quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Silêncio ensurdecedor

A morte do adolescente de 14 anos, Kevin Espada, no jogo entre San Jose e Corinthians, na Bolívia, vítima de um sinalizador atirado pela torcida corinthiana presente no estádio, acendeu uma grande polêmica no futebol.

Quem se responsabiliza por meia dúzia de malucos que entram em um estádio com um artefato que pode provocar a morte de alguém?



A história, a cada dia, ganha contornos cada vez mais estranhos.

Doze membros da Gaviões da Fiel permanecem presos na Bolívia, e a polícia local acredita que o responsável pela morte do garoto está entre os detidos. No Brasil, o advogado da torcida jura de pés juntos que o culpado está em São Paulo, é menor de idade, mas não pode ser extraditado do próprio país. O "acusado" brada que foi ele mesmo, pede desculpas, diz que não teve essa intenção, mas ama o Corinthians.

No fim das contas, há um espírito de corpo e de porco em tudo isso.

Até agora, o único punido foi o Corinthians. Jogou de portões fechados contra o Millonarios, no Pacaembu, com exceção dos quatro torcedores que conseguiram uma liminar para entrar na arquibancada.

Mas por que não o San Jose, cuja (falta de) segurança permitiu que o artefato entrasse dentro do estádio?

Por que não a Gaviões, que deve responder coletivamente pelo ato de um de seus associados?

Por que não o advogado, que nos surpreende pedindo que acreditemos que seu cliente é culpado?

Enquanto não se encontram estas respostas, fica o silêncio pela morte estúpida de Kevin, o silêncio sobre o gangsterismo das organizadas e o silêncio das arquibancadas.

Diante de tanto silêncio, estamos todos surdos...


Valeu,

Bruno Porpetta

Um comentário:

  1. Aliás, a Conmebol fala em multas para o Corinthians, e esse dinheiro vai pra onde? pro cofre dela? E a família do menino?

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Valeu,

Bruno Porpetta