sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

E agora, Felipão?

O Brasil, na estreia do treinador Luis Felipe Scolari, seu fiel escudeiro Murtosa e o "novo" coordenador técnico Carlos Alberto Parreira, tinha todos os motivos do mundo para ser derrotado pela Inglaterra.

Debaixo de 87 mil vozes inglesas em Wembley, contra um bom e, principalmente, entrosado English Team, em ritmo de competição... ou seja, era natural que o chá das 17hs esquentasse pra seleção do Felipão.

Das principais alterações desta nova "família Scolari", chamaram a atenção duas, em especial. O retorno de Julio Cesar às balizas do escrete canarinho, além da adoção do centroavante, que Mano Menezes não era muito adepto.

Quanto ao goleiro do Queens Park Rangers, está resolvida a indefinição sobre a camisa 1 da seleção. Julio Cesar ganhou a posição. Os outros que se virem para vestir a 12 e a 22. Para o banco, não faltam candidatos.



Mas a alteração tática da equipe, com uma referência fixa na área, se tornou a grande encalacrada neste jogo.

Visivelmente, o time não está acostumado a esta formação. Pudera! Com apenas um treinamento, não é possível adaptar todo mundo ao novo esquema.

O Brasil ainda abria muito o jogo pelas pontas, tornando inócua a presença do centroavante. O gol da seleção surgiu de uma bola inglesa mal atrasada, que veio como um presente para Fred fazer o que mais sabe.

Fora esta, apenas uma bola em todo o segundo tempo foi endereçada a Fred. No primeiro tempo, o panorama não foi muito diferente. O time tinha dificuldade em achar Luis Fabiano. Um pouco pela forte marcação inglesa, mas muito pela falta de hábito em procurar alguém na área para chamar de seu.

O esquema com a presença de um centroavante pressupõe que os meias tenham espaço e liberdade para encostar no dito cujo, além da alternada subida dos laterais, funcionando como alas no ataque, pois na prática, jogar com um autêntico camisa 9 pressupõe um afunilamento do jogo. Este só é possível com defesas menos compactas.

Pois bem, isto demanda treinamento, tempo, disposição tática diferenciada, e mais um monte de itens que, para o exíguo período que a seleção teve para brincar de jogar bola contra si mesma, não funcionariam mesmo.

A torcida, imprensa, comissão técnica, jogadores e dirigentes vêem na Copa das Confederações, disputada em casa, uma espécie de mini-Copa do Mundo, tornando a obrigação da vitória quase uma obsessão.

Portanto, o questionável não é a presença (ou não) do centroavante no time, mas qual a real necessidade da troca de comando na seleção.

Muito além de um capricho político de Marin, esta troca pode prejudicar, inclusive, o resultado nas competições que hão de vir.

Em menos de seis meses, devido ao calendário disponível para acertar o time, pode faltar tempo para ajustar o jogo da seleção.

E se perdermos a Copa das Confederações? Quem será o Cristo da vez? Ou a exigência para o time de Mano era propositalmente maior do que para a "família Scolari"?

Pois é, amizade! Até o momento, a entrada de Felipão conseguiu somente aumentar o número de interrogações na cabeça dos torcedores.

Se o futebol não conta muito, ao menos serve para as aulas de gramática.


Valeu,

Bruno Porpetta


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Bruno Porpetta