quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Feliz ano novo!

Muitos dizem que o ano só começa, pra valer, depois do carnaval.

Outros tantos que o período compreendido entre o carnaval e o reveillón é o mais chato do ano.

Fico com a primeira assertiva. Afinal de contas, apesar do fim das festividades de Momo, inicia-se um período onde o povo fica mais ligado no que nossos governantes andam fazendo por aí e, também, o futebol no Brasil e no mundo começa a ficar mais interessante.

Em plena quarta-feira de cinzas, um dia recheado de emoções, a escola vizinha de casa é campeã no carnaval do Rio. A festa foi incrível, em um bairro que tem o samba tatuado no coração. Parabéns a Vila de Noel!!






Enquanto a festa rolava em Vila Isabel, o mundo da bola tinha bastante o que falar também.

O reencontro de Cristiano Ronaldo com seu ex-clube, o Manchester United, no Santiago Bernabeu. O trágico jogo entre Shaktar Donetsk e Borussia Dortmund, na Ucrânia, após o acidente aéreo que matou quatro torcedores do time alemão que estavam a caminho da partida. A estreia do campeão brasileiro na Libertadores, jogando contra o Caracas, na Venezuela, com um gramado que, se chamado de pasto, estará recebendo um belíssimo elogio. Além do jogaço entre Fortaleza e Santa Cruz, no Presidente Vargas, em Fortaleza, pela Copa do Nordeste.

O reencontro

O Real vai para Manchester com um resultado bastante perigoso. O empate em 1 a 1, em Madri, dá ao United a vantagem de poder se classificar simplesmente não levando gols.



Após a excelente atuação do goleiro De Gea, na partida de ida, as esperanças dos torcedores ingleses se elevam à terceira potência.

Mesmo o próprio goleiro precisava de uma atuação dessas, para ganhar definitivamente a confiança dos Red Devils.

A propósito, conforme o esperado, teve gol de Cristiano Ronaldo em uma linda cabeçada, com uma tímida comemoração.

Jogando pela torcida

Após a queda de um avião em Donetsk, com a morte de quatro torcedores do Borussia Dortmund, não era possível prever com que estado de espírito entraria o time alemão em campo.



O acidente acabou servindo como elemento motivador para o time, que jogou bem e conseguiu empatar o jogo em 2 a 2, depois de estar atrás no placar por duas vezes.

Se o Lewandowski daqui ressente-se ainda da derrota no STF, o de lá  balança as redes com frequência. Embora o lance de seu gol ontem tenha sido uma imensa bizarrice que deu certo, com uma furada ridícula que tirou dois zagueiros do lance e abriu caminho para o chute certeiro que sacudiu o barbante.

Tricolor "pasta" em Caracas

O Fluminense, atual campeão brasileiro, tem bem mais time que o Caracas, mas o gramado (se é que dá pra chamar aquilo de gramado) prejudicou muito o futebol tricolor.

Não era possível conduzir a bola, trocar mais de dois ou três passes. Resumindo: uma vergonha!



Ainda assim, com mais um gol de Fred, o tricolor saiu vitorioso por 1 a 0 que, na conta da classificação da Libertadores, tá excelente.

Embora, repita-se pelo terceiro ano seguido, não é necessário levar todo aquele sufoco de fim de jogo.

O exemplo vem de cima

Fala-se muito pouco, no eixo Rio-São Paulo, do futebol do Nordeste.

Mas se existe um calendário um pouco mais racional neste país, é justamente lá que acontece.



Longe de disputar jogos pífios para meia dúzia de gatos pingados na arquibancada, os clubes nordestinos se enfrentam pela Copa do Nordeste.

Em sua grande maioria, só jogaços entre os times mais tradicionais da região, e ontem não foi diferente.

Um jogaço entre Fortaleza e Santa Cruz, com um Presidente Vargas lotado, que terminou em 3 a 3. Gols e grandes jogos, só se vê por lá mesmo, onde se provou que é possível ter um calendário menos monstruoso sem acabar com os estaduais, onde todos estes clubes estarão após o término da Copa do Nordeste.

A cereja do bolo

Porém, sem dúvida alguma, a cereja do bolo nesta quarta-feira foi o jogaço entre Atlético-MG e São Paulo, no estádio Independência, em Belzonte.

Não só por reunir dois grandes clubes brasileiros, por contar com o estádio cheio de uma fanática torcida que sentia saudades da competição (há 13 anos o Galo não disputa uma Libertadores), ou por contar com três campeões mundiais com a seleção do penta, em 2002.

O resultado (2 a 1 para o Galo), excelente para o time mineiro, que já derruba um gigante na competição logo na estreia, foi justo, mas não foi o fundamental.

Em tempos carnavalescos, o lance que originou o primeiro gol do Galo foi de uma picardia tão grande, que só a festa de Momo poderia justificá-lo.

Não esperem que eu diga que Ronaldinho foi sacana no lance, porque absolutamente não foi! Jogou dentro das regras do jogo, e valendo-se da "inexperiência" de Rogerio Ceni, cruzou para o gol de Jô.

Obviamente, Ronaldinho creditará a sorte pelo lance. Deve fazê-lo assim mesmo.

Mas cá entre nós, que conhecemos o esporte que amamos: ele foi de uma malandragem ímpar, daquelas de encher o peito de orgulho e até cantar o hino nacional, louvando aos nossos grandes craques e agradecendo por fazermos parte de um país em que a inteligência é fundamental, mesmo não sabendo se moramos muito bem ou muito mal.

Duvidam? Basta rever o lance. Se alguém te pede uma água para matar a sede, caminhando pelo centro do ataque, por que, ao retornar, o faz pela ponta direita da área, justo onde seria cobrado o arremesso lateral?






Para além deste lance, Ronaldinho fez uma grande partida. De quem sabe que seu futuro na seleção passa, fundamentalmente, pela Libertadores.

E ele veio bem disposto, ao que parece.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta