ainda consomem a nossa seleção com a imagem que tinham de décadas passadas.

Difícil mesmo é enganar ao próprio povo brasileiro. Pode-se tentar forjar um novo público, mas sempre acabam esbarrando com algum torcedor de verdade que coloca a seleção no lugar dela, debaixo de vaias.

Não à toa, entramos em campo hoje sob a espada de dois tabus. Não vencíamos nenhuma seleção campeã do mundo desde o final de 2009. Além da seca contra os franceses desde 1992.

Vencer um remendo de seleção francesa, em crise e com o treinador contestado não deveria ser motivo de tanta festa. Mas existe algum proveito que pode ser tirado.

O Brasil melhorou no segundo tempo, efetivamente. A entrada de Hernanes permitiu transformar a posse de bola em lances perigosos, o que foi a sua redenção do pé no peito de Benzema há dois anos atrás.

E sobre a polêmica sobre quem deve ser titular, Lucas ou Hulk, sou mais o primeiro. Taticamente ele pode cumprir função semelhante. Só que, mais veloz, pode tanto tabelar com os demais atacantes e entrar na área, como pode ir à linha de fundo. Além da qualidade indiscutivelmente superior.

Mas Hulk pode ser importante, tanto pela movimentação no ataque quanto pela estatura na área. É uma boa opção, a depender do jogo, para entrar no segundo tempo.

Ou seja, a despeito da zona que a CBF fez ao demitir Mano às vésperas da nossa primeira competição depois de três anos, contratar Felipão para retomar uma ideia esdrúxula de "família", desde que esta seja recheada de volantes pegadores, as perspectivas para o Brasil melhoraram um pouco depois desta vitória contra a França.

Fora a confiança, que lentamente vai retornando.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta