terça-feira, 28 de outubro de 2014

Ponta esquerda

Na Copa de 82, ficou famoso um personagem humorístico interpretado por Jô Soares chamado Zé da Galera. O dito cujo sacaneava o treinador Telê Santana, colocando em suas falas o bordão “Bota ponta, Telê!”.



Aquela época era o ocaso do ponteiro, que fez parte dos esquemas táticos do futebol até os anos 70. Embora, desde 58, o ponta esquerda já compunha mais a marcação no meio-campo da seleção brasileira. O sujeito em questão era Zagallo.

Com a chegada dos anos 80 e a necessidade de ter mais marcadores atrás da linha de ataque, os pontas começaram a desaparecer.

O futebol foi mudando ao longo do tempo. Por muito tempo, ficou mais chato. Sem os pontas, a linha de fundo virou quase um território proibido. Quase não se pisava por ali.

Aí veio o Barcelona de Guardiola, que por marcar e trocar passes no campo de ataque, percebeu que não podia se confinar na intermediária. Alguém teria que ir à linha de fundo.

Foi o retorno do ponta. Não exatamente com as mesmas funções de antigamente, mas estava lá.

Hoje, os pontas, além de ir à linha de fundo, voltam para marcar a saída dos laterais. Os atacantes abertos pelos lados do campo foram fundamentais para dar mais graça ao futebol atual.

Ou seja, redescobriu-se que o futebol é a arte da ocupação de espaços. Quase um xadrez de peças “malemolentes”. Este é o centro da discussão mais inevitável do momento: as eleições presidenciais.

No segundo turno, cada um correu para a ponta do ataque onde se sentiu mais à vontade para jogar. Dilma foi à esquerda, Aécio à direita.

Na defesa adversária, FHC, o lateral-direito, dava várias pixotadas. O jogo era por ali, pela ponta-esquerda.

A estratégia deu certo. A vitória veio pela esquerda.


Para governar, é hora de entender o recado que o Brasil deu: “Bota ponta-esquerda, Dilma!”.


Valeu,

Bruno Porpetta

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Bruno Porpetta